Browsing by Author "Alves, Maria Branca Fortunato"
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- Tromboelastografia e cirurgia cardíacaPublication . Alves, Maria Branca Fortunato; Costa, ElísioA cirurgia cardíaca está frequentemente associada a risco hemorrágico elevado peroperatório e pós-operatório, especialmente em cirurgias com circulação extracorporal (CEC). As alterações da coagulação consequentes têm uma etiologia multifatorial. Uma melhor vigilância do estado hemostático destes doentes tem um impacto significativo, uma vez que o tratamento e suporte transfusional podem ser direcionados. No entanto sabe-se que os testes clássicos da coagulação têm limitações. A tromboelastometria é um teste que permite efetuar uma observação global da hemostase, sendo por isso, uma ferramenta útil para avaliar a hemorragia, a presença de coagulopatia e os efeitos da administração de componentes e derivados sanguíneos. Atualmente é utilizada em diversas áreas, nomeadamente na cirurgia cardíaca, vascular e hepática. Este estudo teve como objetivo comparar a utilização do ROTEM com os testes clássicos da coagulação, na avaliação e monitorização das alterações na hemostase, em doentes submetidos a cirurgia cardíaca. Pretendeu-se verificar se a tromboelastometria permite prever o risco hemorrágico e orientar uma terapêutica mais específica. Foram estudados 16 doentes submetidos a cirurgia cardíaca complexa (substituições de próteses valvulares, valvuloplastias e bypasses coronários) entre Outubro de 2012 e Abril de 2013. A avaliação laboratorial foi feita por testes clássicos da coagulação e, em paralelo, por tromboelastometria. A avaliação clínica foi baseada no registo da administração de componentes sanguíneos e/ou derivados durante e após a cirurgia (primeiras 24 horas). Comparamos os resultados dos testes da hemostase, ao longo das intervenções cirúrgicas e encontramos diferenças estatisticamente significativas, tanto pelos métodos convencionais, como pelos do ROTEM. Contudo, depois de avaliados todos os parâmetros, este trabalho parece não demonstrar que o ROTEM seja mais eficiente que os testes clássicos da coagulação para nos orientar na administração dos componentes ou derivados sanguíneos e prever o risco de hemorragia. No entanto, o número de casos estudado é reduzidos, o que impossibilita concluir de forma sustentada sobre o real valor deste teste na rotina assistencial. Terão que ser feitos mais estudos, a um maior número de doentes, acompanhados de uma estandardização de protocolos, pessoal treinado na execução e interpretação do teste de forma que a utilização da tromboelastometria possa vir a tornar-se num teste alternativo a implementar em casos de coagulopatias.