R - Teses de Doutoramento / Doctoral Theses
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- Adaptação, validação e eficácia do Cognitive Stimulation Therapy para as pessoas com demência em PortugalPublication . Pereira, Gabriela Henriques de Sousa Álvares; Nunes, Maria Vânia SilvaContexto: O Cognitive Stimulation Therapy (CST) é um programa baseado na evidência para melhorar a função cognitiva e a qualidade de vida de pessoas com demência leve a moderada, apresentando uma boa relação custobenefício. Objetivos: Adaptar e validar o CST para as pessoas com demência em Portugal e testar a sua eficácia. Método: A adaptação cultural seguiu o Formative Method for Adapting Psychotherapy (FMAP). A validação do CST foi realizada através de um estudo multicêntrico, controlado, com ocultação, randomizado que recrutou 112 pessoas com demência. Foram testadas a cognição, o comportamento/autonomia, ansiedade, depressão e qualidade de vida. Explorámos igualmente se o CST beneficiava as pessoas com demência de modo diferente de acordo com o contexto e o nível de reserve cognitiva. Resultados: Na adaptação do programa à cultura portuguesa foram necessárias algumas modificações especialmente relacionadas com questões linguísticas. O programa adaptado mostrou ser viável, ter boa aceitação e ser válido para pessoas com demência em Portugal. A intervenção CST mostrou melhorias significativas comparativamente ao controlo na cognição, comunicação, comportamento e funcionamento global. Conclusões: O CSTPortugal é um programa adaptado e válido com benefícios para as pessoas com demência leve a moderada independentemente do contexto e da sua reserva cognitiva.
- Ambiente de prática de enfermagem nos cuidados de saúde primários em PortugalPublication . Lucas, Pedro Ricardo Martins Bernardes; Jesus, Élvio de; Almeida, SofiaO ambiente de prática de enfermagem (APE) tem consequências na qualidade dos cuidados de enfermagem, nos resultados nos clientes e nos enfermeiros, nomeadamente melhores desempenhos destes profissionais. Melhorar os APE nas organizações de saúde, é uma estratégia organizacional com baixos custos para obter maiores resultados nos clientes e para reter enfermeiros qualificados, melhorando os cuidados de enfermagem das unidades, das organizações e do sistema de saúde. Estudos sobre o APE nos cuidados de saúde primários (CSP) são muito mais escassos do que em contexto hospitalar. Definiu-se como questão de investigação: Qual a relação e o impacte do APE na qualidade dos cuidados, segurança dos clientes, cultura de segurança, satisfação profissional, intenção de saída, e burnout dos enfermeiros, dos CSP em Portugal? e delineou-se um estudo quantitativo, descritivo, analítico e transversal. Explorou-se as relações entre as variáveis: APE; qualidade dos cuidados; segurança dos clientes; cultura de segurança; satisfação profissional; intenção de saída; e burnout dos enfermeiros dos CSP em Portugal. Como objetivo geral definiu-se: Avaliar a relação e o impacte do APE na qualidade dos cuidados, segurança dos clientes, cultura de segurança, satisfação profissional, intenção de saída, e burnout dos enfermeiros, dos CSP em Portugal. Analisou-se as propriedades psicométricas da escala Practice Environment Scale – Nursing Work Index (PES-NWI), em CSP e avaliou-se o impacte do APE na qualidade dos cuidados, na segurança dos clientes, na cultura de segurança, na satisfação profissional, na intenção de saída, e na burnout dos enfermeiros dos CSP. A avaliação das propriedades psicométricas da escala PES-NWI nos CSP em Portugal, foi o primeiro estudo no país, neste nível de cuidados, e o segundo no mundo, depois de Espanha. A escala PES-NWI nos CSP em Portugal, constituída por 28 itens, revelou uma estrutura adequada com bom desempenho psicométrico distribuídos por cinco dimensões: Participação dos Enfermeiros na Governação da Organização; Fundamentos de Enfermagem para a Qualidade dos Cuidados; Competências do Enfermeiro Gestor, de Liderança e Apoio aos Enfermeiros; Adequação de Recursos Humanos e Materiais; e Relação Enfermeiro-Médico. Concluiu-se que os enfermeiros consideram que existe nos CSP em Portugal um APE desfavorável e misto, associado a uma perceção de boa qualidade dos cuidados, com segurança dos clientes aceitável, com cultura de segurança aceitável, com uma baixa satisfação profissional, com uma intenção de saída moderada e com burnout reduzido. A relação do APE é maior com a cultura de segurança, seguida da qualidade dos cuidados, satisfação profissional e segurança dos clientes. O APE esteve negativamente correlacionado com burnout, e as suas dimensões exaustão emocional, despersonalização e perda de realização profissional. Os resultados do presente estudo confirmaram as hipóteses do impacte positivo do APE sobre a qualidade dos cuidados, segurança dos clientes, cultura de segurança, satisfação profissional, e burnout dos enfermeiros.
