Repository logo
 
No Thumbnail Available
Publication

O sofrimento de Job na perspectiva de uma sabedoria da criação. As tentativas da exegese recente

Use this identifier to reference this record.

Advisor(s)

Abstract(s)

My presentation dares to establish a dialogue with some contributions of current exegesis, in which the traditional themes as the one of justice and suffering give up their centrality and are repositioned on a new horizon. The literary omnipresence of creation (heaven and earth; human beings and divine beings; animals and the cosmos...), dominates in an imperceptible visibility, the unfolding of the drama and it is in a pressing connection with it that what current exegesis calls Job's "eco-conversion" takes place. The cadenced rhythms of harmony and chaos, the consequent convulsion and appeal flow into a God who redirects a Job, entirely focused on a debate about divine justice and his suffering, towards the horizon of creation. Job is challenged to explore the innate wisdom in the realms of the universe and to take a journey through the cosmos. Where Job's friends repeatedly seek to confirm their preconceived beliefs about God's system of retributive justice, Job is driven to develop a 'cosmic awareness' of the vast and mysterious nature of creation of which he is an integral part. And it is in a unique way, in this context of cosmic design, that Job has the possibility to resize a retributive worldview and his anthropocentric search for justice. In this literary omnipresence of creation that runs through the book, the reading appeals to the representations of the created world and emphasizes God as creator and human beings as recipients of all that the created world offers, allowing them to understand and interact with the complex world around them and to find a voice of the earth and its creatures that might be lost in other readings.
No contexto da relevância do tema da justiça e do sofrimento no livro de Job, aos quais a literatura, a pintura e a música associaram tantos outros mais, a minha apresentação ousa estabelecer um diálogo com alguns contributos da exegese atual, onde estes temas cedem a sua centralidade e são recolocados num novo horizonte. A omnipresença literária da criação (o céu e a terra; os seres humanos e os seres divinos; os animais e o cosmos...), domina numa visibilidade impercetível, o desenrolar do drama e é numa conexão premente com ela que acontece aquilo a que a exegese atual designa “eco conversão” de Job. Os ritmos cadenciados da harmonia e do caos, a consequente convulsão e apelo desaguam num Deus que redireciona um Job, inteiramente centrado num debate sobre a justiça divina e o seu sofrimento, para o horizonte da criação. Job é desafiado a explorar a sabedoria inata nos domínios do universo e a fazer uma viagem através do cosmos. Ali onde os amigos de Job repetidamente procuram confirmar as suas crenças preconcebidas sobre o sistema de uma justiça retributiva de Deus, Job é impelido a desenvolver uma "consciência cósmica" da natureza vasta e misteriosa da criação da qual ele é parte integrante. E é de um modo singular, neste contexto de desígnio cósmico, que Job tem a possibilidade de redimensionar uma visão retributiva do mundo e a sua busca antropocêntrica da justiça. Nesta omnipresença literária da criação que percorre o livro, a leitura apela para as representações do mundo criado e dá ênfase a Deus como criador e aos seres humanos como destinatários de tudo o que o mundo criado oferece, permitindolhes compreender e interagir com o mundo complexo que os rodeia e encontrar uma voz da terra e das suas criaturas que se podem perder noutras leituras.

Description

Keywords

Citation

Research Projects

Organizational Units

Journal Issue