Repository logo
 
Loading...
Thumbnail Image
Publication

Biopolítica e pandemia: que futuro queremos?

Use this identifier to reference this record.
Name:Description:Size:Format: 
121218681.pdf229.22 KBAdobe PDF Download

Advisor(s)

Abstract(s)

Este artigo pressupõe que o contexto pandémico que atravessamos tem consequências negativas em termos éticos e políticos. O isolamento social mantémnos cada vez mais separados dos nossos pares e o risco da nossa sobrevivência torna legítima uma política exclusivamente centrada em preocupações vitais. Em termos políticos, esta situação pode ser compreendida como o culminar de uma biopolítica que, de acordo com Foucault, se tem instalado desde o século XVIII e que, segundo Agamben, é plenamente concretizada no mundo contemporâneo. Os textos deste autor sobre a pandemia são marcados por três características fundamentais: negacionismo, crítica à acção governativa e uma preocupação com o futuro. Este artigo sublinha esta última característica, equacionando os enormes riscos que enfrentamos quando é apenas a sobrevivência que está em causa. Contudo, é igualmente importante compreender que a radicalização da biopolítica a que assistimos no mundo actual, e que se constitui como uma novidade, traz consigo a oportunidade para pensar, que todas as crises proporcionam. É este o momento de nos questionarmos acerca do mundo pós-pandémico que queremos. Será certamente um mundo eticamente mais solidário e no qual a participação política permite discutir e exercer a liberdade e os direitos no contexto de uma vida qualificada que transcende a mera sobrevivência.
This article assumes that the pandemic context has negative consequences in ethical and political terms. Social isolation keeps us more and more away from our peers and the risk of our survival legitimizes a politics centered on exclusively vital concerns. In political terms, this situation can be understood as the culmination of a biopolitics that, according to Foucault, has been installed since the 18th century and, according to Agamben, is fully realized in the contemporary world. His texts on the pandemic are marked by three fundamental characteristics: denialism, criticism of government action and a concern for the future. This article highlights this last characteristic, understanding the enormous risks we face when it is only survival that is at stake. However, it is equally important to understand that the radicalization of biopolitics that we see in the current world, which is a novelty, brings with it the opportunity to think that all crises provide. It is time to ask ourselves about the postpandemic world that we want. It will certainly be a world that is ethically more supportive and in which political participation allows to discuss and exercise freedom and rights in a qualified life that transcends mere survival.

Description

Keywords

Biopolítica Ética Futuro Pandemia Política Biopolitics Ethics Future Pandemic Politics

Pedagogical Context

Citation

Research Projects

Organizational Units

Journal Issue