Browsing by Author "Nunes, Rafaela Sofia de Jesus Cardoso"
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- Implicações da pandemia por Covid-19 no brincar e no funcionamento executivo de crianças dos 6 aos 12 anosPublication . Nunes, Rafaela Sofia de Jesus Cardoso; Rato, Joana Maria; Pimentel, PaulaFundamentação Teórica O surgimento da pandemia SARS-COV-2 (mundialmente conhecida por COVID-19) trouxe alterações em inúmeras esferas da vida humana, discutindo-se atualmente quais os impactos de longa duração no desenvolvimento das crianças por consequência das restrições impostas, nomeadamente, os períodos de confinamento para cumprimento da restrição de isolamento social obrigatório (Golberstein, et al., 2020; Larsen, et al., 2021). A importância do brincar no desenvolvimento das crianças, já corroborada por diversos autores, levou-nos a investigar como este período atípico pode ter condicionado a prática do brincar em crianças de idade escolar e qual o seu peso preditivo sobre o funcionamento executivo. As funções executivas tratam-se de um conjunto de capacidades cognitivas apontadas na literatura como fator preditor para o sucesso académico e vida futura do indivíduo, pelo que, e partindo de uma perspetiva neuropsicológica, este trabalho propõe estudar as rotinas das crianças durante o confinamento sobre o funcionamento executivo percecionado pelos pais no após desconfinamento. Metodologia Participaram neste estudo 146 crianças dos 7 aos 12 anos (M=8.47; DP=1.199) pertencentes a 10 escolas do Município de Cascais. As rotinas das crianças num contexto de privação de contacto social por consequência do período pandémico foram medidas através de questionário desenvolvido para o efeito e preenchido pelos pais. Para avaliar o funcionamento executivo foi utilizado a tradução portuguesa do instrumento BRIEF - Behavior Rating Inventory of Executive Function (Gioia et al., 2000), na sua versão para pais (Rodrigues et al., 2015). III Resultados Os resultados obtidos mostram que durante o período de confinamento a maioria das crianças passou pouco tempo a brincar, com menos oportunidades para serem fisicamente ativas e tempo passado no exterior. Por outro lado, o tempo de exposição a ecrãs revelou-se superior. Na análise das rotinas por grupos de idade, verificou-se que as crianças mais velhas passaram mais tempo expostas a ecrãs, no entanto, não se revelou diferenças de idade quanto à capacidade executiva das crianças. Das variáveis individuais da amostra analisada, o fator de impacto que se destacou sobre o funcionamento executivo foi o tempo a brincar sozinho durante a semana, verificando-se resultados significativos para a subescala de Iniciativa e o Índice de Metacognição e Índice Geral Executivo, que foram influenciadas pela idade, o sexo, o nº de irmão(s) e beneficiar do sistema de apoio social. Discussão As conclusões evidenciam que durante o confinamento houve um natural prejuízo nas rotinas lúdicas, ativas e de exterior, das crianças, ficando aquém do recomendado internacionalmente, e que o ato de brincar pode exercer um contributo sobre o funcionamento executivo, especialmente no que diz respeito à capacidade de iniciativa. Reforçando a valorização desta prática para o benefício no desenvolvimento da capacidade executiva em crianças com idade escolar, o presente estudo corrobora que quanto mais as crianças brincam, mais apresentam comportamentos de bom funcionamento executivo, especialmente com maior capacidade de iniciativa nas tarefas