Capelas, Manuel LuísSousa, Daniela Moreira Sousa2024-10-032024-10-032023-07-262023http://hdl.handle.net/10400.14/46858Introdução: Em fim de vida existem sintomas para os quais os tratamentos com base na evidência científica não são eficazes apesar de esforços intensos. A sedação paliativa surge como opção terapêutica que permite aliviar o sofrimento refratário. Ao longo dos últimos anos têm surgido protocolos e recomendações, que diferem em vários aspetos; o que desencadeia práticas distintas de sedação paliativa. Para que se possam uniformizar práticas, é essencial perceber o conhecimento existente sobre sedação paliativa. Objetivo: Mapear o conhecimento existente sobre sedação paliativa, nomeadamente: definição de sedação paliativa, definição de sintomas refratários, indicações para sedação paliativa, métodos de sedação paliativa, fármacos e dosagem usados, cuidados e monitorização ao doente. Metodologia: Foi desenvolvida uma revisão scoping e realizada uma pesquisa da literatura nas bases de dados PubMed, CINHAL, Scopus, Web of Science, Cochrane Library, e Medic Latina. O processo de seleção por título e resumo e, depois, por texto completo, foi realizado por 2 revisores independentes. A qualidade dos artigos foi avaliada. Resultados: De um total de 4359 artigos, 58 foram incluídos na revisão, na sua maioria cross-sectional studies (37,9%) e revisões sistemáticas da literatura (22,4%). A definição de sedação paliativa deve referir a redução do estado de consciência, o recurso a fármacos sedativos e a presença de sintomas refratários. Para definir um sintoma refratário, os tratamentos disponíveis são considerados como: incapazes de proporcionar o alívio adequado, terem risco-benefício não é aceitável, ou serem improváveis de proporcionar alívio em tempo útil. Os sintomas refratários relatados com maior frequência são: delirium, dispneia, dor e sofrimento existencial. Maioritariamente, a sedação paliativa pode ser classificada como superficial ou profunda, e como intermitente ou contínua. O midazolam é o fármaco mais utilizado para sedação paliativa, sendo que a levomepromazina, a cloropromazina, o propofol e o fenobarbital são também alguns dos fármacos referidos. A sedação paliativa implica monitorização frequente da severidade dos sintomas e do nível de sedação. Deve haver sempre registo clínico do objetivo da sedação paliativa, da sua profundidade e nível, bem como dos fármacos e doses instituídos. Dependendo do prognóstico, alguns autores consideram ainda pertinente a avaliação de sinais vitais. Conclusões: Existem algumas divergências sobre os conceitos e práticas de sedação paliativa. O desenvolvimento de nova investigação e diretrizes comuns por várias instituições e especialistas é necessário para que se estabeleçam padrões consensuais e consequentemente melhoria da prática de sedação paliativa.Introduction: At the end of life, there are symptoms for which treatments based on scientific evidence are ineffective despite intensive efforts. Palliative sedation arises as a therapeutic option that allows relief of refractory suffering. Over the past years, protocols and recommendations have emerged, which differ in several aspects, leading to distinct palliative sedation practices. In order to standardize these practices, it is essential to understand the existing knowledge about palliative sedation. Objective: Map the preexisting knowledge on palliative sedation, namely: the definition of palliative sedation, refractory symptoms, indications for palliative sedation, palliative sedation methods, drugs and dosage used, patient care and monitoring. Methodology: A scoping review was developed, and a literature search was performed in PubMed, CINHAL, Scopus, Web of Science, Cochrane Library and Medic Latina databases. Two independent researchers performed the selection process by title, abstract, and full text. The methodological quality of the articles was assessed. Results: From a total of 4359 articles, 58 were included in this review, the majority being cross-sectional studies (37.9%) and systematic reviews (22.4%). The definition of palliative sedation should mention the reduction of the state of consciousness, the use of sedative drugs and the presence of refractory symptoms. In order to define refractory symptoms, the treatments available are defined as incapable of delivering adequate relief, having no acceptable risk-benefit, or unlikely to provide relief within a tolerable time frame. The most frequently reported refractory symptoms are delirium, dyspnea, pain and existential suffering. Palliative sedation can be classified mainly as superficial or deep and intermittent or continuous. Midazolam is the most commonly used drug for palliative sedation. Levomepromazine, chlorpromazine, propofol and phenobarbital are other referred drugs. Palliative sedation implies frequent monitoring of symptom severity and sedation levels. There should always be clinical documentation on palliative sedation purpose, its depth and level, and the drugs and dosages used. Depending on the prognosis, some authors consider evaluating vital signs pertinent. Conclusion: There are some divergences in the concepts and practices of palliative sedation. Developing new research and standard guidelines by various institutions and experts is necessary to establish consensual standards and improve palliative sedation practices.porSedação paliativa : uma revisão scopingPalliative sedation : a scoping reviewmaster thesis203593936