Browsing by Author "Duarte, Mariana Caiado Roseta"
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- Perspetivas futuras para a sustentabilidade alimentar : novas fontes de proteína na alimentação dos portuguesesPublication . Duarte, Mariana Caiado Roseta; Pinto, Elisabete Cristina Bastos; Vasconcelos, Marta Wilton Pereira Leite deO crescimento da população mundial traz consigo novos desafios uma vez que implica um aumento da produção de alimentos numa quantidade limitada de solo arável. A transição de dietas ricas em produtos de origem animal para dietas ricas em alternativas mais ecológicas será crucial tanto em termos de sustentabilidade ambiental como de saúde humana. Assim, o objetivo deste trabalho foi caraterizar o consumo atual de leguminosas, algas e insetos numa amostra da população adulta portuguesa, avaliar a sua predisposição para a inclusão destas alternativas alimentares e identificar os conhecimentos, as motivações e as barreiras para o consumo de leguminosas em Portugal. Numa abordagem quantitativa, aplicou-se um questionário semiestruturado, divulgado online e obtiveram-se 1741 respostas válidas (residentes em Portugal, ≥ 18 anos). Os participantes eram maioritariamente do sexo feminino (71,4%) com idade média de 27,2 ± 9,9 anos. A maioria (62,0%) frequentava o ensino universitário ou possuía formação superior. As leguminosas mais consumidas (≥1x/semana) foram o feijão (48,3%) e a ervilha (44,4%). Em relação às algas/microalgas, 41,8% referiu nunca as ter experimentado e entre os que experimentaram, as mais consumidas eram a Nori e a Spirulina. Relativamente aos insetos, 94,8% nunca os tinha experimentado e, destes, somente 26,5% colocava a hipótese de os vir a consumir. No que respeita às leguminosas, 15,0% assumiu que não coloca a hipótese de vir a utilizá-las como substitutos da carne e do peixe, enquanto 19,9% já o faziam. Relativamente às algas/microalgas, 41,5% afirmaram que lhes custaria muito fazer esta substituição. Em relação aos insetos, 87,7% referiu que esta substituição lhes custaria muito a realizar ou que nem sequer ponderariam essa hipótese, mesmo num cenário de escassez de alimento. Numa abordagem qualitativa, realizaram-se 10 entrevistas individuais com o objetivo de estudar o comportamento e as experiências pessoais associadas ao consumo de leguminosas. Apurou-se que a falta de reconhecimento do seu valor nutricional, o elevado tempo de confeção e o efeito dos compostos anti-nutricionais presentes neste alimento são comummente apontados para o não consumo. Os portugueses não estão muito recetivos à possibilidade e necessidade atual de substituição de carne e pescado pelas “proteínas do futuro”. Dentre as opções alimentares avaliadas, as leguminosas são o grupo mais popular e a alternativa cuja aceitação parece ser mais consensual. Em oposição, os insetos são a fonte de proteína menos aceite. A identificação das barreiras ao consumo destas “novas” alternativas deverá ser tida em consideração para o desenvolvimento de novas estratégias de promoção do seu consumo alimentar.