Browsing by Issue Date, starting with "2012-10-29"
Now showing 1 - 6 of 6
Results Per Page
Sort Options
- Ensino profissional : construir um projeto de vida : retratos de uma missão possível nas escolas secundárias públicasPublication . Novo, Carlos Alberto Gomes Lopes; Palmeirão, CristinaO presente trabalho reflexivo versa sobre a minha vivência dos últimos seis anos de carreira que considero muito significativa no meu percurso profissional, uma vez que diz respeito ao desenvolvimento de uma nova modalidade de ensino para as escolas secundárias públicas. Essa experiência visou a implementação e o desenvolvimento de cursos profissionais de nível secundário e foi vivida entre os anos letivos 2006/2007 e 2010/2011 no Agrupamento de Escolas de Melgaço e, no último ano letivo 2011/2012, na Escola Secundária de Monção. Estes cursos pretendem formar profissionais, valorizando, por isso, o desenvolvimento de competências para o exercício de uma profissão. São cursos para alunos que têm aspirações e vocações diferentes: ingresso no mercado de trabalho após a conclusão do 12º ano de escolaridade, dominando as competências básicas para o desempenho de uma profissão e permitindo o prosseguimento de estudos. Os cursos profissionais devem enquadrar os jovens de forma atualizada e integrada no mercado de trabalho, como profissionais completos e como cidadãos esclarecidos e participativos. Esta reflexão inicia-se com a narração dos factos ocorridos nesses seis anos, no desenvolvimento de cursos profissionais que foram caraterizados pela mudança, pelo trabalho colaborativo, pelo envolvimento dos intervenientes, pela escola aprendente, pela imagem social desses cursos e pelo sucesso dos alunos, e que favoreceram a minha emancipação profissional. Posteriormente efetuou-se a sua elucidação e interpretação à luz de quadros teóricos das Ciências da Educação. A reflexão sobre a experiência vivida no terreno, em duas escolas totalmente diferentes, mostra a importância do desenvolvimento, com qualidade, do ensino profissional por parte das escolas secundárias públicas, no sentido de cumprir as metas definidas no Programa Nacional de Reformas, Portugal 2020.
- Processos de mudança como possibilidade de desenvolvimento profissional : uma narração biográficaPublication . Cardoso, Ana Margarida Chambel Filipe Rodrigues; Alves, José Joaquim Ferreira MatiasO desenvolvimento profissional é um processo que envolve aprendizagens, mudança e crescimento profissional. Entende-se o desenvolvimento profissional dos professores como um processo individual e coletivo, que se concretiza no local de trabalho do docente, a escola, e que contribui para o desenvolvimento das suas competências profissionais, através de experiências tanto formais como informais, num processo a longo prazo, e no qual se integram diferentes tipos de oportunidades e experiências que promovem o crescimento e desenvolvimento do professor (Marcelo, 2009). O presente relatório reflexivo pretende evidenciar a relevância e implicação da abertura à mudança de práticas, da emergência de processos conducentes à inovação e do surgimento de uma cultura colaborativa no desenvolvimento profissional em contexto. Num estilo de narrativa biográfica, é feito o relato dum conjunto de experiências profissionais significativas, vividas numa fase do percurso profissional posterior à mudança de uma escola particular, com setenta e cinco anos de existência, para uma escola nova, igualmente particular, mas acabada de fundar e apostada na capacidade de inovação e de assumir uma identidade própria, assente no legado de uma pedagogia inaciana. A experiência pessoal e profissional de integração na direção desta nova escola é determinante na caracterização desta etapa da vida profissional e vem revelar-se marcante como experiência de desenvolvimento profissional. A possibilidade de participação direta no pensar dos meios para habilitar a escola à aplicação de novas estratégias de desenvolvimento curricular e a outros aspetos inovadores da prática do ensino e da organização escolar, o envolvimento pessoal na emergência duma cultura colaborativa, o acompanhamento e troca de experiências com professores, capacitante de mais confiança e redução das suas incertezas, revela-se marcante nesta etapa do percurso profissional, pela implicação, enquanto docente, nos diferentes aspetos cognitivos, afetivos e relacionais da profissão. A reunião de condições conducentes à criação e sustentabilidade de um ambiente de trabalho inovador, desafiador e produtivo identifica-se como oportunidade de construção de formação e crescimento profissional.
