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- Prevalência de distúrbios temporomandibulares e identificação de biomarcadores salivaresPublication . Pereira, Maria Inês Cruz; Silva, Raquel Monteiro Marques da; Silva, Vanessa Maria Barroso dos Santos; Fonseca, Patrícia Alexandra Barroso daIntrodução: Distúrbio temporomandibular (DTM) representa um conjunto de condições clínicas que afetam a articulação temporomandibular (ATM), os músculos mastigatórios e estruturas associadas, sendo uma das principais causas de dor orofacial. A sua natureza multifatorial, associada a fatores anatómicos, psicológicos e inflamatórios, dificulta o diagnóstico e requer abordagens multidimensionais. Objetivo: A presente investigação teve como objetivo principal avaliar a prevalência de DTM numa amostra clínica e refletir, com base na literatura científica, sobre o potencial dos biomarcadores salivares como ferramenta complementar no diagnóstico e monitorização da patologia e recolher saliva para futura análise molecular. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo transversal observacional com 42 pacientes na Clínica Dentária Universitária de Viseu, avaliado por meio do Questionário Anamnésico de Fonseca. Resultados: Os resultados revelaram uma prevalência global de DTM de (73,8%), sendo 42,9% dos casos classificados como DTM leve e 31% como moderada ou severa. Sintomas como ruídos articulares (50%), hábitos parafuncionais (45,2%) e tensão emocional (57,1%) destacaram-se como marcadores clínicos relevantes. A análise estatística não revelou associações significativas entre a severidade dos DTM e variáveis como género, idade ou IMC, embora se tenham observado tendências consistentes com a literatura. Complementarmente esta dissertação discute o papel emergente dos biomarcadores salivares na identificação precoce de DTM. Estudos recentes demonstram alterações nos níveis de interleucinas (IL-6, IL-8), metaloproteinases (MMP-2), cortisol e compostos metabólicos específicos na saliva de pacientes com DTM, refletindo processos inflamatórios, oxidativos e neuroendócrinos associados à patologia. A saliva destaca-se, assim, como um fluido biológico promissor, não invasivo e de fácil recolha, com potencial para apoiar o diagnóstico e personalizar estratégias terapêuticas. Conclusão: Esta investigação confirma a elevada prevalência de DTM em contexto clínico e sublinha a importância de integrar métodos clínicos e moleculares no seu diagnóstico e acompanhamento.
- Influência das lesões cervicais não cariosas no tratamento cirúrgico das recessões gengivais : revisão sistemáticaPublication . Mesquita, Elisabete Valentim; Salgado, Helena Cristina Morais Coelho Teixeira; Araújo, Filipe Miguel Soares Framegas deIntrodução: Recessões gengivais estão frequentemente associadas a lesões cervicais não cariosas (LCNC). Questiona-se a necessidade de restaurar ou não a LCNC antes ou durante a cirurgia de recobrimento radicular, assim como o papel do enxerto conjuntivo. O objetivo desta revisão sistemática é avaliar a eficácia da cirurgia plástica periodontal no recobrimento de recessões gengivais classe I e II Miller ou RT1 Cairo, com ou sem LCNC, ao fim de 6 meses, considerando a presença ou ausência de restauração adesiva e o uso de enxerto de tecido conjuntivo. Materiais e Métodos: Este trabalho consistiu numa revisão sistemática seguindo as diretrizes PRISMA. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados: PubMed/MEDLINE®, ScienceDirect® e Scopus®, até 12/2024. A seleção dos estudos foi realizada por dois investigadores independentes, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão previamente definidos. A qualidade dos estudos foi avaliada através da checklist do Critical Appraisal Skills Programme (CASP) para ensaios clínicos randomizados e a concordância entre investigadores foi determinada através do coeficiente de Kappa de Cohen. Resultados: Dez estudos foram incluídos nesta revisão. A presença de LCNC não comprometeu o sucesso do recobrimento radicular após 6–12 meses de acompanhamento, sem diferenças significativas nos índices de recobrimento radicular entre casos com e sem restauração adesiva. O uso do enxerto de tecido conjuntivo proporcionou ganho de tecido queratinizado e beneficiou recessões com biótipo fino, tornando o recobrimento mais previsível. Restaurar a LCNC não aumenta a taxa de recobrimento completo, mas a abordagem combinada (cirurgia + restauração) revelou menor hipersensibilidade dentinária e melhor estética. Conclusão: Recessões gengivais com LCNC podem ser tratadas com êxito por cirurgia plástica periodontal, sem prejuízo no recobrimento radicular. A restauração da LCNC não é indispensável para o sucesso do recobrimento radicular, mas deve ser avaliada caso a caso pela redução da hipersensibilidade e melhoria estética. Recomenda-se o enxerto de tecido conjuntivo sobretudo em biótipo fino, para maior espessura e estabilidade tecidual.