Browsing by Author "Diogo, Elisete Simões"
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- Famílias de acolhimentoPublication . Diogo, Elisete Simões
- Ser família de acolhimento de crianças em Portugal : motivações e experiênciasPublication . Diogo, Elisete Simões; Branco, Francisco José do NascimentoO acolhimento familiar (AF) de crianças está fracamente representado no sistema de proteção português. Não obstante ser considerada a resposta preferencial para a colocação de crianças, dados mostram que, em 2015, das 8.600 crianças em situação de acolhimento apenas 3.5% estavam em AF (CASA, 2016). A invisibilidade do AF é uma realidade inclusivamente nos trabalhos da comunidade científica portuguesa (cf. Delgado, 2007). Esta investigação contribui para uma maior visibilidade ao AF, dando voz às famílias de acolhimento, intentando compreender nomeadamente motivações, expectativas, necessidades e impactos pessoais e familiares. Algumas questões de investigação consistem em: i.) Como e porquê se tornam famílias de acolhimento? ii) Qual a experiência das famílias de acolhimento na aplicação da medida? iii) Que contributos podem as famílias de acolhimento dar para a melhoria da medida do acolhimento familiar? Assente na abordagem qualitativa, o desenho empírico consistiu na realização de entrevistas narrativas a famílias de acolhimento, entrevistas semiestruturadas a técnicos das equipas de acompanhamento e análise de processos sociais. A amostragem teórica atende ao critério de variação máxima, num total de 10 famílias enquadradas ao nível do acompanhamento por, essencialmente, duas entidades (Centro Distrital de Segurança Social e uma Fundação). A análise qualitativa dos dados adotou a orientação da Grounded Theory, com vista à elaboração de uma teoria enraizada, conforme preconizado por Charmaz (2006 e 2014). A motivação destas famílias está enraizada nos valores do altruísmo, suportada pelo afeto por crianças e pela sensibilidade à desproteção. Estes fatores, associados à biografia pessoal e profissional, e ao contacto direto ou indireto com o acolhimento residencial ou outros contextos de desproteção, produzem a predisposição para se tornarem família de acolhimento. A resiliência familiar para acolher crianças com vivências traumáticas e comportamentos desafiantes, a qualidade do acompanhamento técnico, e a manutenção do contacto com a criança após a cessação, contribuem para renovar a disposição para ser família de acolhimento. A experiência é vivenciada com desafios e recompensas. Para os participantes ser família de acolhimento constitui uma experiência compensadora considerando o reconhecimento da criança, da família, da comunidade e dos técnicos. A experiência positiva das famílias de acolhimento deste estudo evidencia a importância do alargamento e reforço do AF no sistema português, como resposta privilegiada na colocação de crianças. A qualidade dos serviços e o desempenho dos profissionais formam um elemento-chave para o sucesso do acolhimento. Esta pesquisa é um contributo para as políticas de proteção, e para a prática profissional.