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- Ensino profissional : última escolha?Publication . Sousa, Maria de Lurdes Maia Ferreira da Silva de; Palmeirão, CristinaFoi no ano de 2004 que o ensino profissional «entrou» nas nossas escolas secundárias. Um desafio enorme, uma aprendizagem constante e uma realidade ainda carente de um maior reconhecimento, em particular, no que respeita ao valor do ensino profissional na vida dos alunos cujo percurso foge aos cânones clássicos do sistema educativo do tipo regular. Da nossa experiência, ressalta uma perspetiva mais positiva quer em relação aos cursos profissionais quer em relação à natureza (e qualidade) do ensino que promovem. Ano após ano, os alunos (formandos!) evidenciam sinais positivos de mudança quer pelo número crescente de cursos e de inscrições, quer pelo facto de vislumbrarem nesta oferta educativa a trajetória educativa que os transporta para o futuro real. O ensino de excelência não é apanágio de algumas escolas/ofertas educativas. O sucesso resulta do esforço e da atitude profissional que cada professor é capaz de imprimir no sentido de fazer aprender seus alunos. A expansão do ensino profissional em Portugal nos últimos anos é uma prova cabal do seu sucesso. Pese embora, é preciso derrubar velhos mitos a propósito da origem social dos alunos e da sua motivação para se inscreverem nestes cursos. O ensino profissional não é a última opção. È sim, uma outra hipótese formativa e um outro modelo de ensino e de aprendizagem. Da análise dos dados (e sobretudo do nosso quotidiano profissional) ressalta, efetivamente, uma outra imagem (e impacto) dos cursos profissionais e do quão importante eles são na edificação de uma sociedade mais comprometida com os ideais de uma sociedade para todos. Paulatinamente, as escolas e/ou os cursos profissionais conquistam “novos públicos” e imprimem um ritmo diferenciado de aprender a ser.
- A escola "Rocha" ao espelho : relação com a comunidadePublication . Macieira, Maria da Graça Vareiro; Palmeirão, CristinaO relatório que agora se apresenta sustenta-se na pesquisa diversificada abaixo inserta – nos conceitos que foram as ferramentas de leitura da realidade e os pressupostos de interpretação dessa vivência – e do percecionado e apreendido, ao longo dos anos, em contexto da Comunidade Educativa – aplicação dos conceitos teóricos à interpretação da realidade –, nomeadamente na Escola Secundária Rocha Peixoto, aqui, ao espelho e numa lógica de relação escola-comunidade. Mobilizada a prática pedagógica e relacional, por via da reflexão sobre a ação, percebemos a importância do marketing educacional e empreendemos uma atitude positiva de divulgação e de marca do projeto educativo que anima a nossa escola. A globalização, a mundialização da economia e das tecnologias de informação e de comunicação, bem como, a produção dos seus efeitos na comunidade, nomeadamente a célere mudança daí decorrente, relevou os sistemas económicos em detrimento das representações ideológicas. Se, numa primeira fase, obrigou a assunção do papel intervencionista do Estado o facto é que, depois, liberou-o, progressivamente, por força dos efeitos da competitividade mundial. A ética suportada numa consciência axiológica normativa que se adequou àquela mudança, autorregulou-se e, embora com mais conhecimentos, o Ser humano vulnerabilizou-se, sendo a solidariedade preterida em favor do egocentrismo, do individualismo, do ter em detrimento do ser. O “eu” postergou o “todo”, assistindo-se a uma maior complexidade relacional, em que as famílias e a Escola – os seus agentes – são, na sua atuação, o seu reflexo. E, apesar de a escola ser, ainda, por excelência, o espaço de transformação social, não pode tudo. A consciência clara dos obstáculos encontrados não deslegitima o projeto, pois o Fim – uma educação para todos – é uma condição do progresso social, promessa que remonta à Declaração dos Direitos Universais do Homem A reflexão incide, no essencial, sobre quem somos, qual o nosso percurso e o caminho que ousamos cursar para dignificar a escola. Naturalmente, o que somos resulta de um processo de crescimento e de aprendizagem em que o ambiente e as relações interpessoais, nos grupos informais e formais, são responsáveis pela prossecução da missão que assumimos há já muitos anos. A opção