- O ambiente hospitalar nos cuidados de enfermagemPublication . Lopes, Françoise Michèle Bueche Apolo; Renaud, Michel; Vieira, MargaridaExiste uma estreita relação entre os seres vivos e o seu ambiente, entre a pessoa e o ambiente que a rodeia. A biologia e a ecologia estudam a subtil e delicada interação que mantém a homeostasia e a harmonia deste binômio e os fatores que podem interferir no seu equilíbrio. O ambiente hospitalar, como todo o ambiente, exerce influências, positivas ou negativas sobre o paciente e sobre o pessoal de saúde que ali desenvolve a sua atividade profissional. Cedo os enfermeiros perceberam a importância que um ambiente de cuidados adequado e seguro representa ganhos em saúde e diminuição do tempo de internamento, além do bem-estar do paciente e da satisfação profissional, sendo um dos principais indicadores de qualidade. Por isso o conceito de Ambiente foi incorporado no metaparadigma da Enfermagem. Pretendeu-se dar visibilidade ao Conceito Ambiente em Enfermagem. Propôs-se conhecer a estrutura significativa do Conceito Ambiente em Enfermagem e compreender o fenómeno do Ambiente Hospitalar nos cuidados de Enfermagem, para melhorar a intervenção do enfermeiro a nível da complexa interdependência Pessoa/Ambiente. Realizaram-se pesquisas relativas ao conceito de Ambiente e à sua aplicação e descrição na Enfermagem e dois estudos de campo. O primeiro junto de enfermeiras gestoras numa experiência de criação / requalificação do ambiente hospitalar realizado em Portugal e o segundo com a participação de pacientes hospitalizados em serviços de Medicina e de Cirurgia do Hospital Universitário de Genebra, na Suíça, por ter iniciativas relativas à arte para melhorar o quotidiano do paciente e do pessoal. Para ambos optou-se por uma metodologia qualitativa recorrendo ao método fenomenológico de Amedeo Giorgi. A palavra Ambiente é polissémica e sofreu uma evolução etimológica e histórica. Em Enfermagem, o conceito também foi se modificando ao longo da sua história, acompanhando os seus principais marcos. As Teóricas de Enfermagem incorporaram-no nas suas Filosofias, Modelos Conceituais e Teorias, influenciadas pela sua perceção do mesmo, pela época em que viveram, e as escolas de pensamento que integravam. Apenas Nightingale e Watson o definem em todas as suas dimensões, sendo que algumas teóricas somente lhe fazem referência implicitamente. A experiência vivenciada pelas enfermeiras gestoras revelou uma Estrutura Geral de Significados onde se destacaram dezanove Constituintes Essenciais: dez relativos ao Ambiente físico, seis ao Ambiente Conceptual (abstrato) e três à Circunstância. O segundo estudo realizado junto dos pacientes permitiu ter acesso a uma Estrutura Geral de Significados da qual se extraíram catorze Constituintes Essenciais, entre eles quatro associados ao Ambiente Relacional, três ao Ambiente Físico e sete à Circunstância. O conceito de ambiente sempre esteve presente nas preocupações da Enfermagem. As Enfermeiras gestoras que participaram no estudo demonstraram preocupação em criar um ambiente favorável à prática, especialmente na sua dimensão física e observando os requisitos legais. Os pacientes valorizaram o ambiente relacional, o pessoal de saúde e a enfermeira em particular, que representam o seu ambiente imediato. A sua experiência hospitalar, o tempo vivido no hospital permanecem nas suas memórias. Estes dados apresentam relevância para a prática avançada de Enfermagem, proporcionando contributos para melhorar a intervenção do enfermeiro junto do paciente, ajudando-o a criar o seu ambiente no contexto hospitalar.
