Browsing by Author "Almeida, Maria Brito de"
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- A musealização da ruína : entre a retórica e os limites da prática museológica contemporânea na conservação de obras efémerasPublication . Almeida, Maria Brito de; Teixeira, Joana Cristina Moreira; Castro, Laura Lucinda OliveiraNesta dissertação investiga-se o conflito inerente à conservação de obras de arte de natureza efémera ou perecível que integram coleções de arte contemporânea pertencentes a instituições museológicas. Explora-se a gradual transformação das competências e premissas do Museu ao longo da sua história, compreendendo que a natureza experimental e processual das práticas artísticas desenvolvidas a partir dos anos 60, do século XX, e que integram as coleções museológicas nos anos 90 do mesmo século, entram em conflito com a expectativa de uma arte eterna e com a tendência historicista da narrativa museológica. Verifica-se a crescente vocação comercial do Museu e a forma como esta se traduz na vontade de conservar a dimensão material dos objetos artísticos, da qual depende o seu valor comercial. Demonstra-se que a interrupção da evolução material das obras de arte pode contradizer a intenção do artista, comprometendo a sua integridade conceptual e, consequentemente, a sua autenticidade. Conclui-se que, sem a ponderação desta intenção, a tendência da instituição museológica – em alinhamento com o mercado da arte – é a da contenção da degradação das obras. Infere-se a musealização como um processo ativo de legitimação das obras artísticas, afastando a ideia de neutralidade desinteressada, tradicionalmente associada ao Museu e às suas estratégias expositivas e conservativas. Constata-se a relutância humana na aceitação da extinção material do património artístico e cultural e defende-se a implementação de políticas e procedimentos, por parte do Museu, no sentido de resolver as questões associadas à degradação material dos objetos artísticos ainda no momento da sua aquisição e não numa fase já avançada do seu percurso institucional. Compreende-se que o respeito pela natureza processual e evolutiva das obras artísticas contemporâneas contribui para uma relação mais clara e honesta entre a instituição museológica e o seu público e para uma leitura mais verdadeira da História.