Browsing by Author "Carqueja, Eduardo Manuel Neves Oliveira"
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- O caminhar na vivência do morrer : um estudo fenomenológico com doentes oncológicos em fim de vidaPublication . Carqueja, Eduardo Manuel Neves Oliveira; Veiga, Elisa; Almeida, Filipe Nuno Alves dos SantosEste estudo tem como objectivo geral compreender o processo de adaptação ao processo de morrer em doentes de cuidados paliativos, explorando quais as potencialidades e as vulnerabilidades que a pessoa doente em fim de vida apresenta no processo de morrer, qual a percepção de autonomia e dependência da pessoa doente em cuidados paliativos, como é valorizado o suporte social no processo de morrer, quais as estratégias de coping a que a pessoa recorre no processo de morrer, numa perspectiva bioética, quais as implicações da perda de autonomia e do aumento da dependência e, finalmente, também numa perspectiva bioética, quais as narrativas da pessoa e as suas implicações perante o regime jurídico actual das directivas antecipadas de vontade (DAV). Para concretizarmos estes objectivos entendemos realizar um estudo longitudinal, a doentes com doença oncológica avançada, seguidos num serviço de cuidados paliativos, com três momentos de colheita de dados, i.e., efectuar três entrevistas semi-estruturadas a cada participante. A primeira entrevista (T1) foi realizada no momento da primeira consulta de psicologia de cuidados paliativos e teve 21 participantes, a segunda (T2) aquando do agravamento da condição clínica e teve 8 participantes que realizaram a 1ª e a 2ª entrevista e uma terceira entrevista (T3), o mais próximo possível da morte, que contou com 7 participantes que realizaram as 3 entrevistas. A análise qualitativa dos dados foi realizada de acordo com os princípios da grounded theory e recorreu ao Software Nvivo10. Pela análise dos dados podemos assumir que a percepção que os doentes têm da doença ao longo do processo de morrer, tem um cariz evolutivo de adaptação emocional, cognitivo e comportamental, pautada de percepções positivas e negativas sobre o mesmo, onde o “o que sinto”, “o que penso” e “o que faço” se encontra alterado num “o que sinto”, “o que penso” e “o que não faço”, decorrente da presença de dependência motivada pela falta de forças ou outros sintomas físicos. A dimensão de dependência, não sendo a única que contribui para esta percepção do morrer, tem um peso considerável no processo adaptativo dos doentes em fim de vida. Ela é condicionada e condiciona a percepção de autonomia e vulnerabilidade e é condicionada pelo suporte social informal, reacções comportamentais, estratégias de coping, recursos internos e externos. Os doentes sentem-se mais ou menos autónomos dependendo da sua condição física e não pela sua capacidade cognitiva e/ou volitiva e a maioria desconhece as DAV.