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- Entre preto e branco para uma estética monocromática do cinema depois do TechnicolorPublication . Neves, Jaime; Feray, JennyA 28 de Dezembro de 1896 no "Grand Café" em Paris os Irmãos Lumière apresentam L'Arrivée d'un Train à La Ciotat - a primeira projecção cinematográfica da história. Com a invenção do Cinematógrafo os Irmãos Lumiére apresentaram ao mundo uma nova arte que rapidamente se tornaria uma indústria milionária. Em 1927 a Warner Brothers revoluciona com o filme The Jazz Singer, um musical que pela primeira vez na história do cinema possuía alguns diálogos e cantigas aliados a partes totalmente sem som. Um ano mais tarde, em 1928, a Warner Brothers conclui a revolução sonora com o filme The Lights of New York - o primeiro filme com som totalmente sincronizado. Utilizando a revolucionária e inovadora tecnologia Technicolor, em 1935, o cinema apresenta-se pela primeira vez a cores com Becky Sharp, filme realizado por Rouben Mamoulian. O preto e branco liberta-se então da imposição técnica e passa a assumir um novo estatuto enquanto estética alternativa, distinta e distante da fealdade proporcionada pela cor. Uma opção monocromática que reclama um maior envolvimento do espectador enquanto, ao mesmo tempo, minimiza factores de distração e maximiza momentos de concentração. Uma estética a preto e branco que se funde numa atmosfera muito própria, muitas vezes potenciada através de motivações afectivas e culturais do espectador disponível e menos sensível aos apelos comerciais da indústria, quer cinematográfica quer televisiva, onde a cor impera. Mais de um século de evolução tecnológica têm ditado profundas mutações na arte de fazer cinema. O aparecimento do sonoro e, mais tarde da cor, revolucionaram e provocaram impactos profundos. Se o sonoro permitiu que o espectador passasse a viver num ambiente novo e ambicionado e pôs término a um cinema mudo e porventura pouco sedutor, o aparecimento da cor não provocou ruptura. Com o Technicolor os filmes puderam passar a apresentar cor mas a produção de cinema a preto e branco nunca deixou de existir. Pelo contrário, ao longo da história do cinema vários foram os movimentos que no preto e branco encontraram motivação e sentido. Uma estética com tradição e com futuro, ao mesmo tempo inovadora e portadora de uma modernidade que muitas vezes, para alguns espectadores, assume mesmo características de novidade.
