Browsing by Author "Sousa, Joana Sofia Dias Pereira de"
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- O autocuidado em pessoas com insuficiência cardíacaPublication . Sousa, Joana Sofia Dias Pereira de; Vieira, Miguel Santos PaisA insuficiência cardíaca é uma patologia crónica, na qual a pessoa consegue gerir melhor a sua doença através da adoção de comportamentos de autocuidado. A aprendizagem destes comportamentos pode ser realizada através de um programa de gestão de doença. Tendo por base a Teoria dos Sistemas de Enfermagem de Dorothea Orem, o presente estudo utilizou o enfermeiro como Sistema de Suporte Educativo, por forma a facilitar a adoção de comportamentos de autocuidado em pessoas com insuficiência cardíaca. Com este trabalho pretendeu-se atingir os objetivos: 1) desenvolver uma intervenção complexa que desse resposta às dificuldades das pessoas com insuficiência cardíaca internadas em classe II e III NYHA ao nível do autocuidado terapêutico – na perceção e reconhecimento de sinais e sintomas, com avaliação do seu impacto na variação da Qualidade de Vida; e 2) realizar um estudo de custo-efetividade entre o tempo médio de internamento hospitalar e o custo de uma consulta estruturada de insuficiência cardíaca. Com base no método das intervenções complexas, do Medical Research Council, foi elaborada uma intervenção complexa, que emergiu da revisão sistemática da literatura e de entrevistas semiestruturadas a pessoas internadas com insuficiência cardíaca, a cardiologistas e a enfermeiros peritos na gestão de doença crónica. A temática definida foi gestão de fluídos e monitorização de sinais e sintomas de insuficiência cardíaca. Para a implementação da intervenção foi desenhado um estudo piloto, com quatro momentos de avaliação (dia da alta hospitalar, uma semana após a alta, um mês após a alta e três meses após a alta), onde participaram 63 pessoas com insuficiência cardíaca, randomizadas em grupo de controlo, definido como cuidado usual (n=33) e em grupo de intervenção (n=30), num serviço de cardiologia de um hospital universitário. Dos 63 participantes do estudo 74,6% eram do sexo masculino, com uma média de idades de 54,83 anos (±10,28). Após a implementação da intervenção complexa verificou-se uma melhoria nos comportamentos de autocuidado e da qualidade de vida nos participantes do grupo de intervenção face ao grupo de controlo. De acordo com os custos estimados, a implementação de um programa de gestão de doença permite uma poupança de 19 vezes o valor estimado para as pessoas que não participaram no programa de gestão de doença. O presente estudo indica que a pessoa com insuficiência cardíaca, integrada num programa de gestão de doença, apresenta melhores comportamentos de autocuidado, melhor qualidade de vida, menos idas às urgências e menos internamentos hospitalares.