Browsing by Author "Dias, Ana Margarida Pereira da Silva de Portugal"
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- Impacto de uma intervenção de alimentação saudável em contexto laboralPublication . Dias, Ana Margarida Pereira da Silva de Portugal; Pinto, Elisabete Cristina BastosA Organização Mundial de Saúde (OMS) vê no local de trabalho uma forma de acesso e de realização de intervenções de prevenção de doenças crónicas e pensa-se que estas intervenções podem ter efeitos ainda mais sustentáveis na saúde dos trabalhadores e ser mais efetivas na mudança da alimentação que intervenções na comunidade ou direcionadas a comportamentos individuais. Neste contexto, é criado em 2016 um projeto de intervenção, o Projeto Sakthi, com uma abordagem inovadora em Portugal e com o objetivo de melhorar a oferta de alimentos na cantina e o conhecimento sobre alimentação dos trabalhadores da Sakthi Portugal. Este trabalho pretende quantificar o impacto da intervenção na saúde dos trabalhadores, nas suas escolhas e estilos de vida e possível impacto no agregado familiar, dois anos após o seu início. Procura-se ainda definir um caminho para novas intervenções, o que manter do projeto inicial e o que alterar e melhorar em abordagens futuras. Após aplicação de um questionário e análise de indicadores de saúde dos colaboradores verificou-se que 91 % dos colaboradores acompanha a refeição com salada e/ ou hortícolas e quase metade dos colaboradores escolhe fruta fresca como sobremesa. Verificou-se também que 32 % dos colaboradores bebem água aromatizada. Mais de metade dos colaboradores leva uma peça de fruta extra e 88 % afirmou guardá-la para o lanche seguinte. Um quarto dos trabalhadores afirmou ainda ter reduzido a adição de sal em casa nos últimos dois anos. Nos indicadores de saúde verificaram-se melhorias significativas para os trabalhadores do sexo masculino na glicemia (87 vs. 82 mg/dl; p=0,002) e uma redução modesta mas significativa do índice de massa corporal, de 26,4 para 25,8 kg/m2. Estes resultados foram de encontro às expetativas iniciais do trabalho e estão alinhados com a bibliografia existente, mas outros resultados ficaram aquém das expetativas. A linha “Mais Equilíbrio” é habitualmente escolhida apenas por 22,8 % (sopa) e 33,0 % (prato) dos colaboradores e 42,0 % refere não comer qualquer tipo de sopa. Também 42,0 % dos colaboradores afirma usar sal como condimento. Os homens fazem de modo geral piores escolhas alimentares que as mulheres, mas estas tiveram uma evolução menos positiva nos indicadores, o que pode ser justificado por uma possível maior evolução nas escolhas alimentares nos homens, e por fatores associados à faixa etária. Apesar de alguns dos resultados mostrarem melhorias animadoras, outros obrigam a repensar a estratégia adotada e a procurar novas abordagens. Será importante garantir não só uma alteração na disponibilidade alimentar, mas também do conhecimento dos colaboradores, para que estes possuam as ferramentas certas e façam uma escolha informada.