- Autonomia : nós e um novo modo de agirPublication . Rocha, José António Silva da; Alves, José Joaquim MatiasÀ luz de um percurso profissional significativo, marcado por episódios e acontecimentos interpelantes e influenciadores, entendeu-se desenvolver e aprofundar o conceito de autonomia das escolas no presente relatório reflexivo, na perspetiva da urgência de mudar um “estado de coisas” inadequado, podendo propiciar o aparecimento e a construção de novos espaços públicos de educação. O conteúdo do relatório suporta-se, em primeiro lugar, na tese de que face a um estado centralista, uniformizante e normativo, que tem invadido o nosso cenário educativo, nas últimas décadas, importa transferir o centro do sistema educativo para o “coração” da escola, para o mundo da vida, como diz Habermas, pois é aí, na base de contextos singulares e problemas concretos das pessoas e da escola, que podemos construir um outro tipo de autonomia desenvolvendo projetos educativos personalizados e inovadores, de base local, encontrando, no fundo, respostas tipo medida. Em segundo lugar, a tese de que a escola deve recentrar a sua ação na aprendizagem e na missão de ensinar (proposta de retraimento formulada por Nóvoa), não deixando, no entanto, a escola de ter um papel central na convocação da sociedade (famílias, associações, universidades,…) para a assunção da sua função social, importando, assim, privilegiar um tipo de regulação sociocomunitária, policêntrica que integre a dimensão educativa e a dimensão social, tão importantes para a resolução dos problemas das crianças e dos nossos jovens. No primeiro capítulo, e pelo privilégio que tive, ao longo destes doze anos, de estar comprometido e envolvido numa atividade de conteúdo social, neste caso, como dirigente de uma Instituição Particular de Solidariedade Social, fiz uma viagem entre estes dois mundos, comparando-os, relatando-os e circunscrevendo-me sempre à volta do conceito de autonomia. Enfatiza-se neste capítulo o caráter marcante e preponderante do lado social sobre o lado educativo, nomeadamente, ao nível da liberdade e capacidade para decidir e inovar, para construir caminhos, missões e visões muito autónomas e personalizadas, adequadas às realidades concretas e únicas do território local em causa. Questiona-se e tenta-se explicar porque não é do mesmo modo no sistema educativo, baseado sempre num conjunto de referente teóricos, que naturalmente, importou convocar. Igualmente, vão sendo dadas algumas pistas que é possível replicar e transferir estas práticas de autonomia no social para o educativo, também suportado no argumentário de alguns autores, como seja Nóvoa, Barroso, Azevedo, Canário e outros, convergindo todos numa ideia de construção de um novo tipo de educação pública, na base de um novo contrato educativo, que altere definitivamente a arquitetura da administração educativa e que coloque a escola no centro das decisões e da ação educativa. No segundo capítulo, continuando com a abordagem influenciadora do trabalho na IPSS, foi relatado um conjunto de projetos diferenciadores, desde Cursos de Educação e Formação, Cursos Profissionais e, principalmente, Cursos de Educação e Formação de Adultos, que apesar de terem sido implementados no território Couto Mineiro do Pejão, havia condições e requisitos para que estas ofertas de matriz diversificada tivessem uma outra dimensão e um outro tipo de escala, sendo capazes de possibilitar um crescimento sustentável do agrupamento e de agrupamentos de pequena dimensão, contrariando e invertendo a diminuição da população escolar muito causada pelas baixas taxas de natalidade. Explicitou-se, também, neste capítulo, o impacto indireto das ofertas formativas para adultos, principalmente no que concerne ao apoio escolar junto dos seus educandos e da capacitação parental adquirida para se lidar com mais oportunidade e competência com as questões relacionadas com a educação. No terceiro capítulo, e da experiência acumulada, durante alguns anos, enquanto coordenador dos Serviços Especializados de Apoio Educativo tentei retratar algumas angústias e frustrações que fui lidando, mas também