Gil, Isabel CapeloaCachola, Ana Cristina Pires2016-08-122016-08-122015-10-192015http://hdl.handle.net/10400.14/20502A presente investigação tem como objectivo problematizar as representações da identidade cultural na arte contemporânea visual produzida por artistas portugueses no período pós-25 de Abril, com especial enfoque nos artistas que começam a expor regularmente a partir da primeira década do século XXI. Neste sentido, pretende-se analisar de que forma os artefactos produzidos por estes artistas são, simultaneamente, mediadores e produtores de uma identidade cultural negociada e partilhada. Este trabalho pressupõe, assim, o estabelecimento de linhas de intersecção entre o amplo debate teórico sobre questões identitárias de pertença nacional e a produção artística visual contemporânea, privilegiando-se uma abordagem no âmbito dos Estudos de Cultura, em geral, e dos Estudos de Cultura Visual, em particular. As representações da identidade cultural portuguesa nas produções artísticas serão observadas a partir de três eixos de análise fundamentais: as (re)mediações e (re)figurações do imaginário português, as quais, a partir de narrativas históricas, literárias e artísticas colocam o mar no centro da imaginação da portugalidade; a recuperação de episódios traumáticos do passado recente nacional, nomeadamente o Estado Novo e a Guerra Colonial, enquanto dimensões fundamentais da tessitura identitária contemporânea; e o pós-colonialismo como moto e tema da revisão do passado num presente que articula a identidade cultural com a produção de uma visualidade constitutiva de relações sociais. Através de uma aproximação hermenêutica a obras concretas de seis artistas portugueses – João Pedro Vale, Joana Vasconcelos, Maria Lusitano, Pedro Barateiro Vasco Araújo e Francisco Vidal – que se insinuam como mediações de uma visualidade anterior, – pós-imagens –, defender-se-á que a construção da comunidade imaginada portuguesa se configura pela relação dialéctica entre a pedagogia e a performatividade da narração, também visual, da nação. Defender-se-á, igualmente, que as obras que constituem o corpus de análise se assumem enquanto sistema discursivo seminal nos processos de produção de sentido cultural e na activação de mecanismos de celebração, interrogação e construção/desconstrução de uma identidade cultural portuguesa. Procurarse- á, ainda, discutir a coincidência de agenda entre a arte contemporânea e os Estudos de Cultura, ressalvando a singularidade de cada um dos territórios.This research aims to examine representations of cultural identity in contemporary visual art produced by Portuguese artists in the period after the Carnation Revolution on 25 April 1974, with a particular focus on artists who began to exhibit their work on a regular basis from the first decade of the 21st century. As such, it seeks to analyse the way in which the artefacts produced by these artists both act as mediators and creators of a cultural identity that is negotiated and shared. It therefore presupposes various lines of intersection between the wide-ranging theoretical debate about issues of national identity and contemporary visual art, adopting an approach normally employed in Culture Studies in general, and Visual Culture Studies in particular. Representations of Portuguese cultural identity in art are considered in terms of three basic areas of analysis: examples of (re)mediation and (re)figuration of the Portuguese collective image which, in drawing upon historical, literary and art-related texts, place the sea at the centre of the shared identity of the Portuguese; a renewed look at various traumatic episodes from the country’s recent past, in particular the Estado Novo and the Colonial War, as fundamental features that are woven into the contemporary sense of identity; and Post-Colonialism as a byword and key concern when recasting the past into the present, forging links between cultural identity and the creation of a visuality that is informed by social relationships. Through a hermeneutic approach to specific works by six Portuguese artists – João Pedro Vale, Joana Vasconcelos, Maria Lusitano, Pedro Barateiro Vasco Araújo and Francisco Vidal – which are suggested as the mediators for an anterior visuality, or afterimages, it is argued that the construction of the Portuguese imaginary community is shaped by the dialectic relationship between pedagogy and the performance-related aspects of the narration – be it visual or otherwise – of the nation. It is also argued that the works that make up the body of the analysis form a seminal system of discourse in the process of creating a sense of culture and in the activation of mechanisms for celebrating, questioning and creating or dismantling Portuguese cultural identity. The text also seeks to discuss the areas of overlap between contemporary art and Culture Studies, pointing out the aspects that are unique to each field.porRepresentaçãoIdentidade cultural portuguesaPós-imagemNaçãoArte contemporâneaArtistas portuguesesRepresentationPortuguese cultural identityAfter-imageNationContemporary artPortuguese artistsRepresentações da identidade cultural portuguesa na arte contemporânea : pós-imagens entre o pedagógico e performativodoctoral thesis101409648