Browsing by Author "Guedes, Maria Margarida Nogueira Mota"
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- A saúde do adolescente e a superação da adversidade em contextos de pobrezaPublication . Guedes, Maria Margarida Nogueira Mota; Vieira, Margarida MariaA presente tese resultou do estudo realizado com o propósito da obtenção do grau de doutor em enfermagem, na Universidade Católica Portuguesa. Incide sobre a saúde dos adolescentes em contextos de pobreza urbana, mais precisamente, na periferia urbana da cidade de Lisboa, nos concelhos da Amadora e Sintra. Este estudo foi impulsionado por um conjunto de fatores, sendo que, o fundamental, foi poder contribuir para uma reflexão sobre os modos de erradicar a pobreza infantil e as desigualdades desvelando o mistério da saúde (unraveling the mistery of health), como proposto por Aaron Antonovsky na sua Teoria Salutogénica e, por vários autores, dedicados ao estudo da Resiliência. O estudo parte de um problema de investigação, a saber, a saúde dos adolescentes em contextos de pobreza. Deste problema resultou a questão central da investigação: Por que razão adolescentes que vivem em situação de pobreza, escolhem ter um estilo de vida promotor de saúde, apesar das circunstâncias adversas que rodeiam as suas vidas? A questão de investigação formulada deu origem a objetivos, a saber, identificar o estilo de vida de adolescentes que vivem em contextos de pobreza; analisar a relação que existe entre auto-eficácia, locus de controlo, sentido de coerência e resiliência de adolescentes que vivem em contextos de pobreza e um estilo de vida promotor de saúde; analisar a relação que existe entre fatores de ordem individual e fatores de ordem contextual que enformam e reproduzem os estilos de vida individuais; analisar, na perspetiva de adolescentes que vivem em contextos de pobreza, a relação que existe entre a experiência de ser pobre e um estilo de vida promotor de saúde. Para estes objetivos recorreu-se a um desenho de métodos mistos com uma estratégia sequencial: QUAN→qual de tipo exploratório-descritivo e explicativo. Na componente quantitativa utilizaram-se inquéritos por questionário e participaram 270 adolescentes. Na componente suplementar recorreu-se à entrevista semi-estruturada a 10 adolescentes. A tese inclui um enquadramento teórico do estudo (Parte I), onde se identifica o conhecimento atual na área da pobreza, pobreza infantil, desigualdades em saúde, políticas saudáveis e resiliência de adolescentes em contextos de pobreza. Ancoramo-nos em Amartya Sen quanto à equidade em saúde e, em, Antonovsky, Bronfenbrenner, Dahlgren, Whitehead e Pender na ligação de um estilo de vida promotor de saúde a um contexto social determinado. A parte II é dedicada à Investigação Empírica. Nesta parte reportamos a Metodologia (Capítulo I), a Apresentação de Resultados (Capítulo II) e a Discussão de Resultados (Capítulo III). A parte III é dedicada às Conclusões Gerais, Implicações e Sugestões. Como principais resultados relevamos: 1) a saúde dos pobres pior que a dos não-pobres 2) a construção do processo de resiliência dos adolescentes em contextos de pobreza urbana, faz-se no diálogo entre: a pertença a um nível socioeconómico baixo e a vivência de episódios de adversidade; os fatores individuais - valores favoráveis de sentido de coerência, auto-eficácia e resiliência - e, fatores contextuais, como famílias acolhedoras e de suporte, existência de pessoas significativas e a participação em atividades promotoras da saúde e bem-estar. O crescimento espiritual e as relações interpessoais são os comportamentos de saúde mais relacionados com um estilo de vida promotor de saúde no grupo dos pobres e dos não-pobres, quando associados aos fatores individuais e contextuais, evidenciando o grupo dos não-pobres valores igualmente favoráveis na nutrição, gestão do stress e atividade física. Nos dois grupos, o comportamento de saúde menos favorável foi a responsabilidade.