- Angústia espiritual em pessoas com cancro submetidas a quimioterapia : estudo longitudinalPublication . Martins, Helga Teixeira; Berenguer, Sílvia Maria Alves CaldeiraIntrodução: O cancro é uma das primordiais causas de morbidade e mortalidade a nível mundial. Afeta as pessoas em todas as dimensões humanas: física, psicológica, social e espiritual. Em particular, na dimensão espiritual, o diagnóstico de enfermagem angústia espiritual está presente em 40,8% das pessoas com cancro submetidas a quimioterapia. Os cuidados de enfermagem têm uma visão holística, em que a dimensão espiritual deve ser considerada e o reconhecimento das necessidades espirituais dos doentes deve ser uma parte fundamental desses cuidados. Porém, ainda é fraca a evidência sobre o perfil do diagnóstico de angústia espiritual ao longo do tempo ou ao longo de uma condição de saúde particular. Objetivo: Determinar o valor da angústia espiritual em pessoas com cancro ao longo da quimioterapia. Metodologia: Estudo quantitativo, observacional, longitudinal em painel e prospetivo. A população do estudo é constituída por 332 pessoas com doença oncológica que foram submetidas a quimioterapia em regime de ambulatório, num hospital do sul de Portugal. A técnica de amostragem foi aleatória simples, atendendo aos seguintes critérios de inclusão: maiores de 18 anos; saber ler e escrever; realização de quimioterapia (oral, subcutânea, endovenosa) em ambulatório no Hospital de Dia; estádio da doença: I, II, III e IV; pessoas com cancro antes de iniciar o primeiro ciclo de quimioterapia. O processo de recolha de dados teve cinco cortes, especificamente, antes de iniciar quimioterapia, após três meses, seis meses, nove meses e 12 meses após o início da quimioterapia. O instrumento de recolha de dados foi um questionário composto por cinco partes: (1) caracterização sociodemográfica; (2) o estado clínico do participante; (3) Belief Into Action Scale; (4) Spiritual Distress Scale e (5) características definidoras do diagnóstico de enfermagem angústia espiritual da NANDA-Internacional. A recolha de dados decorreu entre fevereiro de 2019 e junho de 2020. A análise dos dados foi realizada através do software Statistical Package for the Social Sciences. O estudo foi aprovado e recebeu parecer positivo da instituição onde decorreu. Resultados: O estudo reuniu 332 participantes na fase inicial e 274 participantes no último corte, revelando atrito de 17,5%. A amostra inicial foi composta maioritariamente por mulheres 56,60 % (n = 188), idade média de 60,25 anos (Desvio Padrão (DP)= ± 11,73), e uma amplitude entre 22-83 anos. A maioria tinha uma filiação religiosa (93,70%, n = 311). O tipo de cancro mais frequente foi o cancro da mama (27,70%, n = 92). A angústia espiritual no decorrer no estudo alcançou o valor mais elevado nos três meses após o início da quimioterapia e foi decrescendo até aos 12 meses, no entanto, existe uma diferença estatística significativa entre os valores de angústia espiritual que são superiores ao fim de doze meses, comparando com o momento antes do início da quimioterapia. Não foi identificada diferença do valor de angústia espiritual entre géneros. Adicionalmente, identificou-se uma correlação negativa significativa entre a angústia espiritual e o envolvimento religioso. Conclusões: O diagnóstico de angústia espiritual é uma realidade nas pessoas com cancro O período mais delicado corresponde a valores mais elevados, nos primeiros três meses após o início de quimioterapia, mas os valores de angústia espiritual ao longo da quimioterapia são superiores à fase inicial. O envolvimento religioso pode ser benéfico para amenizar a angústia espiritual ou reduzir o risco. O conhecimento sobre o diagnóstico de enfermagem angústia espiritual numa perspetiva longitudinal permite aos enfermeiros anteciparem intervenções autónomas de enfermagem com o objetivo de favorecer o bem-estar espiritual, adequadas às respostas humanas avaliadas.
