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- Remembering world war II refugees in contemporary Portugal : a translational perspective on memory and the refugee other in Daniel Blaufuks' sob Céus Estranhos, Domingos Amaral's Enquanto Salazar Dormia and João Canijo's Fantasia LusitanaPublication . Lino, Verena Pia Sonia Monika Lindemann; Hanenberg, Peter HeinrichPropondo-se a conjugar a reconceptualização das dimensões culturais da memória com a análise de três obras artísticas sobre a presença de refugiados em Portugal entre 1933 e 1945, esta tese tem dois objetivos principais. Por um lado, pretende contribuir para a atual reorientação dos estudos de memória no sentido de alargar as suas abordagens teóricas e metodológicas. Assim, propõe uma perspetiva tradutológica que contrapõe alguns dos pressupostos básicos das abordagens com ênfase em lugares, nações e identidades idiossincráticas que têm caraterizado os estudos de memória no âmbito das humanidades desde os anos 80 do século XX. Em vez de resumir memória à capacidade de corroborar a identidade e auto-imagem específicas de uma comunidade, esta é concebida como sendo o produto de processos de tradução que se manifestam em redes de significação complexas e que podem corroborar ou contestar as relações de poder estabelecidas. Por outro lado, propõe-se a desenvolver o primeiro estudo sistemático sobre como a presença dos refugiados é (re)presentada, negociada e recordada em obras artísticas em Portugal. O papel de Portugal como país de exílio, estação de trânsito e cidade aberta para espiões antes e durante a Segunda Guerra Mundial tem, recentemente, dado origem não apenas a vários estudos académicos, mas também a artigos de jornal e um número considerável de exposições, filmes e romances. Em vez de um inventário exaustivo de obras artísticas sobre a temática, este estudo prosseguirá um “arquivo de implicação” [archive of implication] (Rothberg, 2013, 2014) para entender como três das obras com mais divulgação e maior impacto no espaço público implicam a memória da presença dos refugiados na confirmação ou contestação da noção de comunalidade dominante. Através de uma análise da obra interartística Sob Céus Estranhos (2002/2007) de Daniel Blaufuks, do romance Enquanto Salazar Dormia (2006) de Domingos Amaral e do documentário Fantasia Lusitana (2010) de João Canijo, esta tese pretende dar visibilidade à pluralidade e heterogeneidade das práticas e discursos mnemónicos em Portugal. As principais questões que conduzem a investigação são, primeiro, se e como estas obras mobilizam diferentes redes de significação heteroculturais e, segundo, se e como desenvolvem diferentes maneiras de implicar a presença dos refugiados no presente, contestando ou reforçando, com isso, formas tradicionais de comunalidade e solidariedade.
- Efeitos em escalada no consumo do cannabis : um estudo com consumidoresPublication . Faria, Cathy Daniela Silva de; Dias, Paulo César AzevedoO presente estudo pretende avaliar os efeitos em escalada do consumo de substâncias na iniciação da Canábis, através da recolha junto de consumidores. É um tema de elevada importância no nosso país nos últimos tempos tendo levantado variadas discussões. Participaram no estudo jovens com idades compreendidas entre os 14 e os 21 anos de idade, estudantes do ensino secundário, que preencheram o Questionário Sociodemográfico, o Cannabis Abuse Screening Test (CAST) e European School Survey Project Alcohol and Other Drugs (ESPAD). A análise de dados foi realizada através do procedimento estatístico, Statistical Package for the Social Sciences (SPSS.23). Para responder ao objetivo central realizou-se o teste de regressão linear múltipla, através do qual verificamos que o consumo precoce de tabaco e álcool influenciam cerca de 41.8% o consumo precoce da Canábis nos jovens desta faixa etária. Constatou-se que efetivamente há um consumo do Canábis elevado na população jovem portuguesa, e que este se encontra significativamente associado a consumos primários que o poderão despoletar.
- Perceção dos jovens adultos sobre a violência no namoro : estudo das diferençasPublication . Lage, Ana Fátima Fidalgo; Azevedo, Ângela Maria Pereira e SáA pertinência desta investigação surge pelo facto de que a violência no namoro tem vindo a ganhar grande visibilidade a nível não só social como também científico sendo um problema social que afeta diariamente muitos jovens adultos. Assim, a presente investigação pretende caracterizar a perceção da violência no namoro nos jovens adultos e perceber de que forma esta varia em função do género, orientação sexual, idade, habilitações académicas, nível socioeconómico, situação profissional, tipo de relação e duração da relação. Como amostra participaram 73 sujeitos que se encontravam numa relação ou que tiveram uma relação no passado, mas que atualmente estão solteiros. Os instrumentos foram aplicados apenas a um membro do casal. Como instrumentos foram utilizados o questionário sociodemográfico e o Conflict Tactics Scale (CTS2; Murray Straus,1996) adaptado para a populaçãoportuguesa por Carla Paiva e Bárbara Figueiredo no ano de 2008. Os resultados foram analisados em termos das escalas de perpetração e vitimização. Relativamente às conclusões auferidas constatou-se que referente à perceção da violência em função do género, os resultados evidenciaram que o sexo masculino reporta perpetrar e ser vítima de mais coerção sexual. Em relação à perceção da violência em função da orientação sexual, os participantes heterossexuais reportaram perpetrar mais agressão psicológica. No que diz respeito à perceção da violência e as habilitações académicas conclui-se que um nível superior de escolaridade está associado a uma menor frequência da perpetração de abuso físico com sequelas. No que concerne à perceção da violência em função da duração da relação, apurou-se que uma duração maior da relação está associada a uma menor frequência de perpetração e vitimização de coerção sexual.
