Browsing by Issue Date, starting with "2016-05-05"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Qualidade de vida e complicações dos portadores de ostomia de eliminaçãoPublication . Alves, Paulo; Miranda, Liliana; Teixeira, Cátia; Silva, Neida Isaías; Paiva, CarlaIntrodução: A problemática da ostomia provoca na pessoa, uma situação de elevado stress, que pode decorrer do diagnóstico, bem como da intervenção cirúrgica, podendo provocar alterações na sua qualidade de vida. A qualidade de vida da pessoa portadora de uma ostomia de eliminação irá depender da sua aprendizagem ao nível do autocontrole comportamental, da autonomia pessoal e da aprendizagem social (1). A intervenção cirúrgica da qual resulta a construção de uma ostomia de eliminação, leva a pessoa ostomizada a recorrer a comportamentos adaptativos e estratégias de resolução de problemas. A resposta à problemática causada pela construção de um estoma, é influenciada pelas características pessoais de cada um, bem como as variações externas, a qualidade do suporte familiar, económico e assistencial recebido durante as fases do tratamento cirúrgico que originou a ostomia (2). O objetivos deste estudo foram: caracterizar a pessoa ostomizada; identificar as complicações mais comuns no pósoperatório; conhecer a percepção da pessoa ostomizada sobre a adaptação à sua nova condição de vida; identificar o impacto provocado pela ostomia de eliminação intestinal nos estilos de vida da pessoa; e, avaliar a sua qualidade de vida. Material e Métodos: Estudo exploratório de caráter transversal, num paradigma quantitativo, com uma amostra de conveniência constituída por todos os portadores de ostomia de eliminação intestinal, provisória ou definitiva, de ambos os sexos que aceitaram participar no estudo, com tempo máximo de cirurgia 3 meses, em oito instituições nacionais. O estudo pela realização de uma entrevista pela enfermeira responsável pela consulta de estomaterapia e respetivo preenchimento de um questionário. A colheita de dados realizou-se no período entre 1 de Junho de 2014 a 31 de Março de 2014. O estudo foi autorizado pelas respetivas comissões de ética de cada instituição. Resultados: Foram obtidos 224 Questionários completas, 68% do sexo masculino e 32% do sexo feminino, com idade média de 65,33 anos (dp=14,01) e mais de 70% tem como formação académica o 1 ciclo. Foi ainda possível caracterizar que 60,3% dos portadores com ostomia refere ter prestador de cuidados; 20% vivem sozinhos; e 22% referem dependência económica de terceiros. Quanto à sua situação de saúde 25% dos pacientes consideraram o seu estado de saúde como mau, e quando em comparação com 5 anos atrás 80% pensam que é pior (p <0,001). Ao nível da situação económica de acordo com a classificação de Graffar em que 39% pertenciam às classes III e IV baixo nível económico ou pobre. A funcionalidade da família, foi avaliada pelo teste de Apgar, que demonstrou que a (17%) pertence a uma família com moderada a alta disfuncionalidade. Relativamente à tipologia do estoma 75% são colostomizados e 25% ileostomizados, destes 61% são temporários, 62,9% são proeminentes como característica anatómica, e a causa mais prevalente da confecção do estoma (69,5%) são as neoplasias. As complicações mais comuns no estoma identificadas no mês anterior ao estudo: retração (3,2%), edema (3,2%), deiscência da sutura (2,7%) e prolapso (2,7%). Quanto as complicações mais comuns na pele peri-estoma, o eritema cutâneo (30%) foi a complicação mais prevalente. Sobre o impacto da estilos de vida ostomia: 42% dos portadores de ostomia têm uma percepção negativa da sua qualidade de vida, 7,5% destes utentes ainda rejeita o seu estoma e 36,6% resigna-se com a sua situação, pese embora 63,8% referem ter ficado deprimidos depois da confecção da ostomia. Quanto às principais alterações nas atividades de vida diárias 74% deixaram de trabalhar, 17,4% tem dificuldades em vestir-se e/ou adaptar o seu vestuário; 62,9% dos ostomizados alterou/adaptou a sua dieta à sua nova condição; 51% referem redução da atividade sexual e 42% dos homens relataram problemas com ereção. Conclusões: A autonomia, independência e a qualidade de vida, constituem temas de crescente relevância, na prestação de cuidados, mas relacionadas com a pessoa portadora de ostomia são ainda escassas. Estes resultados ajudam a compreender complicações estoma e facilitar a adaptação a esta transição. Identificar precocemente complicações no estoma e pele peri-lesional , bem como a sua prevenção, permite reduzir custos e redução da qualidade de vida. Tendo em conta as necessidades identificadas neste estudo é passível de se implementar programas educacionais para portador de ostomia e prestador de cuidados.
