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Diversos autores têm entendido a escrita de argumento como alicerçada na intriga e na personagem. Tanto a generalidade dos designados how-to-books como as publicações de caráter narratológico, exploram a relação entre aquelas duas componentes da narrativa num sentido preferencial – aquele que subordina a personagem à estrutura da intriga. Ao invés, autores como Horton (1994) propõem uma abordagem centrada na personagem, cuja complexidade permite trilhar o percurso criativo oposto. Que ferramentas permitem operar esse processo? Por outras palavras, como podemos criar uma intriga a partir de uma personagem? Este trabalho procura responder à questão, propondo tanto uma matriz teórica quanto estratégias práticas construídas no âmbito de um estudo teórico-empírico em curso (Castro, 2016), que se debruça sobre as formas construção de personagem usadas por artistas de diversas áreas. Assim, equaciona-se o papel de conceitos psicanalíticos (como splitting, negação e projeção) na exteriorização da multivocalidade interna do protagonista em elementos narrativos, como o conflito e a transformação. Em paralelo, são apresentadas estratégias práticas para externalizar o mundo interior da personagem, num processo de formação sígnica. A transformação da personagem revela-se como uma dissociação das relações sígnicas inerentes ao conflito narrativo: no final, uma morte simbólica do protagonista permite (re)encontrar o significado fundamental, até então obscurecido pelo foco no significante.