Browsing by Author "Bernardes, Rafael Alves"
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- (Contornos da) formação especializada em enfermagem de reabilitação (1965 - 1987) em PortugalPublication . Correia, Nuno Miguel Catela; Bernardes, Rafael Alves; Parola, Vitor; Neves, Hugo; Subtil, Carlos; Queirós, PauloIntrodução: O surgimento da formação especializada em enfermagem de reabilitação foi um marco importante na História da Enfermagem em Portugal e na década de 60 do século XX surgiram medidas pioneiras que prepararam a sua programação. O primeiro plano de estudos surgiu em 1965 e foi reformulado quatro vezes até 1987. Metodologia: Recurso ao método histórico, com análise documental narrativa e descritiva de fontes primárias constantes dos planos de estudos dos cursos de especialização em enfermagem de reabilitação de 1965 a 1987. As principais variáveis de interesse foram: motivo da criação dos cursos, conhecimento científico nos planos de estudo, relação com contexto nacional, carga letiva, e relação com as funções desempenhadas pelos enfermeiros em resposta aos cuidados de saúde. Resultados: Os sete planos de estudos analisados revelaram a constante evolução da especialidade, sobretudo pela alteração da carga horária, progressivamente mais intensa, e com maior interligação entre teoria e prática. A introdução de novos conteúdos mais especializados, foi fruto da complexidade de cuidados e da influência de revisões por grupos de trabalho constituídos por enfermeiros e médicos. A introdução de áreas transversais como pedagogia e investigação permitiram enriquecer e afirmar a Enfermagem de Reabilitação no seio da disciplina e da área da saúde em Portugal. Discussão: A criação do primeiro curso de especialização, segundo o modelo norteamericano, foi pressionada pelo elevado número de vítimas da Guerra colonial, iniciada em 1961. Com o avanço do conhecimento científico e atendendo ao contexto do país, os planos de estudos foram reestruturados, sendo reconhecida a especialidade através do DecretoLei n.º 265/83, levando ao surgimento de escolas Pós-Básicas em Lisboa, Porto e Coimbra. Neste processo houve sempre aumento progressivo da carga letiva dos diferentes planos de estudos associada a um aumento da complexidade das funções desempenhadas pelo enfermeiro especialista. Conclusão: A formação especializada em enfermagem de reabilitação desenvolveu-se através de diferentes influências, primeiramente norte-americanas e inglesas associadas ao contexto do país, que possuía diferentes carências relacionadas com o processo reabilitativo. Houve um acompanhamento da evolução dos conhecimentos técnico-científicos e das alterações sociodemográficas que se consolidavam no país.
- O perfil podológico de estudantes de enfermagem em ensino clínico : recomendações para o autocuidadoPublication . Bernardes, Rafael Alves; Berenguer, Sílvia Maria Alves Caldeira; Cruz, Arménio GuardadoIntrodução. O ensino clínico é um ambiente potencialmente agressivo para o pé e tornozelo dos estudantes de enfermagem. A dor e desconforto nesta região tem consequências negativas para a qualidade de vida dos estudantes e pode contribuir para a intenção de desistir do curso. A capacidade de cuidar de si é essencial para cuidar dos outros, pelo que é importante ajudar os estudantes a implementarem intervenções de autocuidado, bem como dotarem as instituições de ferramentas eficazes nesse sentido. Atualmente, não existem recomendações específicas nesta área. Objetivos. Identificar a caracterizar o perfil podológico de estudantes de enfermagem em ensino clínico e desenvolver recomendações para o autocuidado com o pé. Métodos. A investigação foi dividida em cinco estudos: uma revisão scoping, para mapear as principais lesões no pé em enfermeiros; uma revisão narrativa, de forma a descrever características adequadas para calçado em enfermeiros; um estudo metodológico, para adaptação e validação de dois instrumentos associados à saúde do pé (Nurses Foot Care Knowledge test e Self-Administered Foot Health Assessment Instrument); um estudo