pelas Ciências Experimentais traduziu, na verdade, “quem eu era”, pelo que a curiosidade, a persistência, a pesquisa e a intencionalidade do contributo para a evolução/mudança, foram a génese da motivação subjacente ao seguimento inovado de funções exercidas cuja pretensão, ora enriquecida pela contínua aprendizagem, se impunha levar a cabo. No percurso profissional evidencio que nas turmas que me são atribuídas lecionar, o que mais me gratifica e enriquece é a possibilidade de fazer despertar o gosto pela descoberta e pela pesquisa. Acredito que as competências se desenvolvem e, nessa perspetiva, privilegio o debate, a participação e o desenvolvimento de um conhecimento assente numa matriz de aprendizagem significativa e de atitudes positivas e ativas. Em termos didáticos, tenho vindo a lecionar maioritariamente turmas do ensino secundário (Física e Química - 10º, 11º ano; Física - 12ºano, Área de Projeto - 12ºano). Mas, há três anos para cá e, por opção pessoal, retomei, também, o ensino básico. No campo da gestão escolar, há já 20 anos que assumo cargos de liderança (intermédia ou de direção - vogal do Conselho Diretivo, assessora do Conselho Executivo e adjunta do Diretor). Desafios exigentes, mas, mesmo assim, intercalados por outras tarefas - Coordenadora de Área de Projeto, Coordenadora de minigrupos disciplinares, Diretora de Turma, Coordenadora do Secretariado de Exames, Coordenadora do “Programa Aves”1, Coordenadora do projeto “Testes Intermédios”2, Coordenadora de Provas Comuns/Provas de monitorização3. Acionar e desenvolver a relação Escola/Comunidade é uma situação-problema que convoca sobremaneira qualquer comunidade escolar. E, no desejo de melhor promover essa relação, a escola, desde o ano letivo de 2006/2007, instituiu o dia 18 de maio como o “Dia da Escola”. Uma iniciativa que visa partilhar com a comunidade a vida da escola, numa atitude de reconhecimento e de valorização dos alunos e, obviamente, do seu projeto educativo. Nesse sentido, foi criada uma comissão de organização, da qual faço parte, e cuja missão é espelhar e intensificar, autorregulando, a ligação Escola/Comunidade mediante a publicação da revista “A Rocha”. A descontinuidade cultural entre a escola e a família foi considerada como um fator relevante do insucesso escolar (Heath, 1982; Ogbu,1978; Seeley, 1985). Para Teixeira (1995, p. 5), “de entre as organizações que estruturam a nossa sociedade, a organização escola é uma das mais relevantes já que, de alguma maneira, irá ter influência sobre todas as outras”. Segundo esta autora, “todos são, em alguma medida, o fruto da organização escola que, ao menos em parte, lhes modelou o pensamento” (idem). A escola constitui, portanto, um quadro de ação para todos eles (idem, p. 146). Para além dos alunos, os professores, o pessoal não docente, temos os pais e encarregados de educação, bem como os representantes das autarquias e da comunidade local. A comunidade educativa é o conjunto do pessoal docente e não docente de uma Escola ou Centro Educativo e os seus alunos e encarregados de educação e respetivas associações. (…) São ainda parte da comunidade educativa, os representantes das organizações e associações que desenvolvam atividades sociais, económicas, culturais e científicas e estejam interessadas no processo educativo (Formosinho, Fernandes e Lima, 1988, p. 176). A partilha e a participação de todos para o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos alunos são cruciais, permitindo o melhor planeamento de aprendizagens e uma maior adequação às expetativas e aspirações das próprias famílias. Concluir-se-á, então, que a reflexão sobre a ação nos possibilita, para além da explicação do agir, a compreensão da amplitude das consequências dos procedimentos implementados, a curto e a longo prazo, e, ainda, como seres de projeto que enquanto professores somos, a planificação consequente de um futuro que desejamos. Com esta investigação assumir-se-á, também, que, embora o reflexo da Escola Rocha Peixoto no espelho seja positivo e coerente, os objetivos expressos, igualmente, no projeto educativo não são definitivamente alcançados (pura ilusão!), implicando, antes, a contínua reformulação/adequação aos anseios e à evolução da comunidade, o que pressupõe um processo de marketing educacional que se requer, pois, inovador.