Loading...
1 results
Search Results
Now showing 1 - 1 of 1
- Contribuição de fatores internos na precisão dos relatos de dorPublication . Müller, Priska Stefanie; Canaipa, Rita; Treister, RoiOs indivíduos variam relativamente à sua capacidade em relatar estados internos, tais como a dor. Treister e colegas (2017) desenvolveram o Focused Analgesia Selection Test (FAST), um procedimento que visa medir a variabilidade nos relatos de dor, i.e., a quantidade de variação reportada para o mesmo estímulo doloroso. De facto, menor variabilidade está relacionada com maior precisão nos relatos de dor. O presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre a variabilidade nos relatos da dor e os mecanismos de memória, nomeadamente, a memória da dor e as capacidades de memória. Voluntários saudáveis foram recrutados e avaliados em três momentos. Na primeira sessão, trinta participantes foram avaliados com o FAST, realizaram o Cold Pressor Test (CPT) e preencheram questionários sobre características psicológicas: Inventário de Ansiedade Estado-Traço (STAI), Escala de Catastrofização da dor (PCS) e Perfil de Estados de Humor (POMS). Quinze dias após esta visita, dezanove participantes abriram uma carta contendo uma escala de humor (POMS) e uma pergunta sobre a dor máxima que se lembravam ter experienciado durante o CPT. A segunda sessão, com dezanove participantes, decorreu um mês após a primeira. Foram realizados testes de memória (digit span e memória verbal e visual da Weschler Memory Scale III) e o CPT foi repetido. Os resultados indicaram que indivíduos com menor variabilidade nos relatos de dor lembraram com maior precisão a dor do CPT, sugerindo que participantes mais precisos no relato da dor são menos influenciados por enviesamentos da memória. Participantes com relatos da dor precisos também demonstraram maior capacidade de memória visual de curto prazo, apontando na direção da importância da memória no módulo multissensorial responsável pela avaliação subjetiva da magnitude. Finalmente, um humor mais deprimido/melancólico foi correlacionado com a variabilidade do relato da dor, destacando o papel do "realismo depressivo" na avaliação da dor.