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A morte de Franco e do franquismo nos relatórios da embaixada portuguesa em Madrid

dc.contributor.authorSardica, José Miguel
dc.date.accessioned2021-10-07T13:48:46Z
dc.date.available2021-10-07T13:48:46Z
dc.date.issued2019-11
dc.description.abstractFrancisco Franco, o Generalíssimo e Caudilho que governara o regime ditatorial espanhol desde 1939, morreu em Madrid, a 20 de novembro de 1975, abrindo o caminho de Transición para a democracia, dentro de um processo político ibérico mais vasto, e já em curso, iniciado pelo golpe de Estado português de 25 de abril de 1974 e pela subsequente revolução lusa de 1974-1975. Este texto tem por objetivo central analisar como a morte de Franco e, de forma mais alargada, o seu contorno político em Espanha foram recebidos em Portugal, explorando os relatórios e informes diplomáticos enviados para Lisboa pela embaixada portuguesa em Madrid, nos últimos meses de 1975. O estudo da narrativa do embaixador português revela dois grandes aspetos: primeiro, e desde logo, que o desaparecimento físico do Caudilho era, no final de 1975, uma inevitabilidade à espera de acontecer, dada a sua gravíssima condição de saúde, um facto que de alguma maneira transformou o óbito de Franco numa ocorrência pouco significativa em si mesma; segundo, e mais importante, que a morte do ditador espanhol foi apenas uma peça, ou um momento, de um processo político mais vasto – e esse sim, realmente decisivo para o futuro do país vizinho – que ligou a decadência política do franquismo, ainda em vida do Caudilho, à rápida erosão ideológica dos franquistas, após a sua morte, como ficou claro pelos primeiros passos da nova monarquia de D. Juan Carlos I. Na sua conclusão, o texto sustenta que, no quadro das interdependências entre os dois países ibéricos, o desaparecimento de Franco parece ter tido pouca ou nenhuma influência direta na liquidação do radicalismo político português, obtida através da operação militar pró-moderada de 25 de novembro de 1975, em Lisboa, que permitiu encerrar o processo revolucionário em Portugal. Assim, mais do que a ocorrência quase simultânea dos dois factos, são as consequências convergentes de ambos para a democratização da Península o que a história e a política ibéricas mais devem recordar.pt_PT
dc.description.abstractGeneral Francisco Franco, the long-standing Caudillo who had governed the Spanish dictatorial regime since 1939, died in Madrid on 20 November 1975, paving the way for the Transición towards democracy, within a broader and unfolding Iberian political process which had been ignited earlier by the Portuguese anti-dictatorial coup d’état and ensuing revolutionary period (1974-1975). The aim of this text is to analyze how Franco’s death and, broadly, its political contour in Spain, were received in neighbouring Portugal, by scrutinizing the content of diplomatic reports sent to Lisbon by the Portuguese embassy in Madrid in the last months of 1975. The analysis of the Portuguese ambassador’s narrative allows for a twofold argument. Firstly, that Franco’s death was, by late 1975, an inevitability waiting to happen, given his severe health condition, which somehow transformed that fact into an uneventful occurrence. Secondly, that Franco’s physical disappearance was but part and play of a larger process, connecting the political decay of Francoism and the ideological waning of the last francoists, as shown by the first steps of Juan Carlos I coming (democratic) monarchy. In the conclusion, the text purports that, within the broader interdependences between the two Iberian countries, the death of Franco seems to have had little direct influence on the taming of Portuguese political radicalism, attained through the pro-moderate military operation of 25 November 1975 in Lisbon, despite the convergence that both events had in fostering the democratic path followed both by Madrid and Lisbon after the end of that year. Therefore, rather than the almost simultaneous occurrence of the two facts, it was the convergence consequences of them both for the democratization of the Peninsula that which Iberian history and politics should remember.pt_PT
dc.description.versioninfo:eu-repo/semantics/publishedVersionpt_PT
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.14/35421
dc.language.isoporpt_PT
dc.subjectFrancisco Francopt_PT
dc.subjectFranquismopt_PT
dc.subjectEspanhapt_PT
dc.subjectPortugalpt_PT
dc.subjectDiplomaciapt_PT
dc.subjectRevoluçãopt_PT
dc.subjectTransiçãopt_PT
dc.subjectDemocraciapt_PT
dc.subjectFrancoismpt_PT
dc.subjectSpainpt_PT
dc.subjectDiplomacypt_PT
dc.subjectRevolutionpt_PT
dc.subjectTransitionpt_PT
dc.subjectDemocracypt_PT
dc.titleA morte de Franco e do franquismo nos relatórios da embaixada portuguesa em Madridpt_PT
dc.title.alternativeThe death of Franco and of Francoism in the Portuguese diplomatic reports from Madridpt_PT
dc.typeworking paper
dspace.entity.typePublication
person.familyNameSardica
person.givenNameJosé
person.identifier.orcid0000-0001-9842-743X
person.identifier.scopus-author-id55236482700
rcaap.rightsopenAccesspt_PT
rcaap.typeworkingPaperpt_PT
relation.isAuthorOfPublicatione81f42d5-fad4-4b49-9495-1edccde6d15b
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