Browsing by Author "Rato, Joana Maria Rodrigues"
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- Competências matemáticas emergentes : desempenho neuropsicológico de crianças em cidade pré-escolar = emergent math skills : neuropsychological performance in prescholl - aged childrenPublication . Rato, Joana Maria Rodrigues; Caldas, Alexandre Lemos de CastroO presente trabalho insere-se no âmbito do emergente campo científico da Neurociência Educacional (também conhecida como Neuroeducação) e está organizado em duas principais abordagens, nas quais se estudam duas populações diferentes. A primeira abordagem subscreve a recomendação internacional sobre a importância de adotar uma visão da neurociência educacional para resolver alguns dos problemas educacionais. Nesta linha, uma pesquisa nacional foi realizada para analisar o conhecimento neurocientífico dos professores e as suas percepções sobre o significado da “ponte” entre a neurociência e a educação. Assim, dois estudos originais foram projetados para fornecer informação sobre o conhecimento dos professores e as suas crenças sobre o recente campo científico da neurociência educacional. Neste caso, a amostra coletada foi junto de professores do ensino pré-escolar ao ensino secundário [Estudo 1: Amostra com 627 professores de diferentes áreas de especialização com idades entre 25 e 65 anos (M = 41, DP = 9); Estudo 2: Participaram 583 professores com idades entre 25 e 61 anos (M = 41, DP = 9)]. A segunda abordagem refere-se à avaliação neuropsicológica e aborda um dos principais problemas atribuídos pela comunidade científica – os escassos instrumentos de medida (adaptados para o Português) para avaliar vários domínios neuropsicológicos. Três estudos experimentais foram realizados e um protocolo de avaliação neuropsicológica foi desenvolvido para este fim. Funções executivas, memória de trabalho visual-espacial, contagem dos dedos, percepção de pequenas quantidades sem proceder à contagem (subitizing) e a habilidade de usar funcionalmente os dedos e de os representar mentalmente (finger gnosis) foram os domínios trabalhados, a partir dos quais foram analisadas as suas relações com as competências matemáticas emergentes. Aqui, a população estudada foram crianças com idade pré-escolar [Estudo 3: Amostra composta por 137 crianças dos 3 aos 5 anos (M = 60, DP = 9; em meses); Estudo 4: Os participantes foram 30 crianças com 5 anos de idade ( 60-71 meses, M = 68, DP = 2.78 ); Estudo 5: Participaram 35 crianças com 5 anos de idade (M = 67.26, DP = 5.43), em meses]. Cada grupo de estudos experimentais, ou seja, os estudos correspondentes a cada abordagem, foram precedidos por revisões de literatura. Assim, são três os objetivos estruturais desta tese doutoral: (i) determinar se as perspectivas dos professores sobre a relação entre neurociência e educação (e seu conhecimento neurocientífico) dá a este campo científico a importância merecida (Estudos 1&2), (ii) adaptar para o Português o teste The Shape School para a sua utilização com crianças pré-escolares (Estudo 3), (iii) determinar se as capacidades matemáticas emergentes (pelo sistema do número aproximado e pelo conhecimento numérico) de crianças com idade pré-escolar é facilitada pelas funções executivas, memória de trabalho visuo-espacial, contagem de dedos, subitizing e a habilidade de usar funcionalmente os dedos (Estudos 4&5). Quanto aos resultados obtidos, na primeira abordagem, os estudos 1 e 2 fornecem evidências do interesse dos professores e do seu reconhecimento sobre o potencial da investigação neurocientífica na educação. No entanto, verificou-se também uma lacuna entre este interesse demonstrado e a proficiência na interpretação de informação científica, uma vez que os professores mostraram dificuldade em distinguir mitos de factos neurocientíficos. Os mitos “inteligências múltiplas”, “ensino dirigido aos estilos de aprendizagem (modelo VAK-Visual, Auditory, Kinaesthesic)” e “lado esquerdo do cérebro contra o lado direito do cérebro” foram os mais prevalentes. Os estudos desenvolvidos destacaram a importância de um processo de translação para que professores e neurocientistas possam colaborar. Em relação à avaliação neuropsicológica, ou seja, a segunda abordagem aqui tratada, os resultados do estudo 3 permitiram obter a adaptação Portuguesa do teste The Shape School que se revelou adequado para utilização quer em investigação, quer em contextos educacionais e clínicos. Com os estudos 4 e 5 identificaram-se os componentes que se relacionam com as competências matemáticas emergentes, destacando-se as funções executivas, subitizing e finger gnosis como preditores do conhecimento numérico. Assim, os vários estudos realizados neste âmbito suportam a necessidade de avaliação precoce dos domínios neuropsicológicos analisados, visto que parecem contribuir para uma melhor caracterização das competências matemáticas emergentes em crianças com idade pré-escolar. Considerando todos os resultados no seu conjunto, as conclusões destacam a necessidade de validade científica para a reforma do ensino, em geral, e para a educação da matemática, em particular, sob o campo da neurociência educacional