longitudinal prospetivo, para avaliar a alteração do perfil podológico dos estudantes em Ensino Clínico; e um painel de peritos, para validação de uma versão preliminar das recomendações para autocuidado. Resultados. A lesão mais comum a nível do pé e tornozelo em contextos de ortostatismo prolongado é a dor, que pode ser mais prevalente do que noutras regiões, como a lombar ou cervical. Neste sentido, e atendendo também à fadiga muscular associada, o calçado suave, antiderrapante e com palmilhas amortecidas é o mais indicado. O estudo metodológico permitiu obter dois instrumentos com valores aceitáveis de validade interna e simples de utilizar pelos estudantes. O instrumento de autoavaliação da saúde do pé (IAASP) obteve um alfa de Cronbach de 0,653 e o do conhecimento acerca do cuidado ao pé (TCE-CP) um valor de 0,893. O estudo prospetivo realizado com 54 estudantes revelou que, após cinco meses de ensino clínico, cerca de 25% reportaram sintomatologia dolorosa pela primeira vez, com uma correlação positiva com ansiedade/depressão (0,540; p<0,05). Após cinco meses, as lesões reportadas pela primeira vez, ou com um aumento significativo em relação ao início, foram edema (11; 20,4%) e dor (23; 43,6%). Por outro lado, valores elevados de pressão no calcanhar correlacionaram-se positivamente com a força máxima e área de contacto, bem como com dor na coxa. A pressão foi considerada um preditor importante do perfil podológico dos estudantes. As recomendações de autocuidado devem focar o calçado personalizado, um programa de exercícios com recurso a imagens e vídeos, promoção da saúde através de avaliações pela saúde escolar e consciencialização das instituições para a temática. Conclusão. O perfil podológico dos estudantes de enfermagem expostos a contextos de ortostatismo prolongado é caracterizado por um aumento discreto na força máxima e área de contacto exercida, cujo preditor principal é a pressão, e cujos antecedentes primários são as lesões anatómico-funcionais do pé (ex.: calos, calosidades, deformidades menores). As principais recomendações que os estudantes devem seguir para cuidar do pé são: utilizar calçado personalizado, dependente não só do seu perfil podológico, como do estilo de vida que adota; avaliar a força e pressão que exercem obrigatoriamente uma semana antes do Ensino Clínico e, opcionalmente, aos três, seis e doze meses; praticar exercício físico frequente, focando os membros inferiores e pé.
- Práticas de enfermagem na reeducação profissional de soldados na Casa Pia de Lisboa durante a I Guerra MundialPublication . Correia, Nuno Miguel Catela; Subtil, Carlos Lousada; Queirós, Paulo Joaquim Pina; Bernardes, Rafael AlvesNo período da Primeira República em Portugal, no decorrer da I Guerra Mundial, implementou-se, com base na experiência de ensino da Casa Pia de Lisboa, a reeducação profissional tendo sido particularmente importante na recuperação de mutilados e estropiados de guerra. Objetivo: Interpretar e analisar quais as práticas das enfermeiras na reeducação profissional de soldados portugueses no Instituto de Reeducação de Mutilados de Guerra de Santa Izabel na Casa Pia de Lisboa durante a I Guerra Mundial. Metodologia: Recurso ao método histórico para a síntese da narrativa histórica. Resultados: Encontram-se referências importantes nos Anuários da Casa Pia de Lisboa a funções exercidas pelas enfermeiras nomeadamente “a propaganda que as sr.as enfermeiras fizeram junto dos feridos sobre as vantagens da reeducação”; o “tratamento massoterápico”; “os tratamentos pela massagem” e ainda ao “papel importantíssimo” das senhoras (enfermeiras) na “pequena enfermaria” chefiada pelo Dr. V. Pontes onde havia um pequeno serviço de “massotherapia”, uma oficina de “prothese provisória” e um laboratório de exame de aptidões. Conclusão: Confirma-se que as enfermeiras desempenharam um papel importante nos serviços de “reeducação preparatória” no Instituto de Reeducação de Mutilados de Santa Izabel da Casa Pia de Lisboa, intervindo de forma diferenciadora e eficaz, obtendo um bom reconhecimento.