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Authors
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Abstract(s)
Introdução: satisfação com os cuidados de saúde tem sido investigada por várias disciplinas enquanto indicador
relevante de qualidade relacionado com o estado de saúde dos utentes (1). A satisfação com os cuidados de
enfermagem é uma forma eficaz de avaliarmos o resultado das intervenções de enfermagem (2).
Desconhecemos estudos que evidenciem o grau de satisfação da população consumidora de drogas cuidada por
enfermeiros. Este estudo tem como objectivos: Avaliar o grau de satisfação com os cuidados de enfermagem,
assinalado por utentes dependentes de drogas e identificar que variáveis se relacionam com a satisfação.
Materiais e Método: Desenvolvemos um estudo quantitativo, descritivo, correlacional, com uma abordagem
transversal. Estudamos 180 dependentes de opiáceos integrados em programas de manutenção com metadona
através de uma amostragem probabilística aleatória sistemática. O instrumento de colheita de dados foi composto
por um questionário de caracterização sociodemográfica, dados clínicos e comportamentais relacionados com o
consumo de drogas. Utilizamos a escala “Satisfação dos utentes com os cuidados de enfermagem no centro de
saúde (SUCECS26)” (2).
Resultados: A amostra é essencialmente de género masculino (73,3%). Média de idade de 41,06 [24-69]; dp=7,58.
Escolaridade acima do 9º ano 17,2%. Solteiros 55,6%. Desempregados 48.3%.
Assinalaram consumos de substâncias 71,1%. Comorbilidades 75%. A média de anos a consumir 16,8.
A satisfação apurada com a adaptação da escala a 22 itens e com um intervalo de resposta possível entre os 0 aos
66 valores foi, 55,4 [33-66]; dp=6,43, que equivale a 83,29% de satisfação. Nas subescalas apuramos: “individualização da informação” 98,5%; “formalização da informação” 93,4%;
“qualidade na assistência” 88,8%; “promoção de elo de ligação” 88,6%; “envolvimento do doente” 78,4%;
“informação de recursos” 50,7%. Verifica-se que a satisfação com os cuidados de enfermagem, é muito boa na
generalidade e em todas as subescalas, exceto, no que refere a disponibilização para informar sobre recursos ao
dispor do utente. As dimensões onde há mais satisfação são relacionadas com a informação sobre o utente
(individualização e formalização). Contribuem para mais satisfação: Um maior número de intervenções de
enfermagem (F=17,096; p<,05); menor número de entradas no programa (r=-,220; p<,001); Não consumir
estimulantes (t=2,192; p<,05) e benzodiazepinas (t=3,434; p<,05).
Discussão e Conclusão: Os utentes valorizam a participação nas decisões e a informação sobre a sua saúde (3).
Maior satisfação com os cuidados vai contribuir para mais adesão terapêutica, melhores resultados funcionais,
melhor humor e mais auto-cuidado (4–6). Ter perturbação mental, associa-se a menos satisfação, o que reforça a
necessidade de uma melhor avaliação dos utentes e intervenções mais direcionadas (7). A satisfação apurada
resulta dos cuidados prestados. A individualização e formalização da informação, qualidade na assistência, envolver
o doente e atuar enquanto elo de ligação, surgem como dimensões valorizadas. Consideramos que a dificuldade ou
ausência de respostas às muitas necessidades, causadas pelas condições socioeconómicas e comorbilidades, levam
a manifestar menor satisfação em relação aos cuidados de enfermagem, enquanto fonte de informação de recursos
para fazer face a essas necessidades. A permanência nos programas e a satisfação com os cuidados são fatores
protetores que reforçam a necessidade de programas mais flexíveis, que atendam a mais necessidades e previnam
o abandono do tratamento.
Description
Keywords
Enfermagem Dependência de drogas Satisfação com os cuidados Saúde mental Programa de metadona
Citation
SEABRA, Paulo, SÁ, Luís, AMENDOEIRA, José - A satisfação com os cuidados de enfermagem em pessoas dependentes de substâncias. In INTERNATIONAL SEMINAR ON NURSING RESEARCH, 9th, Porto, 2015 – Proceedings. Porto : Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde, 2015. ISBN 978-989-97041-3-8. p. 55