Melo, António Maria Martins2019-04-032019-04-0320189788433863553http://hdl.handle.net/10400.14/27239Depois de ter tratado da teorização poética, Escalígero vai dedicar os dois livros seguintes (V e VI) à formação do poeta segundo aqueles preceitos. Deste modo, o crítico franco-italiano vai trazendo à colação passos variados de distintos autores da Antiguidade Clássica, segundo o processo tradicional da gramática antiga e da formação retórica, que se baseava na leitura de autores canónicos. Um caminho que havia de privilegiar o género épico. A estrutura do Livro V, como se verá, tem como objectivo demonstrar a superioridade da literatura latina e da sua língua, o que servia perfeitamente os interesses de J. C. Escalígero. Se, por um lado, ele defendia o uso do latim em detrimento do vulgar, por outro, a língua latina podia ser um factor importante para a unidade política de Itália. Para além disso, o humanista pretendia impulsionar uma sociedade aristocrática cortesã, um modelo que podia colher, de forma excelente, na Eneida. E assim, num poeta se concentravam todos os seus interesses: escritor exímio da língua latina, poeta superior aos maiores da literatura grega e ímpar entre os autores coevos, Virgílio é um poeta divinus, o modelo por excelência, como se anuncia logo no capítulo segundo deste livro.porHorácioPoética renascentistaJ. C. EscalígeroPoetices libri septemHomero e Virgílio, um agon memorável na Poética de J. C. Escalígero: palavras introdutóriasbook part