Browsing by Author "Machado, Renata Liliana Monteiro dos Santos"
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- Ética e formação inicial dos educadores sociais : o caso portuguêsPublication . Machado, Renata Liliana Monteiro dos Santos; Baptista, Isabel Maria de CarvalhoEste trabalho apresenta resultados de uma investigação sobre “Ética e Formação Inicial de Educadores Sociais – o caso português”, realizada no âmbito do programa de doutoramento em ciências da educação, tendo sido elaborado por artigos, em conformidade com o Regulamento da FEP/UCP. Nesse sentido, encontra-se organizado em três partes, cada uma delas referente a um artigo submetido e/ou publicado, respeitantes, respetivamente, a três momentos do nosso estudo. A Educação Social corresponde a uma área de conhecimento e de ação inserida no campo epistemológico da Pedagogia Social, enquanto ciência da educação referente aos processos de formação ao longo da vida, desenvolvida numa perspetiva de inclusão e solidariedade social (Carvalho & Baptista, 2004). Dentro deste campo pedagógico-educacional, a Educação Social define-se pela intervenção prioritária especializada às pessoas e grupos humanos vulneráveis, concretizada por profissionais devidamente qualificados, os educadores sociais. Ou seja, estamos perante necessidades de formação e qualificação profissional particularmente exigentes, onde as questões éticas ocupam um lugar primordial. Neste pressuposto, quisemos perceber qual o lugar da Ética na formação inicial dos educadores sociais portugueses, tendo por base o mapeamento das instituições de Ensino Superior, com oferta formativa na área da Educação Social. Para responder a esta questão central de estudo, optou-se por um processo de revisão bibliográfica assente em três núcleos teóricos essenciais, Pedagogia Social-Educação Social e Ética Educacional recorrendo, sobretudo, ao pensamento dos autores nacionais, adotando uma visão triádica da ética, simultaneamente teleológica, deontológica e pragmática. Ainda neste contexto, procedeu-se à contextualização histórica e normativa relativa à formação inicial em Educação Social no nosso país. Do ponto de vista empírico, optou-se por uma estratégia de desenvolvimento enquadrada por uma abordagem de caráter qualitativo, com recurso à consulta documental e inquirição direta de atores, feita através de grupo de discussão focalizada. Esta estratégia permitiu-nos responder a três objetivos operacionais fundamentais, referentes às três dimensões de ética consideradas, sendo o primeiro sobre o lugar da Ética nos planos curriculares do 1º ciclo de estudos em Educação Social, o segundo sobre o património ético-deontológico dos educadores sociais portugueses, tendo por base as instituições mapeadas e as comunidades cientifico-profissionais de referência, o terceiro sobre as perceções dos próprios educadores sociais, em relação à sua formação ética. Assim, conforme se expõe no primeiro capítulo/artigo, pudemos constatar que, de um modo geral, a formação ética está contemplada nos planos de estudo, embora com peso curricular diferenciado. Em termos concetuais, esta formação encontra-se alinhada com as conceções teóricas privilegiadas pelos autores nacionais, evidenciando uma matriz humanista, relacional e orientada para o desenvolvimento de competências de ética aplicada. Relativamente ao património ético-deontológico e, no que diz concretamente respeito às comunidades cientifico-profissionais, foi possível identificar e analisar documentos explícitos de regulação prática. O mesmo não aconteceu no plano institucional, tal como surge exposto. Em termos gerais, concluiu-se que o património que existe é rico e diversificado, mas ainda pouco consistente, evidenciando processos em desenvolvimento. No que diz respeito à perceção dos atores, pudemos compreender que os educadores sociais reconhecem e valorizam a importância das questões éticas na sua vida profissional, reclamando uma formação mais próxima das suas práticas. A análise cruzada destas conclusões principais permitiu reforçar a nossa posição inicial sobre a importância da formação ética dos educadores sociais, como parte integrante e substantiva da sua identidade profissional, devendo como tal ocupar um lugar relevante nos planos de estudo da formação inicial, desenvolvidos em estreita ligação com os contextos de prática e com programas consequentes de formação contínua.