Browsing by Author "Subtil, Carlos Louzada Lopes"
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- O conselho de saúde pública, uma imanência da revolução de 1820Publication . Subtil, Carlos Louzada LopesO ano do bicentenário da Revolução de 1820 decorre em simultâneo com a ocorrência da maior pandemia que assola a humanidade, depois da peste negra, da varíola, da cólera ou da gripe espanhola e trouxe à cena a Direção-Geral da Saúde (DGS). Com recurso à legislação régia e aos debates parlamentares no período da Monarquia Constitucional, pretende-se revisitar este momento histórico para traçar a genealogia da DGS, nas várias formas que foi assumindo desde a Revolução Vintista à implantação da República, com destaque para a criação do Conselho de Saúde Pública, gizado por Passos Manuel, em 1836. A par de outros problemas da saúde pública, o medo do contágio de doenças infeciosas foi o pretexto e o principal impulsionador de mudanças organizativas na administração da saúde. Durante todo este período, acabou por vingar o biopoder, uma nova forma de poder sobre os corpos decorrente do novo paradigma higienista.
- A saúde e os enfermeiros entre o vintismo e a regeneração : 1821-1852Publication . Subtil, Carlos Louzada Lopes; Vieira, Margarida da SilvaNeste estudo procedemos à apresentação e discussão do corpus documental que permitiu reunir elementos para a história da saúde pública em Portugal entre a revolução liberal de 1820 e o movimento regenerador de 1852 e as linhas de continuidade e de rutura em relação ao “Antigo Regime”. Usando a metodologia de investigação histórica, recorremos a diversas fontes arquivísticas constituídas, sobretudo, por coleções de legislação, pelo teor dos diários das Cortes Gerais e Extraordinárias (1821-1822) e da Câmara dos Senhores Deputados (1822-1852) e pelas coleções de contas, orçamentos e documentos apresentados pelo Ministro da Fazenda às Cortes (1836-1852). Também se consultaram outras fontes para reunir elementos sobre a arqueologia da prática e dos discursos identitários dos enfermeiros nos finais do “Antigo Regime”. A análise do material recolhido permite destacar a “ciência de polícia médica” como um elemento fundador e estruturante das políticas de saúde pública, fazer a genealogia do Conselho de Saúde Pública e identificar os avanços, as hesitações e resistências à edificação dum sistema de saúde pública, à definição da sua estrutura, organização e campos de intervenção. Num quadro social de miséria e subdesenvolvimento e num cenário de permanente conflitualidade política e institucional, identificam-se as epidemias, os expostos, os enterros nas igrejas, a vigilância de grupos marginais e a higiene dos espaços públicos como alguns dos principais problemas de saúde pública. Referem-se, ainda, os principais agentes da saúde que intervieram no controlo sanitário dos portos, no interior do reino e nos hospitais; os processos de regulação das principais profissões e as medidas implementadas para promover a sua formação. De entre estas profissões, identificamos os traços que caracterizam as práticas dos enfermeiros, o seu perfil de competências e a organização do seu trabalho, no Hospital de S. José ou nos hospitais militares e da marinha. Destaca-se, ainda, o papel dos municípios e das misericórdias como agentes fundamentais na resolução dos principais problemas de saúde pública ou na governação dos hospitais. Os temas contidos neste estudo poderão abrir horizontes para prosseguir ou criar novas áreas de investigação em história da Enfermagem, elemento fundamental, a par da filosofia e da epistemologia dos cuidados, para a compreensão das encruzilhadas do tempo presente e dos desafios que se colocam à profissão.