Browsing by Author "Dantas, Maria Jacinta Pereira"
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- Carga de trabalho do enfermeiro de família na gestão da doença crónica : um contributo para a construção de uma matriz de referência para a dotação seguraPublication . Dantas, Maria Jacinta Pereira; Figueiredo, Maria Henriqueta de Jesus SilvaEnquadramento: A doença crónica é uma condição de saúde que se manifesta cada vez com maior expressão a nível mundial. As doenças crónicas como a diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras afetam oito em cada 1dez pessoas com mais de 65 anos na Europa, e cerca de 80% dos orçamentos de saúde em toda a EU são gastos no tratamento destas doenças. O aumento das doenças crónicas tem impacte na vida das populações e coloca exigências e desafios aos sistemas de saúde e aos seus profissionais. Os cuidados de enfermagem podem e contribuem substancialmente, para a redução da morbimortalidade e para a eficiência dos sistemas de saúde. A carga de trabalho desajustada tem vindo a ser associada a eventos adversos, nomeadamente à probabilidade do aumento do número de mortes, aumento de infeções do trato urinário, úlceras por pressão, infeções respiratórias, insatisfação com os cuidados dos enfermeiros por parte dos utentes, insatisfação profissional e fracos resultados das instituições de saúde. Neste sentido, a dotação segura de enfermeiros relaciona-se com a prestação de cuidados seguros, de qualidade e de elevada complexidade, numa diversidade de contextos. Objetivos: O presente estudo pretendeu a construção de uma matriz orientadora para a determinação da dotação segura de Enfermeiros de Família (EF), considerando a carga de trabalho associada à dimensão dos cuidados à pessoa com doença crónica em contexto dos CSP. Definiram-se como objetivos centrais da investigação: construir e validar um instrumento que permitisse identificar as intervenções realizadas pelos EF na consulta à pessoa com doença crónica; identificar preditores da carga de trabalho; determinar a carga de trabalho na consulta; desenvolver um modelo de previsão da carga de trabalho e construir uma matriz de referência para a dotação segura de EF para a gestão da doença crónica. Metodologia: No propósito de alcançar os resultados pretendidos elaborou-se um desenho de investigação constituído por três etapas designadas por: base do projeto, edificação e consolidação do projeto. Em cada etapa foram realizados estudos nos quais se adotaram metodologias e instrumentos distintos. Na etapa 1, realizou-se um estudo em dois momentos: construção e validação do instrumento de avaliação da carga de trabalho dos enfermeiros de família, para tal recorreu-se à técnica de Delphi e, na verificação da aplicabilidade prática através de um estudo piloto de cariz quantitativo, descritivo exploratório, numa amostra de 16 enfermeiros de família e 196 pessoas com doença crónica (DM, HTA, HIPO). Na etapa 2 realizou-se um estudo eminentemente quantitativo, transversal e analítico com o qual se pretendeu identificar as intervenções realizadas pelos EF na consulta à pessoa com doença crónica e determinar a consequente carga trabalho. Recorreu-se a uma amostra de 509 pessoas portadoras de doença crónica inscritos no ACeS com diagnóstico ativo de doença, e 50 EF em exercício em unidades de saúde familiar e unidade de cuidados de saúde personalizados. Na etapa 3 concretizou-se um estudo eminentemente qualitativo com recurso a grupos focais, pretendeu-se validar uma fórmula de cálculo de horas seguras para a gestão da doença crónica e definir uma matriz de dotação segura. Resultados: Na primeira etapa da investigação construiu-se um instrumento designado por Instrumento de Avaliação da Carga de Trabalho do Enfermeiro de Família (IACTENFF). O instrumento é composto por cinco dimensões que correspondem à abrangência da atuação dos EF em contexto dos CSP. Validou-se o conteúdo do instrumento e verificou-se a aplicabilidade prática das grelhas IACTENFF-CE-DIA; IACTENFF-CE-HTA; IACTENFF-CE-HIPO que constituem a dimensão da Gestão da Doença Crónica (GDC). Verificou-se que mais de 90% das intervenções dos EF estavam previstas no instrumento o que permite determinar a carga de trabalho. Na etapa 2 foram identificadas as intervenções que EF realiza no âmbito da gestão da doença crónica (AC1, AC2, AC3). A carga de trabalho do EF na consulta à pessoa com doença crónica foi definida por intervenções do tipo avaliar, ensinar, monitorizar, acolhimento, procedimentos de