- Vulnerabilidade da criança no internamento hospitalarPublication . Loureiro, Fernanda; Charepe, ZaidaIntrodução: A vulnerabilidade é um termo multidisciplinar definido como algo que pode ser facilmente influenciado ou atacado e surge associado à perda de controlo e poder com diminuição da autonomia individual (Have, 2016). Existem populações particularmente vulneráveis onde as crianças se destacam (Have, 2016; Santos et al., 2019). Decorre quer da falta de autonomia quer das particularidades do desenvolvimento que as caracterizam (Oliveira, Breigeiron, Hallmann, & Witkowski, 2014). O contexto da hospitalização infantil surge como assustador para a criança e pais (Silva, Gama, Pereira, & Camarão, 2018). Os estudos que se debruçam sobre a hospitalização focam sobretudo os pais enquanto cuidadores deixando a voz da criança para segundo plano (Loureiro, Figueiredo, & Charepe, 2019). Este facto torna a criança mais suscetível sendo necessário conhecer a sua perspetiva de forma a tornar os cuidados mais centrados na criança. Objetivos: Identificar as melhores e piores experiências da criança em idade escolar durante a hospitalização. Surge enquadrado num estudo de investigação mais amplo que visou a satisfação da criança em idade escolar e seus pais com cuidados de enfermagem durante hospitalização. Metodologia: Efetivou-se um estudo de tipo observacional, transversal e exploratório descritivo tendo como sujeitos as crianças em idade escolar (7-11 anos) hospitalizadas em unidades de internamento. A amostra, selecionada em 9 serviços de internamento em 6 hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo, foi de tipo não probabilístico (n=252). Foram definidos como critérios de inclusão: crianças dos 7 aos 11 anos; com pelo menos 24h de internamento; que saibam falar e ler/escrever português; tenham a capacidade de preencher o questionário sozinhos ou com ajuda e que aceitem participar. Enquanto critérios de exclusão: crianças com atrasos de desenvolvimento ou patologia que afete a capacidade cognitiva. Utilizou-se o instrumento Child Care Quality at Hospital (Pelander, Leino-Kilpi, & Katajisto, 2007) após adaptação e validação para português de Portugal (Loureiro, Araújo, & Charepe, 2019). O questionário integra duas questões de reposta aberta: “na minha opinião a melhor coisa do hospital é...” e “na minha opinião a pior coisa do hospital é...”. Procedeu-se a análise das respostas das crianças, utilizando como técnica a análise de conteúdo de tipo temático e frequencial (Bardin, 2013). O estudo recebeu o parecer positivo da comissão nacional de proteção de dados assim como autorização das comissões de ética / conselhos de administração de cada instituição. Foi solicitado consentimento verbal e escrito tanto às crianças como aos pais. Resultados: Foram identificadas 310 crianças, e respetivos acompanhantes (excluídas 22 crianças por apresentarem situações clínicas que interferiam com capacidade de compreensão do questionário; 12 por não terem um acompanhante presente e 9 por não saberem ler / escrever). Foram aplicados questionários a 277 crianças e devolvidos 252 (taxa de retorno de 91%). A amostra é maioritariamente composta por crianças do género masculino (52,8%; n=133) e com idade média de 8,9 anos. 84,2% (n=209) estão hospitalizadas por doença súbita com diagnósticos médicos (50,6%, n=123). 62,5% estão internados por um período ≥ 3 dias (n=157) e estão (55,4%; n=139) ou estiveram (10,8%; n=27) num quarto com outras crianças. A maioria, 63,5% (n=160), já teve experiências anteriores de hospitalização e tem os pais sempre presentes (89,2%; n=223). 34,6% (n=85) refere ter um enfermeiro/a responsável, e destes, 39 crianças identifica-o/a pelo nome (15,9%), 34,1% (n=84) refere não ter um enfermeiro/a responsável e 77 crianças (31,3%) referem não saber. A análise das respostas, no que se refere às melhores experiências, recaiu em 5 categorias: “pessoas”, “ambiente físico”, “atividades”, “resultados” e “alimentação”. No que se refere às piores experiências a análise das respostas, permitiu a categorização também em 5 categorias: “sentimentos”, “atividades”, “alimentação”, “ambiente” e “resultados”. As melhores experiências foram mais ricas em conteúdo, sendo as piores experiências identificadas frequentemente, com recurso a palavras isoladas ou frases curtas como “dor”, “pica”, “barulho” ou “tirar sangue”. Em termos gerais, as crianças relatam um maior número de “melhores experiências” (285 unidades de contexto) do que de “piores experiências” (187 unidades de contexto) sendo as duas categorias mais frequentes “pessoas” (f=113) e “ambiente” (f=81) ambas entre as melhores experiências. Conclusão: A identificação de fatores chave, como o ambiente de cuidados e os resultados, durante o internamento hospitalar, dá indicações aos enfermeiros sobre as intervenções a realizar de forma a tornar a experiência de hospitalização mais positiva e mais centrada na criança e nas suas necessidades. Este é um passo importante na identificação de aspetos que tornam a criança mais vulnerável num contexto de hospitalização.