- Aprender a comunicar através do toque : experiências dos estudantes de enfermagem em ensino clínicoPublication . Serra, Aida Maria da Silva Abreu; Pereira, Luciane LucioEste estudo surge das nossas preocupações enquanto enfermeiras e docentes e, vem na sequência da necessidade de compreender como os estudantes de enfermagem experienciam a comunicação através do toque, durante o Ensino clínico. É um estudo exploratório e descritivo, de natureza qualitativa. Partimos para este estudo com a seguinte questão: Quais as estratégias, identificadas pelo estudante, como facilitadoras do toque no processo de ensino-aprendizagem do estudante de enfermagem? Para a colheita de dados, utilizámos a entrevista semiestruturada, gravada em suporte magnético, a 24 estudantes do primeiro ano e a 12, do segundo ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem, tendo sido feita a sua análise através da técnica de análise de conteúdo, seguindo a orientação preconizada por Bardin (2009). A análise das narrativas revela-nos as experiências dos estudantes de enfermagem em Ensino clínico, relativamente às suas vivências ao tocar os doentes, as dificuldades na comunicação com o doente e ainda, as estratégias utilizadas para superarem as dificuldades, durante o Ensino clínico. Podemos concluir que os estudantes de enfermagem no relacionamento com o doente, quer verbal quer através do toque, vivenciaram: experiências relacionais positivas, experiências relacionais negativas, experiências de cuidar singulares e experiências de cuidar e aprendizagem. Apurámos também que, as principais dificuldades relativas à comunicação verbal e ao toque, vivenciadas pelos estudantes na sua relação com os doentes, durante o Ensino clínico, surgiram devido ao impacto das situações singulares, do impacto do estado físico do doente, do impacto da situação emocional do doente e ainda, devido ao impacto das características biológicas do mesmo. Constatámos ainda que, os estudantes desenvolveram estratégias para superar dificuldades, através da utilização de estratégias comunicacionais, recorrendo à comunicação não verbal, e ainda optaram pela estratégia de fuga das situações, cuja comunicação verbal estava comprometida.
- Aquisição e desenvolvimento da linguagem oral em crianças portuguesas surdas com implantes coclearesPublication . Faria, Sofia de Sacadura Botte Lynce de; Mineiro, Ana; Santos, Maria EmíliaO presente trabalho tem como objetivo principal analisar os vários subsistemas da linguagem oral em crianças com surdez pré-lingual, severa a profunda, utilizadoras de Implante Coclear (IC), dispositivo que possibilita a aquisição e o desenvolvimento da linguagem oral através da via auditiva. Dados sobre esta matéria em crianças a adquirir o Português Europeu são escassos e, muitas vezes, circunscritos, apenas, a certos aspetos da linguagem. Para além do estudo empírico feito com crianças surdas com IC e seus pares normoouvintes, procurámos enquadrar o trabalho fazendo uma revisão da literatura sobre: a) anatomia e fisiologia da audição, avaliação audiológica, tipos de surdez, próteses auditivas e implantes cocleares; b) aquisição e desenvolvimento dos vários subsistemas da linguagem oral e formas de avaliação; e c) aquisição e desenvolvimento da linguagem oral em crianças surdas utilizadoras de IC. Neste estudo foi analisada a linguagem oral de 19 crianças surdas com IC, entre os três e os nove anos de idade cronológica e os dois e os sete anos de idade auditiva (isto é, tempo decorrido desde a ativação do processador do IC), e de 38 crianças normo-ouvintes, emparelhadas por idade auditiva e por idade cronológica, constituindo, assim, dois grupos de comparação com 19 crianças cada. De forma a estudar-se os diferentes subsistemas da linguagem foi necessário utilizar vários instrumentos como medidas de linguagem: o Teste Fonético-Fonológico ALPE (TFF-ALPE), que avalia o desenvolvimento fonológico através da nomeação de imagens; o Teste de Avaliação da Linguagem na Criança (TALC), que avalia componentes de compreensão (semântica e morfossintaxe) e expressão (semântico, morfossintaxe e pragmática), e foi ainda analisada a linguagem espontânea através da Extensão Média do Enunciado em palavras (EME-p). Foi também avaliado o impacto da idade auditiva e do modo de comunicação preferencial (comunicação oral ou comunicação total) nos resultados linguísticos alcançados pelas crianças surdas utilizadoras de IC. No geral, verificou-se nas crianças surdas com IC uma tendência para a estabilização tardia do inventário consonântico e a presença de processos fonológicos, a nível da sílaba e do segmento, que tendem a persistir ao longo do tempo. Os resultados revelaram também que as crianças da amostra com mais tempo de uso de IC, particularmente a partir dos 5;0 anos de idade auditiva, apresentavam um inventário consonântico mais completo e um decréscimo no uso de processos fonológicos. Paralelamente, os resultados obtidos no desenvolvimento semântico e no desenvolvimento da pragmática (TALC) foram adequados à sua idade auditiva. Por outro lado, verificou-se um fraco desenvolvimento na morfossintaxe (TALC), e valores na EME-p substancialmente inferiores, mesmo considerando a idade auditiva. O modo de comunicação preferencial não teve impacto no desenvolvimento da linguagem oral. A EME-p correlacionou-se positiva e significativamente com o TALC (compreensão e expressão), mostrando que esta medida de linguagem espontânea é também um indicador válido do desenvolvimento da linguagem para esta população infantil. Podemos concluir que o desenvolvimento da linguagem oral de crianças surdas com IC não é uniforme entre os vários subsistemas de linguagem avaliados, verificando-se níveis de proficiência idênticos aos de crianças com desenvolvimento típico (considerando a idade auditiva) na semântica e na pragmática, mas acompanhados de um sistema fonológico imaturo e de um desenvolvimento morfossintático inferior ao dos seus pares normo-ouvintes emparelhados por idade auditiva. Em adição, a EME p, enquanto medida global do desenvolvimento da linguagem, também revelou valores substancialmente inferiores, mesmo tendo em conta o tempo de audição robusta (i.e., tempo de uso de IC) destas crianças.
- Aspetos fonológicos, morfossintáticos e semânticos da negação em língua gestual portuguesa : o caso do gesto não_haverPublication . Carmo, Helena Cristina Horta Sustelo do; Zaky, Ana Margarida Mineiro Rodrigues; Morgado, Celda Maria Gonçalves; Carvalho, Paulo Alexandre Castelão Vaz deA negação, enquanto categoria da linguagem, é uma propriedade universal às línguas do mundo, independentemente da sua modalidade. A realização da negação nas línguas gestuais individuais, bem como a variação tipológica entre línguas gestuais têm sido objeto de estudo em várias investigações, sob perspetivas descritivas e teóricas diversificadas. Neste estudo, analisa-se a negação frásica na Língua Gestual Portuguesa, a partir de um corpus constituído no âmbito do Projeto Avatar (PTDC/LLT-LIN/29887/2017) - Corpus de Referência da LGP e modelização de um AVATAR para a tradução automática LGP/Português, tendo como objetivo estudar a negação frásica por meio de gestos negativos, em simultâneo ou em sequencialidade com os gestos com as quais formam a construção negativa, acompanhados ou não de Marcadores Não Manuais. Foram detetadas 23 categorias fonomorfológicas de negação, entendendo-se por negação a operação que permite denotar a inexistência da situação/entidade originalmente reportada por essa situação/unidade. Mais particularmente, foi feita uma categorização de base morfossintática e sintáticosemântica do gesto NÃO_HAVER, correspondente à expressão da negação com Configuração da Mão/Mãos em “O” (n.º 12), nas produções das subcategorias A1, A2 e A4. Durante a análise dos dados, foram considerados usos diferentes para o gesto negativo NÃO_HAVER: i) verbo com sentido de inexistência- não haver; ii) verbo com sentido de inexistência- não ser; iii) verbo com sentido de posse negativa - não possuir/ter; iv) com sentido de inexistência locativa- não estar; v) partícula negativa combinada com um outro gesto interpretado como Verbo.
