Browsing by Author "Sarmento, Clara"
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- All the boat is a stage: classical tragedy meets American narrative – re-reading Melville’s Billy Budd, SailorPublication . Sarmento, ClaraBilly Budd, Sailor, obra derradeira de Herman Melville, situa-se, desde o subtítulo An inside narrative, num plano de interioridade. No interior de um navio de guerra ou no interior da alma humana, navegando pelos mares e pelas contradições, indecisões e instintos incompatíveis do homem. Através desta obra, Melville reescreve a tragédia atemporal e universal do Bem e do Mal, em eterno confronto, recuperando na América do séc. XIX o espírito também ele atemporal e universal da tragédia clássica. Melville reescreve na sua tragédia velhos mitos e arquétipos, com uma sensível objectividade. Da cultura clássica, Melville recupera as leis trágicas do destino, da honra, do comedimento e da obediência aos deuses. Em Billy Budd, reiventa simbolicamente as leis – não menos trágicas – da guerra e das instituições, e também da Natureza e dos mais puros sentimentos humanos.
- The angel, the martyr and the whore: Elizabeth Gaskell´s female trinityPublication . Sarmento, ClaraOs dois romances mais polémicos de Elizabeth Gaskell, Mary Barton e Ruth, giram em torno de personagens femininas que representam, respectivamente, a plena aceitação e a recusa incipiente do senso comum vitoriano. Em Mary Barton, dois estereótipos coexistem: a mulher-anjo (Mary) e a prostituta (Ester). O romance retrata os perigos trazidos pela independência económica e laboral para as jovens trabalhadoras fabris, bem como a degeneração até à morte a que todas as mulheres ‘caídas’ estão condenadas. Mas, por vezes, ambos os estereótipos parecem coincidir num só personagem, criando um ser humano real, em vez de um simples dispositivo didáctico. A discreta revolução de Gaskell surgirá em Ruth, com o seu incómodo exercício de solidariedade para com as mulheres abandonadas e as mães solteiras. O destino de Ruth teria sido em tudo semelhante ao de Ester, se Elizabeth Gaskell não tivesse tido a coragem generosa de subverter as regras. Ruth ‘peca’, mas o seu percurso até à morte redentora não é de vício e degeneração, mas sim de penitência e virtude. Mostrando sem questionar, a autora expressa o conflito entre a natureza humana e as regras sociais, que no entanto ainda saem vencedoras