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- Reabilitação do doente oncológico da cabeça e pescoço : considerandos clínicos e protocolos da atuaçãoPublication . Correia, Sandrine Fernandes; Mendes, Rui Alberto AmaralO tratamento dos tumores da cabeça e pescoço envolve a realização de cirurgias com elevada morbilidade, com o recurso concomitante, ou não, à radio e/ou quimioterapia. Os doentes submetidos a ressecções cirúrgicas da maxila e/ou da mandíbula veem a sua função mastigatória e a estética oro-facial frequentemente comprometida, pelo que é importante proceder à reabilitação dos defeitos resultantes, sob pena do tratamento induzir importantes implicações na qualidade de vida do doente. A presente dissertação de mestrado teve como objetivo conhecer e discutir, à luz do “estado da arte” os protocolos de atuação clínica aplicados em doentes com cancro da cabeça e pescoço, sendo o locus de estudo o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia. Para o efeito, procedeu-se à revisão de 5 casos clínicos de doentes com cancro da cabeça e pescoço e à discussão e revisão da literatura recorrendo à análise de artigos científicos publicados em revistas referenciadas no Index Medicus, utilizando para tal os motores de busca PUBMED, EMBASE e MEDLINE OVID. Durante muitos anos, próteses acomodadas diretamente sobre os tecidos remanescentes foram utilizadas na tentativa de minimizar as mutilações decorrentes do tratamento. Nos casos por analisados, todos os doentes foram submetidos a cirurgia (maxilectomia e mandibulectomia), dos quais dois deles foram sujeitos a radioterapia. Os efeitos decorrentes da radioterapia podem comprometer a reabilitação dado que a radiação reduz a vascularização e induz processos de hipóxia, interferindo no processo de cicatrização. Com efeito, os doentes sujeitos a radioterapia tiveram que ser submetidos a nova cirurgia para colocação de novo enxerto, tendo afetado a sua qualidade de vida. Ainda neste âmbito apurou-se igualmente que, em todos os doentes, houve um impacto negativo da cirurgia na sua qualidade de vida. No entanto, os seus discursos demonstraram que esse impacto, apesar de negativo, não foi tão devastador como esperavam, reconhecendo, inclusive, que esta foi uma segunda oportunidade de vida. Constatou-se que a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia são as formas terapêuticas disponíveis para o cancro da cabeça e pescoço. A sua combinação e a sua ordem dependem de vários fatores, como estádio clinico, localização anatómica, dimensão do tumor, histologia e dados do doente, como, por exemplo, a idade, a condição geral, entre outros. Como tal, um pré-operatório adequado, associado a um planeamento cirúrgico e um eficaz acompanhamento pós-operatório constitui a melhor garantia no êxito de toda a intervenção. Neste contexto, a reabilitação dos defeitos oro-faciais resultantes do tratamento oncológico são de extrema importância para minimizar a morbilidade e as implicações na qualidade de vida. Importa, por isso, que o médico dentista faça parte integrante da equipa hospitalar de forma a avaliar o protocolo de actuação mais indicado no que concerne à reabilitação destes doentes.