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- Estudo RN4Cast em Portugal: ambientes de prática de enfermagemPublication . Jesus, Élvio Henriques de; Roque, Sofia Maria Borba; Amaral, António Fernando SalgueiroEnquadramento: Na perspetiva de (Lake, 2002) os ambientes de prática de enfermagem favoráveis caraterizam-se pela adequação de recursos humanos e materiais, participação efetiva dos enfermeiros na governação interna das organizações, existência de fundamentos de enfermagem para a qualidade dos cuidados, gestão, liderança e suporte aos Enfermeiros e boas relações entre os diferentes grupos profissionais, particularmente entre médicos e enfermeiros. Tais ambientes, à luz da evidência científica das últimas décadas, produzem impactos significativos aos níveis da qualidade e segurança dos cuidados aos utentes, da saúde e bem-estar laborais dos profissionais e da qualidade, produtividade e efetividade dos serviços, organizações e sistemas de saúde. À semelhança de outros países, têm sido realizados alguns estudos sobre este fenómeno em Portugal. Porém, realizados em contextos organizacionais regionais, tornando-se necessário alargar esta investigação a múltiplos centros, preferencialmente de âmbito nacional e internacional. Objetivo: Descrever a perceção dos enfermeiros de serviços médico-cirúrgicos dos hospitais portugueses relativamente aos ambientes de prática de enfermagem e sua relação com algumas variáveis sociodemográficas e profissionais. Material e métodos: Estudo quantitativo, observacional, transversal, envolvendo 2235 enfermeiros de unidades médico-cirúrgicas de adultos de 31 Hospitais portugueses. Os dados foram colhidos através da aplicação da Practice Environment Scale of the Nursing Work Index (PES--NWI) e de um questionário sociodemográfico e tratados com recurso à estatística descritiva e analítica. Resultados: Os dados revelaram ambientes de prática de enfermagem desfavoráveis na maior parte dos hospitais portugueses, embora existindo grande variabilidade entre organizações e, nestas, entre serviços. As dimensões que se verificaram mais críticas foram, respetivamente, a adequação de recursos humanos e materiais, a participação dos enfermeiros na governação hospitalar e a gestão, liderança e suporte dos enfermeiros. As mais favoráveis foram fundamentos de enfermagem para a qualidade e a relação entre médicos enfermeiros, embora com um score muito próximo do limiar do ponto de corte da escala (2,5). Apenas se verificou significância estatística (p=0,05) na relação entre os ambientes de prática e as variáveis: dimensão do hospital (número de camas), grupo etário e antiguidade profissional dos participantes no hospital. Conclusão: A qualidade dos ambientes de prática de enfermagem nos hospitais portugueses evidenciada neste estudo requer uma imediata e profunda intervenção por parte dos diferentes responsáveis políticos e dirigentes associativos, profissionais e organizacionais, especialmente nas dimensões adequação de recursos humanos e materiais, participação dos enfermeiros na governação hospitalar e gestão, liderança e apoio dos enfermeiros. Estudos longitudinais, de casos de sucesso/insucesso nestes e noutros contextos de cuidados são igualmente requeridos.