- Assessoria pedagógica de projectos pessoais : método para o desenvolvimento de competências dos estudantes de enfermagemPublication . Saraiva, Maria da Conceição Giestas Baía; Rodrigues, Manuel AlvesFormar jovens para dar resposta às orientações do Processo de Bolonha que apontam para um novo modelo de organização do Ensino Superior no que respeita aos ciclos de estudos, e simultaneamente para fazer face aos desafios da competitividade e à complexidade dos contextos dos cuidados de saúde, as Instituições de Ensino Superior necessitam de (re)pensar os planos curriculares, introduzindo unidades curriculares inovadoras. Estas últimas devem ser apoiadas em Metodologias que promovam o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais dos estudantes. O Método de Assessoria Pedagógica de Projetos Pessoais (MAPPP) é uma metodologia inovadora, baseada em pressupostos do modelo construtivista e reflexivo que segundo Rodrigues (2001) exige a docentes e discentes uma atitude de mudança no processo de ensino-aprendizagem. A presente investigação, realizada na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, teve como principal objetivo desenvolver competências pessoais e profissionais dos estudantes, através de uma estratégia de implementação do MAPPP desenvolvido por Rodrigues (2001). Para dar resposta ao objetivo do estudo elaborámos um desenho de investigação constituído por uma sequência de três estudos empíricos integrados. No primeiro Estudo Empírico, optámos por realizar um estudo do tipo descritivo de abordagem quantitativa com o objetivo de compreender os significados atribuídos pelos professores ao processo educativo no contexto da unidade curricular “Projeto de Desenvolvimento Pessoal,” a partir da sua experiência de assessoria pedagógica dos estudantes de enfermagem. No segundo Estudo Empírico foi realizado um estudo de tipo descritivo, de abordagem quantitativa que pretendeu analisar e compreender o conteúdo dos registos de autoreflexão retrospetiva e prospetiva realizados no período de 1999 a 2008, por estudantes do Curso de Licenciatura em Enfermagem, no contexto da unidade curricular “Projeto de Desenvolvimento Pessoal”, explicitados nos Metaportfólios. No terceiro Estudo Empírico pretendemos implementar o MAPPP a um grupo específico de estudantes de enfermagem, em contexto particular da prática pedagógica, com o objetivo de os orientar para o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais. A informação de natureza qualitativa recolhida nos três Estudos Empíricos foi submetida a técnicas de análise de conteúdo, e os resultados desta análise foram triangulados e validados por peritos da temática, nomeadamente o professor orientador da dissertação. Para sintetizar e realçar a informação fornecida pelos dados utilizámos, também, a análise estatística descritiva. A evidência fundamental recolhida nos três Estudos Empíricos foi que o MAPPP dos estudantes se apresenta como uma alternativa pedagógica inovadora no Ensino de Enfermagem e coerente com as orientações de Bolonha (o novo modelo do Espaço Europeu de Educação). Salienta-se a importância do MAPPP para a obtenção de ganhos, em particular, no desenvolvimento de competências pessoais e profissionais dos estudantes de enfermagem e, de igual modo, no aperfeiçoamento de valores axiológicos e no desenvolvimento de competências pedagógicas dos professores, no âmbito da metodologia de projeto.
