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- Poetic(as) politics : performance practices and the spectatorPublication . Trincão, Ana Isabel Salgueiro; Silva, Ana Luísa dos Santos Diniz daA ideia da coreografia enquanto conceito expandido (Krauss, 1979) ou independente da dança, é uma forma de interpretar o comportamento social, adequado aos modos de organização dos corpos no espaço sociopolítico. Segundo Andrew Hewitt, a coreografia neste sentido, não representa esteticamente a política, não reflete a ordem política, mas é sim aquilo que a posiciona (2005). Por sua vez, a dança, é o espaço da aparência (Arendt, 1958), e atende ao desejo de desinibição intelectual (Oiticica, 1967). Sendo tanto a dança como a coreografia compostas por relações espácio-temporais entre corpos em movimento, podem gerar modalidades (ferramentas) de (des)ordenação e de (des)organização de grupos compostos por pessoas, animais, objectos e matérias. Relações estas que, potencialmente, expressam as interdependências entre micropolítica e macropolítica (Rolnik, 2017a). Durante os processos criativos associados a estes meios artísticos, a produção de conhecimento(s) constitui-se a partir de uma lógica particular de pensamento e de ação. Assim, nesta tese, a pergunta de investigação desenha-se na seguinte forma: que tipo(s) de conhecimento(s) estamos a criar com estes modos de ativação? Partindo de uma abordagem multidisciplinar, permeada de ferramentas para pensar (Stengers, 2005), teóricas, técnicas e práticas, apresenta-se aqui uma investigação que se centra na ideia de prática enquanto tecnologia de si, Foucault (1998), seja ela artística ou cultural, como forma de aquisição de conhecimento(s). Por práticas, são aqui consideradas atividades realizadas de forma sistemática que geram uma técnica ou uma metodologia e que compõem uma variedade de modalidades relativas ao corpo, ás relações entre os corpos e os modos de organização dos corpos no espaço individual e social. Nesta investigação analisam-se dispositivos coreográficos, metodologias de dança e práticas culturais, como exemplos que intentam compreender e explicar como a produção de conhecimento(s) acontece e quais os tipos de conhecimento(s) são permitidos por meio destes dispositivos, e o que têm a oferecer ao espectador contemporâneo. Desta forma, o trabalho concentra-se em analisar como estas metodologias, podem contribuir para a formação de novas subjetividades - daí um novo indivíduo, um novo corpo social e novos corpos políticos, no contexto social assim como no artístico.