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Veríssimo, Cristina

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  • Violência contra as pessoas idosas na comunidade : desafios e prioridades para a ação dos enfermeiros
    Publication . Veríssimo, Cristina Maria Figueira; Vieira, Margarida Maria da Silva
    Introdução: A violência contra as pessoas idosas (VCPI) é um problema social e de saúde pública, relacionado com as condutas e os valores sociais, que causa elevada morbilidade e mortalidade. Tem sérias repercussões nos sistemas de saúde e na saúde física e mental das pessoas idosas, especialmente das mais vulneráveis. Dado o envelhecimento acentuado da população, prevê-se o agravamento desta situação na sociedade. Para a enfrentar e reduzir exige-se uma abordagem multissectorial e multidisciplinar. Neste contexto, os enfermeiros afetos aos Cuidados de Saúde Primários, estão bem posicionados para trabalhar com as famílias e comunidades, sendo determinantes para garantir a saúde e o bem-estar das pessoas idosas. Objetivos: determinar a prevalência da violência no último ano e ao longo da vida, em pessoas idosas a viver na comunidade (domicílio); caracterizar a cronicidade e severidade dos atos, tipo de agressores, reações e sentimentos das vítimas; caracterizar a ocorrência da violência segundo as características sociodemográficas, utilização dos serviços de saúde, estilos de vida, saúde física e mental, qualidade de vida (QV) e suporte social; identificar fatores determinantes associados à violência. Métodos: Estudo descritivo-correlacional e secção transversal, com amostra do tipo acidental. A população alvo foi composta por pessoas com 60 e mais anos, a viver na comunidade (domicílio), residentes no município de Coimbra. A recolha de dados foi efetuada com recurso ao questionário ABUEL (Elder Abuse: a Multinational Prevalence Survey). Resultados: A amostra incluiu 427 participantes, com média de idades de 72,2 anos (mínimo de 60 e máximo 95 anos) e do sexo feminino (60,2%). Coabitavam com o cônjuge/companheiro(a) (49,9%). A principal fonte de rendimentos era a reforma por idade (35,4%). A prevalência da violência, no último ano, foi de 39,4% para a violência global. Ao longo da vida, constatou-se um aumento em todos os tipos de violência e na violência global (41,7%). A violência psicológica e financeira, foram as mais reportadas. A reação” emocional” foi a mais frequente. Em todos os tipos de violência, os elementos da família foram os principais agressores. Como fatores protetores da violência psicológica surgem a idade, a coabitação, suporte social (apoio da família) e QV na intimidade e como fator de risco a saúde mental (ansiedade). Ter mais idade, viver sozinho, ter maior suporte social/maior apoio familiar e maior QV na intimidade diminui a possibilidade de ser vítima. Já os indivíduos mais ansiosos apresentam maior probabilidade de vitimização. O sexo, o estado civil, a coabitação e a saúde mental (ansiedade) revelaram-se fatores de risco para a violência financeira. Apresentavam uma possibilidade superior de sofrer este tipo de violência: os indivíduos do sexo masculino; os que não viviam uma relação de casado/união de facto (solteiros, divorciados/separados e viúvos); os que viviam em coabitação com o conjugue companheiro(a) e “outros”; os mais ansiosos. Conclusões: Este estudo, permitiu caracterizar a violência, os agressores e identificar os fatores protetores e os de risco da violência psicológica e financeira, subsidiando o raciocínio critico dos enfermeiros na intervenção com a pessoa idosa, família e comunidade, na prevenção da violência e na promoção da QV das pessoas idosas. Aquando da avaliação das pessoas idosas, das suas famílias e da comunidade envolvente, cabe ao enfermeiro, através da colheita de dados e de todas as interações com a pessoa/família, valorizar os fatores preditores de violência, de modo a prevenir, detetar e intervir nesta área.