Browsing by Author "Salgueiro, Joana Isabel Monteiro da Silva"
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- A pintura portuguesa quinhentista de Vasco Fernandes : estudo técnico e conservativo do suportePublication . Salgueiro, Joana Isabel Monteiro da Silva; Manuel, Ana Calvo; Rodrigues, DalilaNo âmbito da investigação científica na área artística e da conservação de pintura, elaboramos um estudo aprofundado das técnicas e materiais de execução primitivas do suporte lenhoso nas obras do pintor quinhentista português Vasco Fernandes, o afamado “Grão Vasco”. Na presente dissertação intitulada: “A pintura portuguesa quinhentista de Vasco Fernandes: Estudo técnico e conservativo do suporte” desvendamos, igualmente, as diferentes intervenções de conservação e restauro, suas causas e consequências patológicas, reflectidas na actualidade. Paralelamente a este mapeamento rigoroso, realizamos um levantamento do percurso histórico e expositivo, individual e colectivo das pinturas que apesar da sua longevidade cronológica de cerca de 500 anos, revelam dados, que directa e indirectamente, favorecem o deslindar de possíveis indagações quanto ao historial de preservação das referidas obras. Determinamos um núcleo de onze pinturas, dado o elevado número de obras que na historiografia lhe são atribuídas, desde ao próprio mestre Vasco Fernandes à sua oficina e escola. Optamos por seguir o critério definido anteriormente por Dalila Rodrigues e abordar concretamente e apenas as obras1 que quer por contrato, assinatura ou documentação irrefutável, são indubitavelmente atribuídas a Vasco Fernandes. Constituindo assim um grupo seguramente representativo da sua mestria, as cinco restantes pinturas do retábulo-mor da Sé de Lamego (1506-1511) presentes no Museu de Lamego; os dois retábulos laterais da Sé de Viseu S. Pedro e S. Sebastião (1530-1535) do Museu Grão Vasco; o Tríptico da Lamentação sobre Cristo Morto, S. Francisco e Santo António (1510-1530) do Museu Nacional de Arte Antiga e o Retábulo Pentecostes (1535) do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Para alcançar os objectivos propostos e para complementar estudos antecedentes, realizamos (nos casos em que foi possível) exames de Raios-X às pinturas, meios imprescindíveis à visualização e análise das práticas de ensamblagem dos painéis cujos resultados e conclusões se revelaram surpreendentes e determinantes à compreensão das práticas usadas, resultando no desenvolvimento de desenhos 2D e 3D em AutoCAD® e 3dsMax® das estruturas. Recorremos ainda à identificação laboratorial das madeiras, sendo que contamos em paralelo com uma forte componente auxiliar de pesquisa em relatórios, arquivos, correspondência, bibliografia, entre outros acervos que consistem uma base documental imprescindível e ausente nos estudos históricos e pictóricos até à actualidade. Cruzamos ainda os dados analisados nos regimentos das corporações dos ofícios mecânicos dos trabalhos das madeiras: carpinteiros, marceneiros, entalhadores e por comparação pintores; de modo a determinar, através das metodologias de examinação dos aprendizes dos ofícios, e restantes normativas, as técnicas e materiais de execução exigidas, no contexto histórico do período Renascentista português. A presente realidade celebra o novo rumo da historiografia pela crescente incorporação de conservadores - restauradores nas equipas multidisciplinares de investigação. Neste contexto, seguem-se os avanços possíveis, que esperamos constituírem um contributo sólido para o reconhecimento das técnicas desta época tão valiosa visto que a historiografia testemunha que fora um pintor influente, sendo a presente investigação um contributo representativo para o conhecimento do modus facendi do século XVI. Além do considerável avanço na identificação do corpus da obra deste mestre e consequentemente na determinação das metodologias utilizadas na história da Conservação e Restauro, importantes para o discurso ético e deontológico da profissão.