Ferro, Pedro2024-06-042024-06-042021http://hdl.handle.net/10400.14/45373O objecto deste texto é a apresentação, recensão crítica e comentário de Virtue Politics: Soulcraftand Statecraft in Renaissance Italy, da autoria de James Hankins. Neste livro, Hankins atreve-se a descrever,«pela primeira vez, um novo tipo de educação política, e mesmo um novo tipo de pensamento sobre asquestões políticas, inventado e promovido pelos humanistas italianos, no século e meio que vai de Petrarca aMaquiavel»: aquilo que Hankins designa como “política da virtude”. A ideia básica consiste na tese de que asCidades-Estado italianas precisavam de ser governadas por pessoas de carácter, prudentes e piedosas,ilustradas pelos estudos da literatura clássica e da filosofia moral cristã, inspiradas pelos grandes feitos e ideiasda antiguidade clássica, e pela investigação dos respectivos modelos históricos, dos quais se deveria retirarpreceito e exemplo. Em suma, o humanismo político italiano propugna a prioridade da virtude sobre o regime,como fonte de legitimidade política, e a precedência da “soulcraft” sobre o “statecraft”, a par da crença noalcance político de uma paideia adequada. Esta visão é contrastada com a de Maquiavel, que Hankinsconsidera ser um exemplar atípico (e hostil) do pensamento político renascentista italiano. No final, discuto oslimites dessa perspectiva e as ilações que dela podemos retirar para o nosso tempo.The object of this paper is the presentation, critical review and commentary of Virtue Politics:Soulcraft and Statecraft in Renaissance Italy, by James Hankins. In this book, Hankins dares to describe, «forthe first time, a new kind of political education, and indeed a new way of thinking about political questions,invented and promoted by the Italian humanists, in the century and half from Petrarch to Machiavelli»: whatHankins designates as “virtue politics”. The basic idea is that the Italian city-states should be governed bypeople of character, prudent and pious, illustrated by the studies of classical literature and Christian moralphilosophy, inspired by the great deeds and ideas of classical antiquity, and by the investigation of therespective historical models, from which precept and example should be taken. In short, Italian politicalhumanism advocates the priority of virtue over the regime, as the source of political legitimacy, and theprecedence of “soulcraft” over “statecraft”, along with the belief in the political reach of an adequate paideia.This view is contrasted with that of Machiavelli, whom Hankins considers to be an atypical (and hostile)example of Italian Renaissance political thought. In the end, I briefly discuss the limits of this perspective andthe lessons we can draw from it for our time.por"Política da virtude" e virtude políticaworking paper