- Assistência de enfermagem aos doentes com necessidades paliativas no domicílioPublication . Coelho, Sílvia Patrícia Fernandes; Sá, Luís Octávio deINTRODUÇÃO: A enfermagem é uma parte integrante dos cuidados de saúde, constituindo-se como fenómeno fundamental para os enfermeiros, a resposta aos problemas, reais ou potenciais dos doentes e família, através da resposta às suas necessidades. Os Cuidados Paliativos assumem-se como uma resposta na prevenção e alívio do sofrimento através da identificação precoce e avaliação rigorosa da dor e problemas físicos, psicológicos, sociais e espirituais. São cuidados ativos e totais que têm como objetivo aumentar a qualidade de vida do doente e família. A prestação de cuidados de enfermagem através da integração da filosofia e essência dos cuidados paliativos permite o diagnóstico de necessidades, físicas, psicoemocionais, avaliação da intensidade dos sintomas e do sofrimento, numa abordagem multimodal e multidimensional, promovendo a obtenção da máxima satisfação do doente e família. A possibilidade de elaborar um plano de cuidados numa perspetiva compreensiva, através de uma avaliação holística da saúde e da satisfação das necessidades, recursos, objetivos e desejos, do doente com vista a preservar a sua autonomia e diminuir o seu sofrimento permitem otimizar os cuidados e a qualidade dos mesmos. O objetivo deste estudo foi identificar as necessidades de assistência de enfermagem, em doentes com necessidades paliativas no domicílio assistidos pelos serviços de saúde de um Agrupamento de Centros de Saúde, de uma Unidade Local de Saúde, do norte de Portugal. MATERIAL E MÉTODOS: Realizámos um estudo, quantitativo, descritivo, transversal e observacional desenvolvido no contexto dos cuidados de saúde primários, cujos participantes foram doentes inscritos no Agrupamento de Centros de Saúde de uma Unidade Local de Saúde. Foi definida uma amostragem aleatória estratificada, por unidade saúde. A recolha de dados foi realizada no período de 29 de abril a 5 de outubro de 2015. Para tal, foi desenvolvido um instrumento, com base num conjunto de outros instrumentos, que resultou da pesquisa efetuada e para dar resposta aos objetivos do estudo, de acordo com a revisão da literatura. Os dados foram recolhidos após contacto pessoal no domicílio de cada doente ou num local definido pelo mesmo, para aplicação do instrumento de recolha de dados, num único momento. A seleção da amostra passou por várias fases. A amostra final resultou da pergunta surpresa aos clínicos, se ficariam surpresos se os pacientes selecionados aleatoriamente, morressem no período de um ano. RESULTADOS: Dos 234 doentes selecionados, resultaram num total de 121 doentes que participaram no estudo. A prevalência de doentes com necessidades paliativas correspondeu a 9.5% (prognóstico de vida inferior a um ano). São maioritariamente mulheres, com mais de 70 anos de idade, inativas, com baixa escolaridade e residentes em alojamento próprio (moradias) com condições habitacionais adequadas para as suas limitações. Quanto às necessidades dos doentes destacamos a dimensão física, associado a sintomas de dor e astenia; preocupações adicionais como sentirem-se um fardo para a família, não serem independentes e úteis, ausência de contacto com os amigos; a nível emocional sentem-se tristes, nervosos e preocupados quanto à evolução da sua doença; na dimensão espiritual a falta de sentido e propósito para viverem e não sentirem paz de espírito; na dimensão social e familiar, possuírem uma má relação com os amigos, pouca proximidade do parceiro ou cuidador e ausência de apoio emocional por parte da família; na funcionalidade, sentem-se pouco realizados profissionalmente, insatisfeitos com a sua qualidade de vida e não gostam do que fazem no seu quotidiano. Em termos de recursos os doentes raramente recorrem ao serviço privado e no serviço público, recorrem essencialmente às consultas de enfermagem no centro de saúde e domiciliárias, a consultas médicas nos hospitais e quanto a exames de diagnóstico, às análises e radiografias e tratamentos, para realização de pensos a feridas. DISCUSSÃO: A taxa de prevalência de doentes com necessidades paliativas é consideravelmente superior ao estimado o que poderá estar associada às idades dos sujeitos e à estimativa prognóstica dos clínicos que os referenciaram. Em relação