da constatação que a dimensão educativa e a dimensão social são decisivas e nucleares para a resolução da educação em Portugal, contextualizando sempre com a realidade do meu agrupamento. Todavia, foi prestada uma atenção especial à dimensão educativa e à missão de ensinar, que é a principal função da escola, sendo dados exemplos da necessidade de se implementarem projetos pedagógicos de qualidade, centrados na aprendizagem e no aluno, que sejam revestidos de ousadia, de risco e inovação (tipo projeto Fénix), atrevendo-se a pôr em causa normativos e modos de funcionamento da escola padronizados, que não resultam e que precisam de ser questionados com a introdução de um outro tipo de soluções e alternativas enraizadas em lideranças reflexivas e pedagógicas. Para além disso, e apesar de se crer que a escola deve ter hoje uma abordagem de “retraimento”, em lugar de “transbordamento”, isto não significa que a escola desvalorize a dimensão social, antes pelo contrário, deve torná-la central na sua ação, mas para isso deve chamar a outros e convocar outros públicos do território comunitário que se responsabilizem por essas tarefas, executando, por exemplo, uma abordagem sociocomunitária de intervenção. No último capítulo, descreve-se o risco do aparecimento de um Mega agrupamento sustentado numa lógica Top-Down, desrespeitando o local, a ideia de vinculação comunitária, de humanidade e proximidade. Em lugar disso, reclama-se e reivindica-se escolas autónomas, como verdadeiras autoridades locais de educação, desde que inseridas numa rede de ação local. Com alguns exemplos apresentados, constata-se que o centralismo nacional replica novos centralismos locais, coartandose o aparecimento de polos de desenvolvimento local. Ao se valorizar o centro, neste caso o centro de Castelo de Paiva, cometem-se erros grosseiros, difíceis de reparar, desperdiça-se recursos financeiros, não se rentabiliza recursos físicos e logísticos existentes nas zonas periféricas do concelho, simplesmente porque os órgãos locais de educação nunca foram escutados, nem nunca tiveram capacidade de decisão e de escolher os caminhos mais consentâneos com uma educação de qualidade e equilibrada na sua sequencialidade.
- Estudo sobre a prevalência de fatores de risco cardiovascular numa amostra de adultos da região de LisboaPublication . Duarte, Elisete Guerreiro; Bourbon, Mafalda; Vale, Ana FilipaA doença cardiovascular é um grave problema de saúde pública, sendo considerada a principal causa de morte em Portugal e no mundo. Os objetivos deste estudo foram: 1) estimar a prevalência dos principais fatores de risco cardiovascular (hipertensão, diabetes mellitus, dislipidémia, entre outros); 2) estimar o risco absoluto de sofrer eventos cardiovasculares fatais e o risco relativo (SCORE); 3) avaliar a perceção, tratamento e controlo da diabetes, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, e hipertensão. Este estudo foi realizado numa amostra de 349 indivíduos de ambos os géneros, entre os 18 e os 79 anos. Os dados recolhidos foram obtidos através de uma colheita de sangue venoso, de um exame físico e de um questionário. Para o tratamento estatístico recorreu-se ao programa SPSS versão 20.0. Do total da amostra, as prevalências obtidas foram as seguintes: excesso de peso/obesidade (63,6%); dieta inadequada (63%); hipertensão (47,9%); sedentarismo (47,6%); hábitos tabágicos (24,9%); antecedentes familiares de doença cardiovascular prematura (18,6%); hipercolesterolemia (18,1%); hipertrigliceridemia (13,5%); consumo excessivo de álcool (11,7%) e diabetes (10%). Na estimativa do risco absoluto foi possível aferir o efeito cardioprotetor do colesterol HDL. A determinação do risco relativo permitiu identificar 46% dos indivíduos com um risco≥2. A perceção, tratamento e controlo dos fatores de risco foi de 8,9%, 85,7% e 50% na diabetes; 40,1%, 45,8% e 56,7% na hipercolesterolemia; 6,3%, 23,6% e 52,9% na hipertrigliceridemia e 38,1%, 77,8% e 43,1% na hipertensão. A identificação dos fatores de risco constitui uma medida crucial para que seja possível atuar adequadamente e reduzir o risco de doença cardiovascular.
