Browsing by Author "Ferreira, Jorge Eurico Gonçalves de Sousa"
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- A missão e a acção dos enfermeiros militares portugueses (da Guerra da Restauração à Grande Guerra)Publication . Ferreira, Jorge Eurico Gonçalves de Sousa; Vieira, Margarida Maria da SilvaSeguindo um caminho de investigação histórica, que se reveste de um carácter de natureza lógica, racional e discursivo, procuramos conhecer qual a missão e a acção dos enfermeiros militares portugueses, desde 1640 até 1918, ou seja, desde a Guerra da Restauração até ao fim da Grande Guerra. Em 1642 D. João IV, determina que haja os enfermeiros necessários nos Hospitais e Misericórdias e manda que haja um hospital portátil nos acampamentos dos exércitos quando este andava em campanha bem como enfermeiros para os doentes e feridos. Tendo em conta esta determinação régia aceitamos a hipótese que os enfermeiros estariam na primeira linha na prestação de cuidados de saúde aos soldados doentes e feridos durante as campanhas militares. Aceitamos igualmente a hipótese de os Reais Hospitais Militares terem seguido a normas que S. João de Deus tinha preconizado, ou seja, a separação dos doentes conforme a natureza da doença, a mudança da roupa branca das camas bem como os pijamas com frequência, o arejamento das enfermarias, por ser esta a prática dos Irmãos noutros hospitais e estarem presentes nas suas próprias normas. O primeiro documento escrito português, conhecido, destinado ao ensino de enfermeiros, data de 1741 e é da autoria do Padre Frei Diogo de Santiago, da Ordem de S. João de Deus, intitulado de "Postilla Religiosa, e Arte de Enfermeiros", através da sua análise aceitamos a hipótese que houve efectivamente ensino de enfermeiros no século XVIII, Aceitamos igualmente a hipótese da existência de alguns princípios que norteiam a enfermagem na actualidade, como os fundamentos do cuidar, a necessidade do bom conhecimento que os enfermeiros devem ter da situação de saúde dos doentes, os registos das actividades desenvolvidas junto dos enfermos, e a preocupação com a segurança na administração dos medicamentos, e os enfermeiros deveriam respeitar a sua área de competência. Com estes conselhos de Frei Diogo de Santiago aceitamos hipótese de ter havido naquele tempo uma área de competências próprias na prestação de cuidados de saúde por parte dos enfermeiros. Na Guerra Peninsular, os enfermeiros militares já tinham algum tipo de formação, visto que os hospitais militares deveriam ser organizados de tal modo que fossem, “verdadeiras Escolas de Medicina Operatória”, nas quais se instruíssem os Oficiais Menores de saúde, para que deste modo pudessem ser úteis a si, e ao Real Serviço; por isso todos os Enfermeiros Mores, os Enfermeiros Ordinários e Supranumerários, serão tirados dos Ajudantes dos Cirurgiões. A formação de enfermeiros continuou a ser feita no exército e mais tarde na marinha. Através da análise dos diferentes regulamentos dos serviços de saúde militar, confirmamos a hipótese de que houve uma perda progressiva de autonomia da prestação de cuidados por parte dos enfermeiros ao longo dos séculos em estudo.