ao perfil sociodemográfico, vai de encontro ao conhecimento encontrado, sendo na maioria mulheres, idosas, aposentadas e a viverem apenas com o cônjuge. Relativamente às necessidades estão adequadas às necessidades identificadas em outros estudos internacionais, na assistência a doentes com necessidades de cuidados paliativos, no domicílio. A dimensão física é uma necessidade muito reportada pelos doentes, pela presença de sintomas não controlados, seguida das preocupações como ser um peso para a família, seguindo-se a dimensão emocional, espiritual, sociofamiliar e por fim a funcionalidade. Os recursos mais utilizados pelos doentes corroboram com a evidência encontrada, sendo o serviço público o mais solicitado e dentro deste, a nível dos cuidados de saúde primários, as consultas de enfermagem, são as mais requeridas pelos doentes que permanecem e pretendem serem cuidados no domicílio. CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo possibilitam identificar as necessidades dos doentes portadores de doenças crónicas, avançadas, progressivas e limitadoras da vida que pretendem ser cuidados e morrer no seu domicílio, bem como, determinar os recursos utilizados por estes. O estudo constitui-se como um valioso recurso para a valorização do papel da enfermagem na gestão estratégica do planeamento de cuidados e promoção de qualidade de vida, assim como permite identificar um conjunto de necessidades de intervenção que poderão e deveriam ser desenvolvidas dentro do Sistema Nacional de Saúde em termos de requisitos formativos, diretrizes de enfermagem, custo-efetividade e iniciativas de investigação.
- O autocuidado em pessoas com insuficiência cardíacaPublication . Sousa, Joana Sofia Dias Pereira de; Vieira, Miguel Santos PaisA insuficiência cardíaca é uma patologia crónica, na qual a pessoa consegue gerir melhor a sua doença através da adoção de comportamentos de autocuidado. A aprendizagem destes comportamentos pode ser realizada através de um programa de gestão de doença. Tendo por base a Teoria dos Sistemas de Enfermagem de Dorothea Orem, o presente estudo utilizou o enfermeiro como Sistema de Suporte Educativo, por forma a facilitar a adoção de comportamentos de autocuidado em pessoas com insuficiência cardíaca. Com este trabalho pretendeu-se atingir os objetivos: 1) desenvolver uma intervenção complexa que desse resposta às dificuldades das pessoas com insuficiência cardíaca internadas em classe II e III NYHA ao nível do autocuidado terapêutico – na perceção e reconhecimento de sinais e sintomas, com avaliação do seu impacto na variação da Qualidade de Vida; e 2) realizar um estudo de custo-efetividade entre o tempo médio de internamento hospitalar e o custo de uma consulta estruturada de insuficiência cardíaca. Com base no método das intervenções complexas, do Medical Research Council, foi elaborada uma intervenção complexa, que emergiu da revisão sistemática da literatura e de entrevistas semiestruturadas a pessoas internadas com insuficiência cardíaca, a cardiologistas e a enfermeiros peritos na gestão de doença crónica. A temática definida foi gestão de fluídos e monitorização de sinais e sintomas de insuficiência cardíaca. Para a implementação da intervenção foi desenhado um estudo piloto, com quatro momentos de avaliação (dia da alta hospitalar, uma semana após a alta, um mês após a alta e três meses após a alta), onde participaram 63 pessoas com insuficiência cardíaca, randomizadas em grupo de controlo, definido como cuidado usual (n=33) e em grupo de intervenção (n=30), num serviço de cardiologia de um hospital universitário. Dos 63 participantes do estudo 74,6% eram do sexo masculino, com uma média de idades de 54,83 anos (±10,28). Após a implementação da intervenção complexa verificou-se uma melhoria nos comportamentos de autocuidado e da qualidade de vida nos participantes do grupo de intervenção face ao grupo de controlo. De acordo com os custos estimados, a implementação de um programa de gestão de doença permite uma poupança de 19 vezes o valor estimado para as pessoas que não participaram no programa de gestão de doença. O presente estudo indica que a pessoa com insuficiência cardíaca, integrada num programa de gestão de doença, apresenta melhores comportamentos de autocuidado, melhor qualidade de vida, menos idas às urgências e menos internamentos hospitalares.