- Turmas Mais Sucesso : expectativas e perspetivas dos atores envolvidos num projeto : um estudo de caso na Escola Secundária do Castêlo da MaiaPublication . Fernandes, Maria Emília Santos Cabral de Geraldes; Alves, José Matias; Silva, Lília AnaO insucesso escolar visto essencialmente através da retenção e abandono escolar, ganha cada vez mais importância numa sociedade em que o alargamento do ensino obrigatório para doze anos ameaça a agudizar a situação. Se o insucesso foi durante décadas atribuído apenas às capacidades – ou falta delas – dos alunos, desde a década de setenta que a corrente socioinstitucional trouxe para a ribalta o papel que a escola e as relações que esta estabelece com os alunos têm na promoção do sucesso. De acordo com esta corrente, é a transformação da escola, das suas estruturas, conteúdos e práticas que permitirá a adaptação desta aos diferentes públicos, promovendo as aprendizagens a que se aspiram. É na senda deste pensamento que surgiu o projeto Mais Sucesso na Escola Secundária do Castêlo da Maia e, consequentemente, o trabalho que aqui se apresenta. Tentámos, através da análise documental, entrevistas e questionário por inquéritos, compreender as expectativas e os pontos de vista dos atores diretamente envolvidos – alunos, professores e encarregados de educação – e fazer o levantamento das estratégias que, na opinião dos mesmos, mais contribuíram para o sucesso destes alunos. Concluímos que se a formação de turmas homogéneas de baixo rendimento não contou com a aprovação de todos, a existência de um reduzido número de alunos parece ter contribuído para um melhor processo de ensino-aprendizagem. A utilização de Pares Pedagógicos nas disciplinas consideradas mais problemáticas – Língua Portuguesa, Matemática e Inglês – foi uma das estratégias que melhor resultou, assim como o acompanhamento de alguns alunos por Tutores. O trabalho colaborativo entre os professores e a procura sistemática das metodologias e estratégias mais adequadas e eficazes foram também aspetos essenciais para o sucesso destes alunos que consideram a sua passagem por este projeto como uma mais-valia para o seu futuro.
- Liderança em contexto vulnerável : aprender em escola aprendentePublication . Novo, Maria Amélia da Ponte Pires; Alves, José MatiasDa constatação de uma escola com situações de conflitualidade, parto, com alguns registos de vivências mais significativas, relacionadas com denúncias, para sua análise, interpretação e projeção para a ação futura. Emergem conflitos que revelam uma escola com estruturas vulneráveis, com deficiências de gestão e comunicação, com comportamentos e atitudes pedagógicos questionados e objetos de censura por parte de encarregados de educação que se pronunciam e queixam, na maior parte dos casos, de forma anónima ou pseudónima, com receio de represálias. Na sequência destas denúncias, surgem intervenções administrativas superiores e outras a nível de gestão interna da escola. Os órgãos e estruturas de gestão tomam, a custo, consciência do mal-estar que se vai instalando na escola. As soluções dadas ou que se pretendem dar aos problemas e conflitos não resultam porque não são adequadas. Não há uma verdadeira liderança caraterística de uma escola aprendente. A elucidação dos factos e dos atos narrados abrem para perspetivas de uma escola participada e partilhada por intervenientes e cooperadores que façam dela uma verdadeira estrutura educativa. Por isso, a partir da reflexão elucidada, impõe-se uma liderança numa escola que se deseja aprendente: aberta à mudança, cooperante, com cultura reflexiva e trabalho de equipa, em interação permanente num processo bilateral de diálogo escola-lar, casa-escola, e sem interferências negativas no processo de comunicação quer do lado do emissor quer do lado do recetor. O futuro exige da escola uma melhoria com liderança partilhada e capacidade de aprendizagem, que possibilitem a resolução positiva e criativa de conflitos.