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  • Realidades virtuais incorporadas
    Publication . Moura, João Martinho; Ferreira-Lopes, Paulo; Barros, Maria Manuela Oliveira
    Nesta investigação, que nasce de uma preocupação sentida relativamente à forma como o corpo se envolve na virtualidade, iremos enquadrar trabalho artístico, abordando os diferentes níveis de fisicalidade e imaterialidade do corpo em ambientes virtuais. Procuramos um enquadramento na relação do corpo com o espaço virtual. Tomamos, então, como ponto de partida, o conceito de Reality-Virtuality Continuum, postulado por Paul Milgram et al. (Milgram et al., 1994), escrito na década de noventa. A partir deste conceito, procuramos entender e explorar o conceito de incorporação (embodiment) em ambientes virtuais digitais e descobrir quais os diferentes graus de aproximação / afastamento entre o corpo e a virtualidade. Para isso, foram criadas e apresentadas um conjunto de peças artísticas que, em diferentes níveis e diferentes dispositivos, envolvem incorporação digital. Procuramos encontrar os limites na linha de continuidade entre o corpo e a virtualidade. No decorrer do processo refletimos sobre a virtualidade, recorrendo a literatura artística e técnica relevante, e especificamente a sua ligação ao corpo. Através da prática artística, criamos peças que provocam a continuidade e/ou a descontinuidade. Imaginamos, inicialmente, o conceito limite de virtualidade virtual, voltamos atrás, e, ao longo da linha crescente ao encontro da virtualidade, procuramos a ligação fina entre os dois planos: material e imaterial, abordando, em progresso, diferentes estados de imersão ou sentimento de presença, que observamos estarem muito associados a níveis de envolvimento emocional. No âmbito desta investigação desenvolvemos as peças How Computers Imagine Humans? em 2017; CO:LATERAL, entre 2016 e 2019; VV, em 2018; e UNA, em 2020, que foram apresentadas em contextos artísticos e também académicos. Algumas destas peças colocaram o público em imersão total. As peças performativas (CO:LATERAL e UNA) foram desenvolvidas no Balleteatro, no Porto, em contexto artístico e espaço profissional. Ao todo foram apresentadas publicamente dezassete vezes, em diferentes palcos, sofrendo evoluções ao longo do tempo, das experiências. How Computers Imagine Humans? é uma peça que entra na virtualidade virtual, fora daquilo a que consideramos, na nossa investigação, o limite do corpo digital. Foi apresentada em vários países e serviu como ponto de partida para a nossa investigação. VV foi uma peça intermédia entre as peças performativas, experimental, apresentada em contexto de exibição, e também de análise, durante quatro meses no espaço genration, em Braga. A investigação é iniciada com a reflexão detalhada sobre incorporação na virtualidade através de um estudo exploratório de vários pontos de vista, e é, posteriormente, consolidada com uma prática reflexiva experimental continuada. Identificamos que o corpo, quando imerso, é maioritariamente obliterado. Sendo obliterado, o processo de incorporação dificilmente acontece na virtualidade. O espaço físico na virtualidade é algo que, geralmente, não foi sendo seriamente pensado pelas engenharias e, nesta investigação, procuramos acrescentar novos posicionamentos e experiências entre o corpo e a virtualidade através da interligação estreita entre a arte, a ciência e a tecnologia. Na nossa investigação, que fundamentamos, concluímos que os conceitos de limite, de fronteira, legitimamente ligados à fisicalidade, são intrinsecamente relacionados com a sensação de incorporação no espaço virtual. A maior parte dos trabalhos que apresentamos possui um elemento central, que é um corpo, seja este participante, interator, captado, interpretado, gerado, imaginado ou teletransportado. Recorremos à tecnologia, que naturalmente evoluiu no decorrer da nossa investigação, e, muitas vezes, invertemos a finalidade para a qual esta tecnologia foi desenhada, alterando circunstâncias na interação, em posicionamentos, e na experiência. Através da arte, desvendamos novos caminhos de exploração na relação entre o corpo e a virtualidade digital.