Browsing by Author "Sousa, Francisca Lopes de Almeida Pinto de"
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- A arquitectura do Bairro Social : da participação à apropriação : 1945-presente, Viseu-Porto-ViseuPublication . Sousa, Francisca Lopes de Almeida Pinto de; Sousa, Emanuel José da Rocha Ferreira dePretende-se com esta prova final analisar os bairros sociais na cidade e a sua localização em relação a ela, se há vantagens ou desvantagens na localização do bairro social tanto no centro da cidade como na periferia. À partida sabe-se que o bairro social é sinónimo de exclusão social. Será a localização, o tipo de arquitetura do bairro social, o tipo de classes que lá habita ou conflitos que se geram entres habitantes e também entre habitantes e o resto da cidade, que levam a que essa exclusão aconteça? Tem-se como intenção inicial, estudar o Bairro Municipal em Viseu e perceber o contexto em que ele foi construído em 1948 (época do Estado Novo) e o porquê de ter sido erguido na periferia, para assim servir de ponto de partida para a análise da inserção dos bairros sociais na cidade. A localização de um bairro vai definir como o bairro se insere na cidade e é visto por ela. É portanto um fator de análise fundamental para o que pode conduzir diretamente à exclusão social. Tendo em conta as regras e condicionantes da habitação social no Estado Novo, vai-se analisar o Bairro em 48 para verificar se já na altura o bairro era excluído pela cidade e o porquê de tal exclusão. Apôs este ponto inicial pretende-se passar para o estudo de bairros (casos de estudo) na cidade do Porto, particularmente bairros que tenham sido construídos ou intervencionados de modo a serem melhorados no período pós-Estado Novo, nomeadamente no âmbito do Processo SAAL. Ou seja, analise de situações completamente diferentes, pois enquanto que no Estado Novo as regras relativamente à habitação e ao modo de projetar eram intransigentes e sem qualquer parecer por parte da população, no SAAL a situação mudava completamente. A população era a chave do projeto, estando integrada em todas as fases do mesmo. Com o estudo destes bairros edificados depois da extinção do regime ditatorial em Portugal, vai ser possível averiguar as mudanças sentidas na disciplina na vertente da Arquitetura Social, nomeadamente na questão da implantação de novos bairros sociais. Através da análise do Bairro da Bouça (2 fases, 1975 e 2000) e do Bairro de S. Victor (1974), ambos no Porto, será possível perceber em que medida este modo de planear, projetar e executar, resultante foi benéfico para a prática da arquitetura. Perceber quais as suas vantagens do Processo SAAL nestes bairros, e, principalmente, versando sobre a participação. Retroativamente analisando, se a participação aliada a localização do bairro social na cidade, pode ser propícia à inclusão social dos seus habitantes. Uma das finalidades do processo participativo é a própria integração da população nas decisões do projeto ainda na fase da conceção, como durante e também após, através de entrevistas, inquéritos e reuniões com os arquitetos ou encarregados das obras. O crescimento da cidade ao longo dos anos, reintegra situações originalmente periféricas em situações centrais. Ao analisar os bairros do Porto, até à atualidade, para perceber as mudanças que ocorreram com o tempo, percebemos se foram benéficas ou não, e se podem ser aplicadas no Bairro de Viseu para resolver a questão da exclusão social a que está sujeito. Neste seguimento, depois da análise dos bairros sociais no Porto, retorna-se à investigação em Viseu. Daqui advém a necessidade de perceber se desde a origem do Bairro Municipal até à data, existiram mudanças especialmente na questão da participação e apropriação por parte da população, ao contrário do que aconteceu na época do antigo regime. Metodologicamente, uma série de entrevistas foram realizadas, tanto no Bairro Municipal como nos bairros caso de estudo do Porto. Foram entrevistadas pessoas que habitavam em qualquer um dos bairros casos-de-estudo ou que tivessem alguma ligação para com ele, nomeadamente responsáveis pelos mesmos, arquitetos ligados ao Processo SAAL e outros arquitetos dispostos a falar sobre esta temática. Esta investigação tem um complemento fotográfico de modo a apurar como as pessoas vivem a sua casa, o bairro e como se apropriam dele. Com isto, a pergunta que se coloca é se a localização de um bairro na cidade, pode ser a causa que conduz à sua inclusão ou exclusão por parte da restante população? E que tipo de mudanças podem ocorrer num bairro social para que a sua dinâmica e o modo como é visto e vivido mude?