Browsing by Author "Ferreira, Helena Alexandra Gonçalves"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- Caracterização do desperdício alimentar e do estado nutricional numa amostra de pessoas idosas institucionalizadasPublication . Ferreira, Helena Alexandra Gonçalves; Pinto, Elisabete Cristina Bastos; Pimenta, Ana SofiaIntrodução: A literatura científica reporta uma grande prevalência de casos de Desnutrição em pessoas idosas institucionalizadas. Consequentemente, torna-se essencial adotar estratégias que permitam a avaliação e a monitorização do consumo alimentar e do estado nutricional destes indivíduos. É assim sugerido que se efetue a quantificação do desperdício alimentar, pois um elevado desperdício pelo utente está associado a uma baixa ingestão proteico-calórica, sendo que a sua avaliação permite não só a identificação e a gestão de situações de utentes desnutridos ou em risco de Desnutrição mas também a apreciação do desempenho do Serviço de Nutrição e Alimentação (SNA) disponível. Objetivos: Caracterizar o desperdício alimentar nas refeições do almoço e do jantar, servidas numa IPSS que acolhe pessoas idosas. Comparar a auto-perceção dos utentes relativamente ao desperdício alimentar estimado. Avaliar o estado nutricional das pessoas idosas, bem como averiguar a existência da sua associação com o desperdício alimentar. Materiais e métodos: Foram analisados dados de 131 utentes com 60 ou mais anos, previamente recolhidos entre 15 de outubro de 2013 e 15 de janeiro de 2014 com a aplicação de um questionário que incluía avaliação antropométrica. A avaliação do desperdício alimentar foi feita através do método observacional utilizando a escala: 0%, <50%, 50%, >50% ou 100%, tendo como referência uma refeição padrão constituída por sopa; prato principal subdividido em carne/peixe, arroz/massa/batata e legumes; e sobremesa. O estado nutricional foi avaliado utilizando a ferramenta MNA®. A análise estatística foi efetuada com o software SPSS®, versão 23.0 para Macintosh®. Resultados: Foi observado um total de 640 refeições pertencentes a 99 (75,6%) mulheres e 32 (24,4%) homens com uma mediana de idade de 82,0 anos (P25; P75: 73,0; 87,0). Constatou-se desperdício alimentar parcial ou total de um ou de vários componentes em 445 refeições. A sobremesa foi o item com menor desperdício observado (10,9%) e os hortícolas foram os elementos mais desperdiçados (50,0%). Questões relacionadas com o funcionamento e a organização do SNA destacaram-se entre as principais causas para o desperdício alimentar observado. O desperdício total do item carne/peixe (p=0,030) e do item arroz/massa/batata (p=0,013), foi significativamente superior ao jantar em relação ao almoço. O desperdício total do componente proteico peixe foi significativamente superior à carne (p=0,006). Uma mediana superior para o número de grupos de patologias diagnosticadas foi encontrada na categoria de 100% de desperdício para o item carne/peixe (p=0,035) e para o item arroz/massa/batata (p=0,004). O desperdício total da sopa (p=0,029) e do item carne/peixe (p=0,037) foi significativamente mais prevalente quando o utente se considerou “muito insatisfeito” ou “insatisfeito” em relação à refeição servida. Verificou-se uma boa concordância entre a auto-perceção do desperdício alimentar e o real desperdício para a sopa (84,8%), o componente proteico do prato principal (91,9%) e a sobremesa (89,5%). A prevalência de utentes desnutridos ou em risco de Desnutrição foi elevada (79,5%), relacionando-se com uma maior quantidade de desperdício observado para os itens arroz/massa/batata e legumes (p<0,001). Conclusão: O desperdício alimentar observado nesta amostra de idosos foi expressivo. A minimização do desperdício de alimentos nesta Instituição representará uma estratégia essencial para restaurar e garantir o bom estado nutricional dos utentes e melhorar a sua qualidade de vida.
- IMPULSE : IMpact of a PULSE-based partial replacement diet on metabolome and healthPublication . Ferreira, Helena Alexandra Gonçalves; Pinto, Elisabete Cristina Bastos; Vasconcelos, Marta Wilton Pereira Leite de; Gil, Ana Maria Pissarra CoelhoThis doctoral project was conceived in the context of urgent global challenges related to food security and environmental sustainability, as a response to the need for transitioning to plantrich dietary patterns. The project aimed to explore the feasibility and impact on human organisms of partially substituting animal protein-rich foods with plant-based protein-rich foods, specifically pulses, in omnivorous diets. Identified gaps in scientific evidence regarding the health effects of pulses, especially as protein alternatives, prompted a comprehensive exploration combining classical nutrition research tools with molecular biology and metabolomics techniques. A quasi-experimental dietary intervention was designed involving a single group of volunteers. Non-vegetarian individuals aged 18 to 45 were provided with a pulse-based vegetarian meal on weekdays for eight consecutive weeks in Porto, Portugal. Sociodemographic data, health-related information, and lifestyle details were recorded for each volunteer. A post-meal satisfaction questionnaire assessed participants' satisfaction with each meal using a nine-point hedonic scale. Untargeted 1 H nuclear magnetic resonance (NMR) metabolomics was applied to plasma, urine, and fecal samples (totaling 248 samples), and quantitative polymerase chain reaction (qPCR) molecular biology was used on fecal samples (34 samples) to obtain holistic and integrated information on the impact of pulse diets on the metabolome and intestinal microbiota. Additionally, three-day food diaries, anthropometric parameters, and blood biochemical analyses were obtained for each individual, contributing to a comprehensive data collection. Data analysis, including comparison of different parameters at the intervention's start and end, utilized various statistical tests for proportion and mean comparisons, and multivariate analysis. Significant differences were considered when the p-value was below 5%. The meal satisfaction analysis highlighted the significant role of cooking methods in determining food preferences, with greater satisfaction for stewed dishes and lower ratings for boiled dishes. Peas received lower appreciation, likely reflecting them being less preferred as protein alternatives. Moreover, most participants were able to meet national and international guidelines for pulse consumption without exacerbating nutritional inadequacies for the tested macro- and micronutrients, except for vitamin B12. The intervention demonstrated potential benefits in reducing blood lipids, with decreases in total and LDL cholesterol levels, supporting cardiovascular health benefits associated with pulse-rich diets. Using NMR spectroscopy, a dynamic metabolic response to pulse consumption was identified in plasma and urine samples, emphasizing the modulation of protein and energy metabolism, as well as the identification of potential intake markers. Correlations between bacterial quantification and fecal metabolome suggest possible metabolic patterns of some of the 8 studied bacterial groups. The results highlight the potential benefits and challenges of adopting pulse-based diets but suggest that pulses would be readily accepted in dietary habits if prepared and presented pleasantly. While positive impacts on cardiovascular health and metabolic activity are evident, the results emphasize the need to avoid nutritional deficiencies, especially in vitamin B12, when substituting animal-origin foods with pulses. Metabolomic analysis highlighted the dynamic nature of the response to pulse consumption, and its combination with molecular biology revealed the potential impact of these foods on the intestinal microbiota. Through a multidisciplinary approach, this study elucidated the potential of pulse-based diets in promoting individual well-being and sustainable food choices. These results need confirmation in experimental studies involving a larger number of participants and a control group, but they identify potential biomarkers and advance the understanding of the broader effects of pulses on human health. Future work should further optimize pulse-based dietary recommendations and explore innovative strategies to enhance the adoption of sustainable dietary patterns on a larger scale.
