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- O exercício da parentalidade de crianças com Perturbação do Espectro do Autismo : um novo olhar sobre o conceitoPublication . Neto, Maria Clara Batalha Reis Roquette Viana; Figueiredo, Amélia Maria da Fonseca SimõesA Parentalidade é um dos processos relevantes que ocorre no ciclo vital familiar. Leva a um reconhecimento pelas famílias do que mudou e a forma como as relações, as circunstâncias estão diferentes. É um processo de transição complexo que requer a interiorização e aprendizagem de novos conhecimentos, a aquisição de novas habilidades, a alteração do comportamento e, por vezes, a mudanças na definição de cada um no contexto social. Quando surge o nascimento de uma criança diferente, as fases do desenvolvimento podem sofrer influências da adaptação da família à deficiência. O nascimento de uma criança diferente confronta toda a expectativa dos pais, bem como da família, remetendo-a para uma situação de instabilidade, geradora de crise. Com este estudo propusemo-nos aprofundar o conhecimento sobre como se processa o exercício da parentalidade de crianças com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA). Pretendemos: Conhecer quais os significados e expectativas vivenciados pelos pais durante aquele processo; Identificar quais os eventos críticos que se realçaram durante o processo; Identificar quais as mudanças que ocorrem durante o mesmo; Identificar as condições facilitadoras/inibidoras; Compreender quais os padrões de resposta dos pais no exercício da parentalidade de um filho diferente e ainda, desenvolver uma teoria de médio alcance que contribua para melhorar a qualidade dos cuidados prestados a estas famílias. A investigação enquadra-se no paradigma qualitativo, permitindo a compreensão das diversas facetas da problemática em estudo, uma vez que procura compreender o fenómeno e os seus significados e ainda, a perceção dos Pais através dos seus discursos. O método da investigação adotado foi o indutivo - Grounded Theory. Com o retrato social e demográfico das Associações de apoio às famílias portadoras de crianças com deficiência, determinou-se a população acessível. O estudo foi sustentado por entrevistas a nove casais e a uma mãe, complementadas com observação, onde pretendemos compreender como vivem estes pais o exercício da parentalidade. Para o tratamento dos dados recorreremos à análise temática de conteúdo do corpus das entrevistas. O Exercício da Parentalidade de uma Criança com PEA foi o tema central que emergiu da análise da informação e representa a transformação dos pais decorrente do cuidado a estas crianças e o reajuste ao processo parental na vivência singular que esta experiência representa. Os mecanismos utilizados pelos pais englobam várias dimensões: a cognitiva, a relacional e a social. Paralelamente foram evidenciadas questões referentes à operacionalidade, onde se sobressai: o envolvimento nos cuidados, a reorganização de hábitos de vida, partilha de experiências e a conciliação de papéis. Todos estes elementos concorrem para a modificação do conceito de vida, das crenças, das expectativas, dos relacionamentos e da vivência do dia-adia. O Exercício da Parentalidade de uma Criança com PEA distingue-se como um processo dinâmico, alimentado pela interação no seio dos vários contextos (familiar, educativo, de saúde), assente numa coconstrução que é substanciada pelas sucessivas temporalidades (enquanto sucessão dos acontecimentos) que revestem o fenómeno de complexidade e singularidade. Por último acreditamos que este conhecimento contribua para a sensibilização dos enfermeiros na resposta aos pais.