continuidade de cuidados entre outros. Estas intervenções permitem identificar a dimensão dos cuidados assistenciais e não assistenciais, sendo que os cuidados assistenciais contribuem de forma mais significativa para a carga de trabalho. A carga de trabalho é traduzida pelo tempo de consulta para cada área clínica correspondendo ao tempo médio de 44,4 min (AC1), 43,8 min (AC2) e 35,5 min (AC3). Foram gerados modelos de previsão do cálculo da carga de trabalho a partir das intervenções realizadas no domínio assistencial e não assistencial. Verificou-se uma distribuição equitativa da carga de trabalho pelas respetivas áreas clínicas do EF âmbito do ACeS. Na última etapa da investigação foi validada a proposta de fórmula que permite determinar o peso da gestão da doença crónica na carga total de trabalho do EF, determinou-se o valor de 772h/anuais como horas seguras para a gestão da doença crónica. Conclusão: A evidência comprovou que o instrumento IACTENFF – Gestão de Doença Crónica (GDC) é válido. Os modelos de previsão de carga de trabalho gerados podem servir de referência para determinar a composição das equipas de enfermagem, principalmente no contexto de USF/UCSP. A matriz de dotação pode servir de referência e ser utilizada ao nível micro (no contexto de unidade funcional), a nível macro (no contexto de ACeS) ou a nível nacional, na medida em que identifica valores de horas seguras. A utilização de instrumentos precisos para determinar o dimensionamento das equipas de enfermagem nas USF/UCSP poderá permitir ao enfermeiro prestar cuidados seguros e de qualidade. Estes resultados são um passo na discussão de como organizar a prestação de cuidados de saúde, principalmente sobre como determinar o tamanho adequado de uma equipa de enfermagem. A organização dos cuidados de saúde é um assunto complexo, que exige estudos direcionados no sentido de melhorar o cuidado à pessoa com doença crónica.
- Family health nurse interventions in the diabetes surveillance consultationPublication . Dantas, Maria Jacinta Pereira; Figueiredo, Maria Henriqueta de Jesus; Guedes, VirgíniaBackground: Family health nurses develop interventions aimed at the family as a unit, considering the transitions that occur throughout its life cycle, such as those resulting from the diagnosis of a chronic disease in one of its members, like diabetes. Objective: Identify the interventions performed by the family health nurse in the diabetes surveillance consultation. Methodology: Cross-sectional, exploratory, and descriptive study with a quantitative approach, using a simple randomized sample of 106 people with diabetes, who received nursing consultations from November to December 2019 in three family health units. Results: Twenty-seven assessing interventions were carried out, out of the 30 planned in the data collection tool. The eight planned monitoring interventions were performed. Of the educating type, 15 of the 19 interventions were carried out. Conclusion: Knowledge about the interventions carried out, most of which are diagnostic assessments, can contribute to the management of safe staffing of family health nurses, considering the care provided at all stages of the nursing process.
- Predictors of nursing workload in the diabetes surveillance consultation: exploratory studyPublication . Dantas, Maria Jacinta Pereira; Figueiredo, Maria Henriqueta de Jesus; Dias, António Alberto Cerqueira da SilvaBackground: The study of nursing workload is of interest because inadequate workload impacts the quality of care, patient satisfaction, professional health, and organizational outcomes. Objective: To identify predictors of nursing workload in the diabetes surveillance consultation. Methodology: A descriptive cross-sectional study was conducted using a quantitative approach. A sample of 242 people diagnosed with diabetes mellitus and 44 nurses was used. Data were collected through self-completion by the nurses who participated in the study. Results: The predictors of workload are distributed between care and non-care interventions. In the care domain, the assessing, monitoring, and educating interventions have the highest predictive value. The non-care interventions are care documentation and continuity of care procedures. The workload is reflected in the time spent carrying out the interventions, with a mean consultation time of 44.4 minutes. Conclusion: Care interventions have the highest predictive value for nursing workload, but the non-care domain should be considered.
