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- Qualidade do ar interior em museus, bibliotecas e arquivos e sua importância na preservação de acervosPublication . Barbosa, Karen Cristine; Costa, Patrícia Moreira da; Vieira, Eduarda; Ferreira, TeresaO trabalho de investigação aqui descrito, procurou alcançar um maior entendimento sobre os poluentes no interior de museus, bibliotecas e arquivos (MBA) sem negligenciar as diretrizes já pré-estabelecidas para a saúde humana, e objetivou averiguar como as instituições portuguesas e brasileiras abordam o tema. Com base na revisão literária, que permitiu a compreensão sobre a evolução das investigações sobre poluentes no meio patrimonial ao longo dos anos, foi observada uma incidência reduzida de publicações e investigações provenientes de países como Portugal e Brasil. Os estudos de caso desenvolvidos em dois museus portugueses, no Museu Coleção Berardo (MCB), Lisboa, e no Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR), Porto, evidenciaram a relevância da realização de medições de poluentes não só nos espaços museológicos, mas também no interior de vitrines. No MCB os resultados das análises revelaram concentrações de compostos orgânicos voláteis totais (COVT) cerca de 11 vezes superiores na galeria expositiva, quando comparado com o interior de uma vitrine contendo uma pintura moderna (madeira, óleo e metal). Sendo que para o ácido acético e ácido fórmico se detetou o inverso. Em laboratório, foi possível identificar cerca de 100 COVs diferentes provenientes de materiais utilizados nas remodelações das galerias expositivas, através da microextração em fase sólida e cromatografia gasosa acoplada a um espectrómetro de massa (SPME-GC/MS). No estudo realizado no MNSR, foi possível verificar que a qualidade do ar pode apresentar- se diferente entre os seus diversos espaços, no que diz respeito aos tipos e quantidade de poluentes. Entre os resultados obtidos, sobressaíram as amostragens realizadas em uma vitrine vazia, onde foram identificados 53 compostos diferentes, cujas concentrações totais de COVs foram de até 90 vezes superiores àquelas recomendadas para acervos em geral. No interior de um mobiliário de madeira numa reserva de materiais cerâmicos e vidros arqueológicos, foi evidente o potencial da madeira de emitir compostos voláteis ácidos e formaldeído, ao registar concentrações superiores àquelas recomendadas para acervos. Os estudos realizados nos museus portugueses foram complementados pelos resultados dos inquéritos previamente distribuídos, tendo-se verificada a ausência de protocolos e diretrizes em relação ao controlo, monitorização sistemática, valores-limite de compostos voláteis e materiais particulados em microclimas de acervo e no interior de vitrines. Baseado nessa observação e como estratégia para implementar os conhecimentos adquiridos, foi criada a rede temática luso-brasileira sobre a Qualidade do Ar Interior em Museus, Bibliotecas e Arquivos (QAI-MBA), com o objetivo principal de disseminar o conhecimento sobre o tema dos poluentes e sua influência na qualidade do ar, além de promover a interação entre investigadores, que detenham o conhecimento técnico e científico, e os profissionais de MBA, cuja responsabilidade seja a salvaguarda dos acervos.
- Monitorização de gases poluentes em microclimas de museus: estratégia relevante para a conservação preventivaPublication . Barbosa, Karen; Ferreira, Teresa; Moreira, Patrícia; Vieira, EduardaA exposição a uma atmosfera rica em poluentes voláteis pode colocar em risco as coleções de museus, galerias, bibliotecas ou arquivos. Monitorizar poluentes voláteis em museus é ainda hoje uma prática pouco habitual na maioria das instituições. Compostos orgânicos voláteis (COVs) podem ser libertados de diversas fontes, incluindo os materiais que compõem os próprios artefactos. A existência de poluentes em locais fechados, com inadequada renovação de ar, em simultâneo com valores elevados ou oscilações significativas de temperatura e humidade relativa (HR), pode conduzir à degradação acentuada dos materiais mais reativos. A tendência que se observa nos museus para enclausurar os artefactos em vitrinas ou caixas poderá potenciar a formação de microclimas com elevada concentração de COVs. Pretende-se neste trabalho alertar para o risco dos poluentes gasosos em ambiente museológico e traçar recomendações que incentivem as instituições detentoras de património a implementar um plano de monitorização destes poluentes, associado à prevenção de riscos.